Dúvidas em relação ao embasamento.

Shareen escreveu:Queria evitar nomes mas jah que citou, rsrs.
Bom, Matheus, quando saiu a noticia de que foi aceita no Harvard segundo ele proprio comemorou e voltou a estudar para a prova de Quimica do ITA, alem disso acredito que como um brasileiro sabe da importancia e da fama da prova ITA e nao deve ter feito por fazer, mas nao conheco ele, vou ficar aqui no achismo mesmo.

O medalhista no IJSO foi um tal de Felipe Brandao, esse realmente queria passar no ITA, jah que se nao me engano, deixou de participar da cerimonia de encerramento para fazer a prova.

O que quis dizer com esses exemplos eh atestar a dificuldade e o alto nivel dos alunos que entram no ITA, e assim, dizer que os daqui nao comparam com os de fora, pelo menos academicamente, soa um pouco como complexo de vira lata.

E voce nao espera que uma instiuicao militar tenha muita liberdade curricular, neh? rsrs.

Esse argumento não é sustentável, amigo. Um brasileiro que não deseja estudar ou morar no Brasil não tem necessidade de levar em conta a importância de uma instituição nacional. Além disso, o argumento de que, se eles desejam estudar ou morar no Brasil, eles não tem a necessidade de dominar a língua portuguesa, não foi afetado; assim eles podem ter passado em todas as outras provas e não ter passado em português e ainda assim tem a capacidade acadêmica para entrar no ITA (já que língua portuguesa não é conditio sine qua non para tal).
Não conheço profundamente essa prova, mas que eu saiba a IJSO, que é uma prova muito interessante e diversificada (incluindo ciência forense e sustentabilidade, temas muito importantes para a formação cidadã) não está no nível da prova do ITA mesmo, ainda mais por ter um objetivo bem diferente. Mas a IPhO, por razões óbvias (é uma olimpíada internacional de um tema específico, algo muito mais focado do que um vestibular), é bem superior em seu nível de questão.

Não disse, em momento algum, que os alunos do ITA tenham um baixo nível, nem irei dizer, afinal eu mesmo pretendo estudar no ITA. Além disso, é notável o alto grau de aprovação dos alunos do ITA nas melhores instituições internacionais na pós-graduação; certamente um dos maiores índices do país. A prova é realmente muito difícil inclusive para padrões de vestibulares de universidades internacionais; realmente deve estar entre os vestibulares mais seletivos do mundo e seus alunos aprovados realmente devem estar entre os mais bem selecionados via vestibular.
O que estou dizendo é que há fatores importantes que o vestibular não consegue filtrar, já citados, e que são importantes a serem considerados. Mas a estrutura do vestibular já está muito enraizada no país e há muitos fatores políticos, econômicos e sociais que tornam definitivamente impossível isso. Uma pena.

Academicamente, o MIT publica mais teses, faz mais descobertas tecnológicas e ganha mais prêmios. A conclusão de quem é academicamente mais notável é evidente. Estatísticas, números, dados. Não é "complexo de vira lata" ser realista. Isso não significa, por outro lado, que o Brasil não possa evoluir e se tornar uma potência acadêmica, como a China e a Índia já se tornaram. Se o Brasil não olhar onde ele está errando, nunca poderá acertar. E como o ITA está na vanguarda acadêmica nacional junto com algumas outras poucas universidades, ele precisa, como o próprio reitor disse em uma entrevista, fazer  e empregar um planejamento estratégico para suas mudanças, olhando para as experiências de instituições do exterior para se inspirarem e absorverem o que há de mais produtivo e benéfico para fazer com que o ITA seja ainda mais merecidamente conceituado do que já é. Não é errado absorver o que outras instituições possuem de benéfico e aplicar no ITA; pelo contrário. O D-Lab é um belo exemplo de como o reitor está fazendo isso de maneira eficaz; enxergar a necessidade e utilidade dos "soft skills" foi outro passo importante dado pela reitoria. Em suma, o ITA caminha a cada dia para sua evolução e melhoria, galgando um futuro acadêmico ainda mais reconhecido do que o é atualmente.

JoaoLeal96 escreveu:pois é matheus como eu me arrependo agora de nao ter estudado durante meu EM meu sonho sempre foi ir pra AFA mas depois que eu descobri como era o exame medico nao ia conseguir realiza-lo fui querer e descobrir o ITA so no fim do meu 3 ano e descobrir mais sobre universidades americanas esse ano ai ja e tarde demais pelo menos nos resta uma pós nessas instituiçoes

Eu estudava, só não estudava para engenharia; meu foco sempre foi em humanas e biológicas. Decidi por engenharia no final do terceiro ano. É uma pena que você não tenha conseguido sua vaga na AFA pelo exame médico, já conheci bastante gente que sofreu com isso; tenho certeza de que terá um belo futuro no ITA e onde mais for trabalhar/estudar e, quem sabe - espero que sim -, nós nos vemos lá dentro, João.

A vantagem da avaliação holística é justamente considerar outros fatores que não apenas escolares. Assim filtra-se muito melhor, pois considera-se outros fatores de importância crucial. Como já ressaltei, um dos males mais nocivos é achar que um engenheiro só precisa saber ciências exatas, quando uma carreira de alto nível exige conhecimentos de sociologia, psicologia, comunicação social e retórica. Infelizmente o vestibular nunca vai conseguir filtrar isso. Mas, com as reformas do reitor, levando em consideração as "soft skills", de importância crucial para a formação proativa, o ITA tem agora a chance de se destacar ainda mais no cenário acadêmico, industrial e global.


Respondendo a sua pergunta: a visão que o ITA tem no exterior é nula.
Pessoalmente, acho que é uma decisão extremamente precipitada desejar morar em qualquer país europeu que não seja a Alemanha (que leva a Europa nas costas), mas eis aqui as palavras dos próprios alunos do ITA:

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As poucas pessoas que conheço em Stanford e em Harvard (um em cada) nunca ouviram falar do ITA. Conheci um rapaz do IIT que também nunca tinha ouvido falar também, mas perdi contato com esse.

O sr. já viu o ranking das melhores universidades? Isso gera uma paranoia tremenda na maioria dos acadêmicos; uma disputa acirrada e colossal pelas melhores posições. Não quero presumir nada precipitadamente, me perdoe se estiver errado, mas acho que o sr. não pesquisa muito sobre isso. Se você for aplicar para uma universidade no exterior, acabará tendo que pesquisar sobre isso. Qualquer estudante de Harvard conhece o IIT, ou as universidades chinesas de ponta, as universidades russas de ponta, ou a Universidade de Singapura (que possui uma das melhores posições internacionais), a ETH Zurich, Imperial College, Cambridge, Oxford, Tóquio, Seul etc. Mas não o ITA. Isso é bastante revelador - e preocupante.

E, sinceramente, não sei por que ele não é listado. A alegação que muitos usam é o fato de ele ser subordinado ao Ministério da Defesa, mas a Politécnica Francesa também é subordinada ao Ministério da Defesa e mesmo assim figura no ranking. Isso sim é algo a ser mudado. Estar presente no ranking não só possibilita ser mais reconhecido, como atrai mais investimentos, atrai mais pessoas interessadas etc.