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Mensagem por nayarasisousa Sáb 29 Set - 23:41

AS COUSAS DO MUNDO  
 
Neste mundo é mais rico o que mais rapa: 
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; 
Com sua língua, ao nobre o vil decepa: 
O velhaco maior sempre tem capa. 

Mostra o patife da nobreza o mapa: 
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; 
Quem menos falar pode, mais increpa; 
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. 

A flor baixa se inculca por tulipa; 
Bengala hoje na mão, ontem garlopa. 
Mais isento se mostra o que mais chupa. 
Para a tropa do trapo vazo a tripa 
E mais não digo, porque a Musa topa 
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
(Gregório de Matos Guerra, "Seleção de Obras Poéticas") 

A alternativa que melhor exprime as características da poesia de Gregório de Matos, encontradas no poema transcrito, é a que destaca a presença de

a) inversões da sintaxe corrente, como em "Com sua língua, ao nobre o vil decepa" e "Quem menos falar pode". 
b) conflito entre os universos do profano e do sagrado, como se vê na oposição "Quem dinheiro tiver" e "pode ser Papa". 
c) metáforas raras e desusadas, como no verso experimental "a Musa topa/Em apa, epa, ipa, opa, upa". 
d) contraste entre os pólos de antíteses violentas, como "língua" X "decepa" e "menos falar" X "mais increpa". 
e) imagens que exploram os elementos mais efêmeros e diáfanos da natureza, como "flor e "tulipa". 
 
Resposta: A

nayarasisousa
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