Resistores e lei de Ohm - Pouillet
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Resistores e lei de Ohm - Pouillet
Duas baterias têm mesma força eletromotriz e resistências internas iguais a r1 e r2. Elas estão ligadas em série a um resistor externo de resistência R. O valor de R que torna nula a ddp entre os terminais da primeira bateria será igual a:
R: B
A resolução sugere que eu aplique a lei de Ohm-Pouillet. Como faço isso pra esse caso?
Parece uma dúvida meio básica, mas como eu estou fazendo intensivo e a ordem das matérias são opostas ao sistema da minha escola, essa matéria é uma das últimas e eu ainda não tive. Se puderem detalhar, agradeço.
R: B
A resolução sugere que eu aplique a lei de Ohm-Pouillet. Como faço isso pra esse caso?
Parece uma dúvida meio básica, mas como eu estou fazendo intensivo e a ordem das matérias são opostas ao sistema da minha escola, essa matéria é uma das últimas e eu ainda não tive. Se puderem detalhar, agradeço.
Giiovanna- Grupo
Velhos amigos do Fórum - Mensagens : 2128
Data de inscrição : 31/08/2012
Idade : 29
Localização : São Paulo, SP
Re: Resistores e lei de Ohm - Pouillet
U = U1 + U2
R*i = E - r1*i + E - r2*i
R*i + r1*i + r2*i = 2*E
E = (i*(R + r1 + r2))/2
U1 = 0
E - r1*i = 0
(i*(R + r1 + r2))/2 - r1*i = 0
R + r1 + r2 - 2*r1 = 0
R = r1 - r2
R*i = E - r1*i + E - r2*i
R*i + r1*i + r2*i = 2*E
E = (i*(R + r1 + r2))/2
U1 = 0
E - r1*i = 0
(i*(R + r1 + r2))/2 - r1*i = 0
R + r1 + r2 - 2*r1 = 0
R = r1 - r2
Eduardo Sicale- Grupo
Velhos amigos do Fórum - Mensagens : 692
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Re: Resistores e lei de Ohm - Pouillet
Em 1800 e lá vai fumaça, quando o físico e matemático alemão George Ohm emitiu a sua "lei", não havia ainda o conhecimento e o modelo da estrutura da matéria comoconhecemos atualmente, os tais simplórios e simpáticos prótons, nêutrons e elétrons.
Mas as pessoas pensavam...
Uma das maneiras de se pensar na eletricidade era imaginá-la como uma corrente, um fluxo de uma "certa coisa" chamada de "eletricidade".
Uma analogia, obviamente decorrente, era a analogia hidráulica.
Imaginar os fios condutores como canos e a eletricidade como a água que os percorriam.
Ohm era um físico do tipo "matemático-experimental".
Então, ele fez experimentos com diversos tipos de fios condutores, alterando comprimentos, grossuras (área da seção reta) e materiais (cobre, ferro, ouro...).
Analisava dados de circuitos constituídos de uma pilha, um condutor, um amperímetro ou um voltímetro. Variava ou a corrente ou a tensão (ddp) e media a tensão ou a corrente.
Suponha que ele tivesse obtido os seguintes dados com um certo fio condutor, variando a corrente e medindo a diferença de potencial:
Pelos dados obtidos ele chegou à conclusão óbvia:
"A queda de tensão é proporcional à corrente !"
Simbolicamente:
∆V ∝ I
Que pode ser escrito:
∆V = k . I
Onde "k" é uma certa constante dependente do material e geometria do condutor, que ele apelidou de "resistência".
Daí a "Lei de Ohm" na forma simbólica:
∆V = R . I
Ou, também, suas variantes:
I = ∆V / R
e
R = ∆V / I
Enquanto isso, o francês Claude Pouillet, também um físico-matemático experimentalista, se preocupou com a "resistência" em si e, de maneira análoga, chegou à sua "Lei de Pouillet", também óbvia:
"A resistência à corrente elétrica de um certo material é proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional à área de sua seção reta."
Que, em matematiquês, fica:
R ∝ L / A
Ou:
R = ρ . L / A
Onde a constante ρ (lê-se rô, o "r" minúsculo em grego) é apelidada de "resistividade" , sendo uma propriedade de cada material.
O componente que oferecia resistência, naturalmente, passou também a se chamar de "resistência", mas, posteriormente, ganhou um nome mais chique e apropriado: resistor.
A medida de uma resistência, em homenagem, é dada na unidade Ohm e seu símbolo é Ω (Ômega, "O" em grego).
No suposto experimento descrito e tabelado, a resistência seria 2 Ω, certo ?
Pouillet foi mais longe e tambémestudou associações de geradores de corrente contínua (pilhas e assemelhados), verificando a Lei de Ohm.
Uma "pilha voltaica" ou "bateria voltaica" (em homenagem ao italiano Alessandro Volta, seu descobridor) nada mais é do que uma pilha ( ou bateria ) de elementos constituídos, cada um, por: par de placas Cobre-Zinco (Cu-Zn) separadas por papel ou pano embebido de uma solução de eletrólitos (sal, ácido, base ...).
Ele simplesmente e obviamente pensou que a própria pilha DEVERIA ter resistência internamente, já que todo material a tem, mesmo sendo pequena, mas tem.
Chama-se (nome horrível !) de Força Eletromotriz (fem), ε (lê-se épsilon, o "e" grego) à diferença de potencial (ddp) ideal (ou tensão ideal) que seria obtida SE os materiais que constituíssem a pilha não oferecessem resistência à corrente elétrica.
Para uma pilha, teríamos a outra "Lei de Pouillet":
"A tensão real obtida de um gerador de corrente contínua (CC) é a ideal força eletromotriz diminuída da queda de tensão causada pela resistência interna".
Que, matematicamente, é expressa por:
∆Ve = ε - ∆Vi
Onde:
∆Ve := Tensão (ddp) Efetiva Real Obtida de uma pilha (ou bateria).
ε := Força Eletromotriz (fem).
∆Vi := Queda de Tensão interna à pilha devida à resistência interna.
Como a queda de tensão devida à resistência interna é dada pela "Lei de Ohm":
∆Vi = r.I
Podemos escrever, mais simplesmente:
V = ε - r.I
Onde
V := Tensão efetiva da pilha (*voltagem")
ε := fem
r := resistência interna
I : corrente fornecida pela pilha e que a percorre
Por esses motivos representamos uma pilha real assim:
Conhecendo-se a resistência interna e sendo a tensão de 10 V a real, podemos calcular a fem. Se for a fem, podemos calcular a tensão real. Se não tivermos a resistência interna, precisaremos da tensão real e da fem para calculá-la
Quando associamos geradores, usamos a regra de usarmos tensão positiva para os "elevadores de tensão" e negativa para os "abaixadores de tensão":
Disso aí tudo temos a "Lei de Ohm-Pouillet"paraassociações de
geradores e condutores ôhmicos (com resistências) e resistores:
∑(V) = ∑(ε) - ∑(r.I) - ∑(R.I)
Sendo a corrente constante:
∑(V) = ∑(ε) - I ( ∑(r) + ∑(R) )
De onde, finalmente:
I = ( ∑(ε) - ∑(V) ) / ( ∑(r) + ∑(R) )
Onde:
I := corrente.
∑ := soma de...
ε := fem.
V := Tensão real (ddp, "voltagem"...).
R := resistências de condutores ou resistores.
r := resistências internas dos geradores.
Não se esquecendo de colocar os sinais corretos (+ ou -) nas tensões !
Dito tudo isso, vamos lá !
Qual o R para que (Va - Vb) = 0 ?
Para que (Va - Vb) = 0:
Va - Vb = ε - r1 . I = 0
ε = r1 . I (1)
Va = Vb (2)
Vc = Va - R . I (3)
Vc = Vb - ε + r2 . I (4)
(3) = (4) :
Va - R . I = Vb - ε + r2 . I
Com (1) e (2) :
Va - R . I = Va - r1 . I + r2 . I
R . I = r1 . I - r2 . I
R = r1 - r2
Ou então, usando-se diretamente a "Lei de Ohm-Pouillet":
∑(V) = 0
V1 + V2 - V3 = ε - r1.I + ε - r2.I - R.I = 0
Para V1 = 0:
Va - Vb = ε - r1.I = 0
ε = r1.I
Substituindo-se:
r1.I - r1.I + r1.I - r2.I - R.I = 0
R.I = r1.I - r2.I
R = r1 - r2
Mas as pessoas pensavam...
Uma das maneiras de se pensar na eletricidade era imaginá-la como uma corrente, um fluxo de uma "certa coisa" chamada de "eletricidade".
Uma analogia, obviamente decorrente, era a analogia hidráulica.
Imaginar os fios condutores como canos e a eletricidade como a água que os percorriam.
Ohm era um físico do tipo "matemático-experimental".
Então, ele fez experimentos com diversos tipos de fios condutores, alterando comprimentos, grossuras (área da seção reta) e materiais (cobre, ferro, ouro...).
Analisava dados de circuitos constituídos de uma pilha, um condutor, um amperímetro ou um voltímetro. Variava ou a corrente ou a tensão (ddp) e media a tensão ou a corrente.
Suponha que ele tivesse obtido os seguintes dados com um certo fio condutor, variando a corrente e medindo a diferença de potencial:
I (Ampère) | ∆V (Volt) |
0 | 0 |
1 | 2 |
2 | 4 |
3 | 6 |
4 | 8 |
5 | 10 |
Pelos dados obtidos ele chegou à conclusão óbvia:
"A queda de tensão é proporcional à corrente !"
Simbolicamente:
∆V ∝ I
Que pode ser escrito:
∆V = k . I
Onde "k" é uma certa constante dependente do material e geometria do condutor, que ele apelidou de "resistência".
Daí a "Lei de Ohm" na forma simbólica:
∆V = R . I
Ou, também, suas variantes:
I = ∆V / R
e
R = ∆V / I
Enquanto isso, o francês Claude Pouillet, também um físico-matemático experimentalista, se preocupou com a "resistência" em si e, de maneira análoga, chegou à sua "Lei de Pouillet", também óbvia:
"A resistência à corrente elétrica de um certo material é proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional à área de sua seção reta."
Que, em matematiquês, fica:
R ∝ L / A
Ou:
R = ρ . L / A
Onde a constante ρ (lê-se rô, o "r" minúsculo em grego) é apelidada de "resistividade" , sendo uma propriedade de cada material.
O componente que oferecia resistência, naturalmente, passou também a se chamar de "resistência", mas, posteriormente, ganhou um nome mais chique e apropriado: resistor.
A medida de uma resistência, em homenagem, é dada na unidade Ohm e seu símbolo é Ω (Ômega, "O" em grego).
No suposto experimento descrito e tabelado, a resistência seria 2 Ω, certo ?
Pouillet foi mais longe e tambémestudou associações de geradores de corrente contínua (pilhas e assemelhados), verificando a Lei de Ohm.
Uma "pilha voltaica" ou "bateria voltaica" (em homenagem ao italiano Alessandro Volta, seu descobridor) nada mais é do que uma pilha ( ou bateria ) de elementos constituídos, cada um, por: par de placas Cobre-Zinco (Cu-Zn) separadas por papel ou pano embebido de uma solução de eletrólitos (sal, ácido, base ...).
Ele simplesmente e obviamente pensou que a própria pilha DEVERIA ter resistência internamente, já que todo material a tem, mesmo sendo pequena, mas tem.
Chama-se (nome horrível !) de Força Eletromotriz (fem), ε (lê-se épsilon, o "e" grego) à diferença de potencial (ddp) ideal (ou tensão ideal) que seria obtida SE os materiais que constituíssem a pilha não oferecessem resistência à corrente elétrica.
Para uma pilha, teríamos a outra "Lei de Pouillet":
"A tensão real obtida de um gerador de corrente contínua (CC) é a ideal força eletromotriz diminuída da queda de tensão causada pela resistência interna".
Que, matematicamente, é expressa por:
∆Ve = ε - ∆Vi
Onde:
∆Ve := Tensão (ddp) Efetiva Real Obtida de uma pilha (ou bateria).
ε := Força Eletromotriz (fem).
∆Vi := Queda de Tensão interna à pilha devida à resistência interna.
Como a queda de tensão devida à resistência interna é dada pela "Lei de Ohm":
∆Vi = r.I
Podemos escrever, mais simplesmente:
V = ε - r.I
Onde
V := Tensão efetiva da pilha (*voltagem")
ε := fem
r := resistência interna
I : corrente fornecida pela pilha e que a percorre
Por esses motivos representamos uma pilha real assim:
Conhecendo-se a resistência interna e sendo a tensão de 10 V a real, podemos calcular a fem. Se for a fem, podemos calcular a tensão real. Se não tivermos a resistência interna, precisaremos da tensão real e da fem para calculá-la
Quando associamos geradores, usamos a regra de usarmos tensão positiva para os "elevadores de tensão" e negativa para os "abaixadores de tensão":
Disso aí tudo temos a "Lei de Ohm-Pouillet"paraassociações de
geradores e condutores ôhmicos (com resistências) e resistores:
∑(V) = ∑(ε) - ∑(r.I) - ∑(R.I)
Sendo a corrente constante:
∑(V) = ∑(ε) - I ( ∑(r) + ∑(R) )
De onde, finalmente:
I = ( ∑(ε) - ∑(V) ) / ( ∑(r) + ∑(R) )
Onde:
I := corrente.
∑ := soma de...
ε := fem.
V := Tensão real (ddp, "voltagem"...).
R := resistências de condutores ou resistores.
r := resistências internas dos geradores.
Não se esquecendo de colocar os sinais corretos (+ ou -) nas tensões !
Dito tudo isso, vamos lá !
Qual o R para que (Va - Vb) = 0 ?
Para que (Va - Vb) = 0:
Va - Vb = ε - r1 . I = 0
ε = r1 . I (1)
Va = Vb (2)
Vc = Va - R . I (3)
Vc = Vb - ε + r2 . I (4)
(3) = (4) :
Va - R . I = Vb - ε + r2 . I
Com (1) e (2) :
Va - R . I = Va - r1 . I + r2 . I
R . I = r1 . I - r2 . I
R = r1 - r2
Ou então, usando-se diretamente a "Lei de Ohm-Pouillet":
∑(V) = 0
V1 + V2 - V3 = ε - r1.I + ε - r2.I - R.I = 0
Para V1 = 0:
Va - Vb = ε - r1.I = 0
ε = r1.I
Substituindo-se:
r1.I - r1.I + r1.I - r2.I - R.I = 0
R.I = r1.I - r2.I
R = r1 - r2
rihan- Estrela Dourada
- Mensagens : 5049
Data de inscrição : 22/08/2011
Idade : 69
Localização : Rio de Janeiro, RJ, Itabuna-Ilhéus, BA, Brasil
Re: Resistores e lei de Ohm - Pouillet
Desculpem não ter agradecido antes, não tive tempo para ver.
Muito obrigada!
Muito obrigada!
Giiovanna- Grupo
Velhos amigos do Fórum - Mensagens : 2128
Data de inscrição : 31/08/2012
Idade : 29
Localização : São Paulo, SP
Re: Resistores e lei de Ohm - Pouillet
Rihan, sua resolução foi realmente incrível, me deu uma aula SENSACIONAL de lei de Ohm-Pouillet. Como eu disse, estou fazendo intensivo junto com a escola, mas a ordem das matérias são diferentes. Em elétrica no cursinho, resistores vêm primeiro, e depois começam as leis de coulomb, eletrização e etc. Muito estranho.
Mas enfim... Me ajudou muito de verdade. Com certeza vou pegar com mais calma e revisar essa questão no fim de semana pra fixar o conceito. Pedi a mesma questão em outra pergunta pois vi que havia outros métodos que foi pela Lei das Malhas, que foi como o Robson resolveu em outro tópico. É sempre bom conhecer outros métodos. Além disso, não estava conseguindo abrir esse tópico, o meu navegador anda estranho depois que atualize. Só pra constar que eu não fiz tópicos repetidos propositalmente.
Muito obrigada Eduardo e Mestre Rihan, assim como aos outros que me responderam de outra forma. É dificil aprender sem um professor com quem tirar dúvidas, estou me virando com o resumo e video aulas. Com a ajuda do fórum está bem mais fácil
Mas enfim... Me ajudou muito de verdade. Com certeza vou pegar com mais calma e revisar essa questão no fim de semana pra fixar o conceito. Pedi a mesma questão em outra pergunta pois vi que havia outros métodos que foi pela Lei das Malhas, que foi como o Robson resolveu em outro tópico. É sempre bom conhecer outros métodos. Além disso, não estava conseguindo abrir esse tópico, o meu navegador anda estranho depois que atualize. Só pra constar que eu não fiz tópicos repetidos propositalmente.
Muito obrigada Eduardo e Mestre Rihan, assim como aos outros que me responderam de outra forma. É dificil aprender sem um professor com quem tirar dúvidas, estou me virando com o resumo e video aulas. Com a ajuda do fórum está bem mais fácil
Giiovanna- Grupo
Velhos amigos do Fórum - Mensagens : 2128
Data de inscrição : 31/08/2012
Idade : 29
Localização : São Paulo, SP
Re: Resistores e lei de Ohm - Pouillet
!!
Estamos aqui !
E Vamos Lá !
Estamos aqui !
E Vamos Lá !
rihan- Estrela Dourada
- Mensagens : 5049
Data de inscrição : 22/08/2011
Idade : 69
Localização : Rio de Janeiro, RJ, Itabuna-Ilhéus, BA, Brasil
Re: Resistores e lei de Ohm - Pouillet
E vamos lá, pra USP ano que vem
Giiovanna- Grupo
Velhos amigos do Fórum - Mensagens : 2128
Data de inscrição : 31/08/2012
Idade : 29
Localização : São Paulo, SP
Re: Resistores e lei de Ohm - Pouillet
Com Certeza ! E Viva LLimonada ! Futura Uspiana ! !
rihan- Estrela Dourada
- Mensagens : 5049
Data de inscrição : 22/08/2011
Idade : 69
Localização : Rio de Janeiro, RJ, Itabuna-Ilhéus, BA, Brasil
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