Guerra do Contestado

Quem foram os povos expulsos de sua terra com a construção da ferrovia? Professor de história falou que eram grileiros, porém, na aula de geografia, o professor disse que grileiros eram homens ricos que grilavam a terra, falsificando documentos. E o professor de história deu a entender que esses grileiros eram pobres, estou confusa.

ireidrav escreveu:Quem foram os povos expulsos de sua terra com a construção da ferrovia? Professor de história falou que eram grileiros, porém, na aula de geografia, o professor disse que grileiros eram homens ricos que grilavam a terra, falsificando documentos. E o professor de história deu a entender que esses grileiros eram pobres, estou confusa.

Creio que houve um equívoco quanto ao entendimento do termo ''grileiros''.

Grileiros são homens - geralmente de classe social menos favorecida - que ocupam terrenos ociosos (sem ocupação ou produtividade aparente) com utilização de aparatos como cercas e pequena criação de subsistência. Eles permanecem na terra por tempo suficiente para falsificar documentos comprovando a falsa legitimidade de posse da terra. O nome ''grileiros'' vem da técnica utilizada por estes indivíduos na confecção dos documentos: os grilos liberam uma espécie de líquido amarelado que, em contato com uma folha de papel, dá aquele aspecto de ''folha antiga'', fortalecendo a falsa sensação de que, por se tratarem de documentos velhos, a terra é, portanto, legítima.

Sobre sua dúvida em relação à Guerra do Contestado, os povos expulsos eram fazendeiros pobres, agricultores locais, intelectuais seguidores de José Maria: um fanático religioso dito como messiânico, e essas camadas sociais habitavam a localidade catarinense. Pela pressão exercida pelas elites para a instalação ferroviária da companhia Brazil Railway, eles expulsaram esses povos à força e com uso de violência. Outro fator que contribuiu para o cenário de guerra foi a própria organização social: não pagavam impostos - incluindo o dízimo católico - e não votavam, prejudicando as elites cafeicultoras e a política coronelista.