Medicina- SP- Arcadismo

Leia os fragmentos de poemas e assinale a alternativa que contém afirmação correta quanto a suas características e/ou
intenções.

(A) Neste fragmento, Mário de Sá-Carneiro, poeta do Modernismo português, expõe a angústia existencial e retoma uma característica do Renascimento: o antropocentrismo (o homem como centro de todas as coisas).

Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.

(B) No fragmento do soneto de Antero de Quental, poeta realista português, é nítida a certeza do eu lírico quanto à existência de Deus.

Num Céu intemerato e cristalino
Pode habitar talvez um Deus distante,
Vendo passar em sonho cambiante
O Ser, como espetáculo divino.

(C) Neste fragmento de poema, Manuel Bandeira, poeta modernista, demonstra seu apreço a valores de estética literária
anterior, o arcadismo.

Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
[protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor

(D) Há, neste fragmento do poema de Gonçalves Dias, uma característica básica do Romantismo, que é a fuga da cidade
para o campo, em busca da simplicidade.

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

(E) O fragmento do poema de Tomás Antônio Gonzaga, poeta representativo do Arcadismo, evidencia a perenidade e tranquilidade da vida.

Minha bela Marília, tudo passa;
a sorte deste mundo é mal segura;
se vem depois dos males a ventura,
vem depois dos prazeres a desgraça.

Galera, alguém sabe me ajudar dizendo porque a alternativa E está incorreta? 

Nota-se na E uma nítida visão negativa do mundo, não perena ou tranquilida.
"a sorte deste mundo é mal segura"
"vem depois dos prazeres a desgraça"

Ou, numa segunda interpretação (e talvez mais adequada), ainda não se fala de perenidade ou tranquilidade, mas sim de que a vida é passageira (carpe diem). Note como o autor diz que depois de uma coisa sempre vem outra, tudo passa e assim vai.