Tema: A Seca no Nordeste - como resolvê-la?

Rafael113 escreveu:Tema de importantes obras literárias, como "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, a seca que assola a região Nordeste do Brasil é um problema relatado desde o período colonial. Em 2013, a população nordestina passa pela pior seca dos últimos 50 anos, o que remete à necessidade de se encontrar meios para resolvê-la. Para tanto, deve-se ter em mente que a seca tem origens tanto naturais quanto sociais, só podendo ser resolvida com intervenções nestes dois cenários.

    Em uma primeira análise, a estiagem no Nordeste é um fenômeno geográfico. Naturalmente desfavorecida pela circulação atmosférica global, a região do Polígono das Secas apresenta baixos índices pluviométricos anuais. Para que este quadro seja driblado, é função do governo garantir a conclusão do projeto de transposição do Rio São Francisco, que beneficiará mais de doze milhões de pessoas pelo acesso à água. Além disso, órgãos, como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), devem continuar atuando a partir da construção de açudes em áreas afetadas, tal como já feito nos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. Para evitar que estes projetos sejam usufruídos apenas por grandes fazendeiros, o governo deve nomear fiscais que assegurem o acesso da população a eles.

    Em uma segunda análise, os impactos sociais da seca são agravados pelos descaso e preconceito da população do restante do país quanto à situação nordestina. Grande parte dos brasileiros possui uma visão estereotipada dos habitantes do Nordeste, e não reconhece sua importância no panorama de desenvolvimento nacional. A fim de resolver tal problema, as escolas devem promover aulas e debates sobre a participação do Nordeste nas política e economia brasileiras.

    Apenas com medidas nos quadros natural e social a seca no Nordeste pode ser gradativamente resolvida, levando a população do semiárido a uma condição de vida mais digna.

Separei os parágrafos para facilitar a leitura. Gostaria que alguém corrigisse meu texto baseando-se nas 5 habilidades avaliadas pelo ENEM (com notas de 0 a 200 para cada).

Muito obrigado desde já.

PS: As 5 competências são:
-Norma Culta
-Compreensão da proposta e aplicação de conceitos de outras áreas do conhecimento
-Argumentação
-Mecanismos Linguísticos
-Injunção

Além disso, órgãos, como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), devem continuar atuando a partir da construção de açudes em áreas afetadas, tal como já feito nos estados...

...pelos descaso e preconceito da...

Rafael113 escreveu:Obrigado pela correção, schow. 

Sobre o local da proposta de intervenção, tentei seguir um modelo (passado pelo meu professor) de um texto predominantemente injuntivo, colocando as propostas logo após os argumentos. Algumas dúvidas sobre a correção gramatical:

Além disso, órgãos, como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), devem continuar atuando a partir da construção de açudes em áreas afetadas, tal como já feito nos estados...

Por que essas vírgulas são necessárias? Dessa maneira não acabo destacando a palavra órgãos? Além disso, ao citar nome de órgãos/ instituições, devo sempre colocar a sigla correspondente após o nome?

Não é obrigatório colocar a sigla, mas, se você está de posse dela, coloque.

A vírgula entre a oração é opcional (eu acho, ou achava), mas grafe-a para evitar corretores mais exigentes. O deslocamento da oração adverbial comparativa deve está entre virgulas pela norma. Já perdi pontos numa redação ao deixar de grafar vírgula antes de "assim como", mesmo estando no final frase (era algo assim: "Outros países da América Latina passaram, também, por ditaduras na segunda metade do século XX, assim como o Brasil"). Também quis destacar o Brasil ao deixar de grafar a virgula, mas consideraram erro. Desde então, faço uso dessa regra de não deixar de grafá-la, quando posso. Converse com seu professor e confira se é dessa forma mesmo. Acho que, mesmo colocando a vírgula, o exemplo dado não perde destaque, até porque você citou esse órgão entre outros existentes.

...pelos descaso e preconceito da...

Não deveria haver plural em "pelos"? Afinal, ele se refere tanto a "descaso" quanto a "preconceito". Mesma dúvida para o "nas política e economia brasileiras".

Na minha concepção, seria "pelo descaso e preconceito da população". A preposição, nesse caso, fica subentendida antes de preconceito, como se fosse: "pelo descaso e [pelo] preconceito da população", mantendo o paralelismo sintático. Não cabe "pelos" nessa situação. A mesma coisa em "nas política e economia brasileiras". O correto seria: "na política e economia brasileira". Veja, também, que fica subentendido a preposição antes de economia, ficando: "na política e [na] economia brasileira". Recomendo que não deixe preposição subentendida, escreva-a sempre. Caso não queira, veja se o sentido é mantido com a sua ausência.