Interpretacao de texto UFPR

É com uma assiduidade assustadora que ouvimos notícias de um menino ou uma menina que são hospitalizados por terem sido vítimas de maus-tratos na escola – o bullying. É preciso chegar ao extremo de uma situação em que a vida de uma criança corre risco, seja por conta de um espancamento, seja por uma tentativa fracassada de suicídio, para que, levados pelo horror e pela incompreensão, pensemos sobre o velho discurso do “é coisa de criança” que nós, adultos, produzimos ao mesmo tempo em que desviamos os olhos para outra coisa qualquer. “A vida inteira sempre foi assim”, “sempre houve e sempre haverá fortes e fracos”, “não se meta nisso”, “se te pegarem, devolve na mesma moeda”... Um empurrão súbito e que se repete. Um xingamento ao entrar na classe, uma risada de zombaria com o dedo indicando a vítima, um apelido humilhante – tudo isso se chama violência. Chama-se mau-trato entre iguais. [...] É preciso haver uma reflexão profunda, uma revisão dos modelos nos quais educamos os nossos filhos. Os casos de assédio em que o agressor tem uma personalidade disfuncional ou algum transtorno psiquiátrico constituem exceções. Na maioria dos casos, trata-se da expressão de um sintoma, a ponta do iceberg de uma sociedade desconectada, individualista e egocêntrica que educa com base na filosofia do “não tenho nada a ver com isso” e que procura, acima de qualquer outro valor, apenas a comodidade. Uma sociedade que deixa os filhos sozinhos, com a ideia de que outros os eduquem para nós, que não tem tempo para eles, que vive desconectada de si mesma e dos demais e que banalizou o uso de formas sutis de violência para se atingir uma finalidade. (Disponível em: . Acesso em 22 out. 2017.)


01 - Com base no texto acima, considere as seguintes afirmativas: 


1. O autor faz uma crítica ao bullying sem, no entanto, sugerir formas de tratar essa situação. 2. O autor critica a postura de comodismo e indiferença que a sociedade apresenta em muitos casos de bullying. 
3. O autor defende que um apelido humilhante é uma forma de bullying.
 4. O autor usa as aspas diversas vezes no texto para reproduzir expressões comuns em nossa sociedade. Assinale a alternativa correta. 


a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. 
b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 
►d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 


Fiquei na duvida na 1. > pois de fato o autor nao sugere formas de TRATAR a situacao, ele apenas diz:
"É preciso haver uma reflexão profunda"

isso me parece uma ponderacao sobre o assunto, nao uma forma de RESOLVER o problema.


E fique na duvida na 2.: O autor critica a postura de comodismo e indiferença que a sociedade apresenta em muitos casos de bullying. 

no texto ele diz: "Na maioria dos casos, trata-se da expressão de um sintoma, a ponta do iceberg de uma sociedade desconectada, individualista e egocêntrica que educa com base na filosofia do “não tenho nada a ver com isso” e que procura, acima de qualquer outro valor, apenas a comodidade"

Ele fala a respeito da comodidade na criacao dos filhos, nao em relacao ao bullying. Entendo que esteja correlacionado, mas nao eh algo direto.

Tudo o que você disse faz sentido e pensei a mesma coisa. Eu tenho problemas com interpretação por conta dessas minhas observações. Mas de tanto tentar compreender os textos eu entendi que independente do que eu acho ou não, eu tenho que me colocar no lugar do autor. 
Ainda que eu considere apenas uma ponderação sobre o assunto, o autor colocou como o que ele acha que deve ser a solução,  tanto é que ele continua "é preciso [...] uma revisão nos modelos nos quais educamos..."
E com relação a 2, creio que se refere a esses trechos principalmente: "...desviamos os olhos para outra coisa qualquer. “A vida inteira sempre foi assim”, “sempre houve e sempre haverá fortes e fracos...” e também em "...que banalizou o uso de formas sutis de violência..."