Tema ; Questão Indigena no Brasil

     Pero de Magalhães, escritor e colonizador português, escreveu, no século XVI, suas impressões sobre a população nativa, descrevendo-as como um povo sem o entendimento das letras F, R e L : Fé, Rei e Lei, respectivamente. Apesar de séculos terem se passado, os efeitos desse pensamento retrógado ainda reverberam no Brasil contemporâneo, dificultando a garantia de direitos à população indigena.

     De acordo com Aristóteles, a política deve, por meio da justiça, prover o equilibrio na sociedade. Nesse contexto, percebe-se que, ao longo de sua formação, o Estado brasileiro não cumpriu seu dever para com os índios, chegando ao ponto de, em meados do século XX, a população nativa ter se reduzido a 10% da original. No entanto, apesar de seu número crescer constantemente nas últimas décadas, a expansão desenfreada do agronegócio se apresenta como uma das principais ameaças ao direito à propriedade e recursos dos nativos, ocasionando conflitos fundiários - que não raro ternimam em tragédias noticiadas na TV aberta.

     Outrossim, o preconceito herdado da colonização genocida praticada pelos lusitanos também é um fator que impede uma sociedade mais equilibrada. Dessa forma, constantemente ouve-se que índios são “vagabundos" bancados com dinheiro público, e, portanto, um peso para o Estado. Como consequência, os inúmeros discursos de ódio se materializam, ocasionando episódios tristes, como o ocorrido em 1997, quando um índio, após protestar em Brasília por mais direitos, foi queimado vivo enquanto dormia na rua.

     Torna-se evidente, portanto, que para alcançar uma sociedade mais equilibrada, como a idealizada por Aristóteles, é necessário mais justiça e informação. Nesse sentido, o Governo Federal deve, através da maior fiscalização e punição, impedir o abuso e invasão de terras indigenas pelo agronegócio, diminuindo assim os conflitos existentes. Ademais, a veiculação de propagandas do governo, através de associações com emissoras da TV aberta, visando informar a população e diminuir os discursos de ódio também é necessária. Dessa forma, o passado sangrento dará lugar a um futuro mais justo e igualitário para os reais descobridores do Brasil.