A cultura do cancelamento- modelo enem.

Relembrando a primeira mensagem :

O artigo 5 da Constituição Federal dispõe sobre a liberdade de expressão individual, colocando-a como um direito de todo cidadão brasileiro. Na atualidade, entretanto, sabe-se que tal garantia constitucional é ameaçada pela cultura do cancelamento, manifestada intensamente no meio virtual. Esse fenômeno é nocivo à sociedade, visto que é incompatível com princípios democráticos, além de afetar o debate público construtivo e plural.
     Deve-se, a princípio, analisar que o cerceamento da liberdade de expressão mostra-se extremamente danoso à sociedade, como foi observado, no Brasil, durante o período histórico da Ditadura Civíl-Militar, em que artistas do movimento vanguardista Tropicália não podiam apresentar suas letras de música e peças de teatro, pois eram censurados pelo governo vigente. Nesse sentido, a cultura do cancelamento, ao promover o receio de se expor opiniões na internet, assemelha-se a um tipo de censura praticada por regimes autoritários, na medida em que prejudica a manifestação individual. Ferem-se, por conseguinte, princípios constitucionais e o próprio âmago da democracia: o direito de mostrar a própria visão de mundo por meio do debate público, acontecimento incompatível com qualquer país civilizado.
     Ademais, não se pode deixar de lembrar que a opinião dos cidadãos manifestada na internet constitui-se como algo positivo e relevante, haja vista que representa a democratização das discussões sociais. Nesse viés, o filósofo inglês Nick Couldry, em seu livro "Por que a voz importa?", teorizou sobre a necessidade de se valorizar as diversas vozes- entendidas como expressões de visões de mundo plurais- das parcelas da sociedade que são geralmente silenciadas pelo meios de comunicação, os quais expressam os interesses das classes dominantes. A partir disso, nota-se que a cultura do cancelamento, por ser um método de punir alguém meramente por expor sua opinião no ambiente virtual, é absolutamente nociva ao debate público, na medida em que restringe o direito de se manifestar, o que é prejudicial à pluralidade de opiniões.
     Portanto, devem-se adotar medidas para mitigar o efeito da cultura do cancelamento na sociedade hodierna. Para isso, as plataformas das redes sociais mais utilizadas- Twitter, Instagram e Facebook- devem lançar campanhas para alertar o usuário a não praticar o linxamento virtual de pessoas que publicam seus pensamentos, o que será feito por meio de notificações, lançadas semanalmente, com textos sobre a importância de se respeitar a liberdade de pensamento do outro, com o objetivo de fazer os usuários das redes refletirem sobre o perigo de se praticar a cultura do cancelamento, cuja semelhança com métodos autoritários de regimes antidemocráticos é evidente. Com tal providência, possibilitar-se-á o cumprimento das garantias vinculadas à Carta Magna, com enormes ganhos em termos de liberdade de expressão.
 


  Gostaria de opiniões sobre esse texto, quem quiser fazer sugestões pode ficar a vontade.

Desculpe-me pela insistência, mas o discurso rechaçado é justamente o da elite (ninguém se importa se o Zé da esquina falou mal de homossexuais, mas se for alguém com voz midiática, daí há retaliação). Ou seja, quem tem o seu lugar de fala, na verdade, está perdendo o seu lugar de fala, e não o fortalecendo. É cada vez mais comum ver celebridades se eximindo de comentar sobre política, por exemplo, com receio de serem canceladas. Percebe, então, que a sua ideia não se verifica na realidade?

Ademais: o "não gosto" foi marcado por qual motivo? Se falei algo de errado, gostaria de saber, pois também estou aqui para aprender.

Quanto ao repertório: Zygmunt Bauman fala justamente isso em seu conceito de modernidade líquida.

O artigo 5 da Constituição Federal dispõe sobre a liberdade de expressão individual, colocando-a como um direito de todo cidadão brasileiro. Não obstante, sabe-se que tal garantia constitucional, na sociedade hodierna, é ameaçada pelo fenômeno da cultura do cancelamento, que age intensamente nas redes sociais e funciona, em linhas gerais, como uma espécie de "tribunal da internet" que pune os indivíduos com opiniões consideradas inadequadas a determinadas normas de conduta. Esse fato é prejudicial à sociedade, por dois aspectos principais: provoca não só um tipo de censura incompatível com a democracia, mas também julgamentos injustos.
     Deve-se, a princípio, analisar que, no período histórico da Ditadura Militar brasileira, diversas manifestações artisticas e opiniões de intelectuais foram censuradas pelo governo vigente, que não admitia quaisquer oposições ideológicas. Isso ficou nítido na repressão ao movimento vanguardista Tropicália, haja vista que seus participantes- como Caetano Veloso e Gilberto Gil, por exemplo- foram obrigados a sair do país, apenas porque se expressavam em repúdio à política do governo militar. Sob essa ótica, nota-se que a cultura do cancelamento, por ser um método de humilhar e intimidar alguém por causa de sua opinião postada na internet, é muito perigosa: representa uma forma de censura semelhante à vivenciada no período autoritário do país, o que atenta ao princípio constitucional da liberdade de expressão.
      Não se pode deixar de lembrar, também, que os julgamentos virtuais ocorridos no ato de se "cancelar" uma pessoa são imediatistas e, desse modo, implicam injustiças contra cidadãos comuns. Nesse viés, de acordo com o sociólogo alemão Ralf Dahrendorf, quando as normas sociais não são rigorosamente cumpridas, conforme determinam as leis, tem-se um estado de anomia- cenário de ausência de ordem muito nocivo à sociedade. A partir desse pensamento, infere-se ser a cultura do cancelamento, por, em certos casos, atribuir crimes ou falsas acusações a terceiros, geradora de um contexto anômico similar ao teorizado por Dahrendorf, visto que os usuários que a praticam dispensam as leis e almejam fazer justiça por si mesmos, o que provoca culpabilização precipitada a cidadãos inocentes, algo intolerável em uma nação que preza por direitos individuais de ampla defesa.
        Portanto, devem-se adotar medidas para mitigar o efeito da cultura do cancelamento na sociedade hodierna. Para isso, as plataformas das redes sociais mais utilizadas- Twitter, Instagram e Facebook- devem lançar campanhas para alertar o usuário a não praticar o linxamento virtual de pessoas que publicam seus pensamentos, o que será feito por meio de notificações, lançadas semanalmente, com textos sobre a importância de se respeitar a liberdade de pensamento do outro, com o objetivo de fazer os usuários das redes refletirem sobre o perigo de se praticar a cultura do cancelamento, cuja semelhança com métodos autoritários de regimes antidemocráticos é evidente. Com tal providência, possibilitar-se-á o cumprimento das garantias vinculadas à Carta Magna, com enormes ganhos em termos de liberdade de expressão.

Opa, notei um erro:
Primeira parte da tese: provoca não só um tipo de censura incompatível com a democracia
Tópico frasal referente a ela: Deve-se, a princípio, analisar que, no período histórico da Ditadura Militar brasileira, diversas manifestações artisticas e opiniões de intelectuais foram censuradas pelo governo vigente, que não admitia quaisquer oposições ideológicas.


Perceba que, na tese, você deixa claro que abordará a censura RELACIONADA À CULTURA DO CANCELAMENTO (o tema não é ditadura militar). Mas no tópico frasal do parágrafo argumentativo você fala diretamente da Ditadura Militar.
Faça o tópico frasal falando o que foi dito na tese. Só depois, no período seguinte, cite a Ditadura.

Está bem Arthur, obrigado pelos ajustes!!!

olha nao sei KKKKKKKKKKKK, acho que talvez se eu diminuir bem a letra