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Realismo Aristotelico

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Mensagem por Felipeuff Qua 16 Ago 2017, 16:50

 Quais as alterações mais visíveis, no sentido do termo substância desde o modo como é definido por Aristóteles até o modo como é compreendido hoje pelo senso comum?

Felipeuff
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Mensagem por EricFerro Sex 22 Set 2017, 19:40

A resposta está aí em baixo...


Última edição por EricFerro em Sex 22 Set 2017, 19:43, editado 1 vez(es)

EricFerro
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Mensagem por EricFerro Sex 22 Set 2017, 19:42

Olá Felipe, não sou um especialista em filosofia aristotélica, porém o conceito de substância, ao menos de um ponto de vista básico, é simples de se compreender. Substância para Aristóteles foi um conceito criado para combater a teoria das ideias de Platão, segundo a qual a ideia de um determinado objeto é uma realidade em si mesma, isto é, que preexiste (porque são eternas) aos próprios objetos particulares (instâncias do conceito). Por exemplo, a ideia de "cavalo" não se trata simplesmente de um conceito dotado de uma definição do tipo "mamífero quadrúpede da família dos equídeos..." que enuncia um conjunto de características gerais que, caso sejam encontradas em certos objetos perceptíveis (neste caso os cavalos) associaremos elas a eles (ou seja, reconheceremos que aqueles objetos pertencem a este grupo dos cavalos), antes é uma realidade em si mesma, preexistente aos próprios cavalos que percebemos, eterna e que reside no mundo das ideias (uma realidade fora do espaço e do tempo formada pelo conjunto total de todos os conceitos (esse Platão era meio maluco...) ).  Para Aristóteles, filho de médico e homem da empiria, esta doutrina platônica das ideias era inaceitável, o impelindo então a criar a teoria da substância como forma de combater a teoria das ideias de Platão. A teoria da substância de Aristóteles, tem aspectos gramaticais e ontológicos. No seu aspecto gramatical diz respeito a uma das categorias de enunciação da linguagem humana que, no total, resultam em dez para Aristóteles:

1- Categoria da substância: são os predicados que atribuímos aos sujeitos gramaticais ao enunciarmos suas características que os diferenciam dos demais objetos existentes no universo. Ex: "Homem é animal racional", neste caso o sujeito é "homem" e suas características essenciais são enunciadas pelo gênero "animal" mais a diferença específica que o separa dos demais objetos deste gênero, a saber, a "racionalidade".

2- Categoria da quantidade: são os predicados que quantificam os sujeitos. Ex: "Os cavalos têm quatro patas", neste caso o predicado "quatro" pertence à categoria da quantidade.
...
...
...
10- ... E por aí vai até chegar à décima categoria. Ou seja, a linguagem para aristóteles é o conjunto de sentenças formadas por sujeito e predicado (S é P) e existem dez tipos diferentes predicados. Neste caso estamos ignorando as sentenças interrogativas, interjeições, etc., a fim de considerar somente os casos em que enunciados algo sobre a realidade (S é P (v ou f)).

Já no seu aspecto ontológico a teoria da substância de Aristóteles enuncia que todos os objetos existentes no universo contêm uma substância que os agrupa em determinados grupos e os diferencia entre si. Ou seja, não se trata mais de separar a essência das coisas das próprias coisas como Platão propôs com sua doutrina das ideias. Para Aristóteles a definição de um conceito, como "homem é animal+racional", não é derivada da compreensão de um objeto ideal fora do espaço e do tempo, antes é fruto da observação de um conjunto de objetos perceptíveis no espaço e no tempo que, dotados de certas características em comum, são agrupados em gêneros, espécies, etc., formando o conjunto de todos os conceitos existentes em nossa linguagem. Obs: Estamos aqui ignorando conceitos abstratos, como o conceito de número, por exemplo, mas acredito que como Aristóteles era um realista os números são quantidades, isto é, não são realidades abstratas fora do espaço e do tempo, portanto nascem da contagem de objetos reais e perceptíveis.

Por fim, respondendo à sua questão: as alterações mais visíveis entre o conceito aristotélico de substância e o conceito atual é que a substância atual é apenas vista do ponto de vista gramatical (os substantivos), seu aspecto ontológico foi desprezado porque atualmente aceitamos como realidade apenas o que é tratado pelas ciências naturais. 

Espero ter ajudado e me desculpe por qualquer erro de ordem gramatical ou teórica.

EricFerro
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