Redação FUVEST 2014

por fergasfig Qua 16 Dez 2015, 22:30

Tema: http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/fuvest/fuvest2014_2fase.asp?img=01
em ''Redação'' ao lado esquerdo.

Linhas: 34 (limite)

Tempo: 1h 30 min

A ética e a cidadania na transição demográfica brasileira.

O cenário atual da demografia brasileira indica que, daqui a alguns anos, a maioria da população será idosa. Contudo, problemas como a falta de respeito e de cidadania para com o idoso, e a ausência de medidas eficientes por parte do governo para um bom sistema de previdência social, indicam que a exclusão daquele tende a crescer, juntamente com as opiniões antiéticas como as do Ministro das finanças do Japão, Taro Aso. Dessa forma, é imprescindível que o idoso esteja mais em evidência na questão social e econômica do país.

A antiga geração frequentemente é desrespeitada pelas mais jovens em locais que dão preferência, por lei, aos idosos, como em filas, em vagas de estacionamento e em transportes públicos. Atitudes como ajudar um idoso a atravessar a rua ou demonstrar respeito ao referir-se a ele, são bastante isoladas na sociedade, o que demonstra como a cidadania se faz ausente na educação. Visto que o país encontra-se em fase de transição demográfica, tal fato deveria ser repensado e posto mais em pauta por parte da população e do próprio governo, como em campanhas de conscientização.

Além disso, a falta de medidas eficientes em relação à previdência social por parte governamental, proporciona a exclusão econômica de parte da geração, uma vez que o valor que recebe-se é, muitas vezes, insuficiente para se manter uma qualidade de vida, e consequentemente, faz com que o idoso adie sua aposentadoria e continue presente no mercado de trabalho. Assim, o preconceito sofrido por permanecer nele, onde há uma concorrência grande com os jovens que ingressam, contribui para a sua exclusão social.

Opiniões com o mesmo teor antiético do referido ministro do Japão - país que já possui uma população de maioria idosa -, a qual tira a humanidade do idoso e coloca-o como gastos ao governo, serão cada vez mais reforçadas se a ética e a cidadania não forem estimuladas. E, portanto, a transição demográfica será feita de forma desestruturada.

por fergasfig Qui 17 Dez 2015, 00:13

Fiquei com um pouco de dúvida em relação ao tema.

A proposta diz: ''Redija um texto em prosa, no qual você avalie as posições do considerado ministro, supondo que esse se destine à publicação''

Eu deveria ter me voltado mais diretamente para o comentário do ministro, ou ter feito uma abordagem mais ampla sobre o assunto era o suficiente?

Qualquer ajuda será bem-vinda! Wink

por rrrjsj36 Sáb 02 Jan 2016, 09:04

fergasfig escreveu:...Contudo, problemas como a falta de respeito e de cidadania para com o idoso,...

Falta de respeito para com o idoso: OK
Falta de cidadania para com o idoso: ??? -> Falta de paralelismo

fergasfig escreveu:..., juntamente com as opiniões antiéticas como as do Ministro das finanças do Japão, Taro Aso...

Penso que isso não é muito recomendável... Pelo menos pelo que meus professores me falaram, deve-se considerar a redação um texto independente da proposta. Assim, acho que seria melhor citar a opinião do ministro de finanças diretamente na redação, ou explicá-la.
Além disso, a proposta afirma que o texto seria destinado para publicação. Dessa forma, imagine que a redação estivesse em blog e dai o leitor visse "como as do Ministro...", ele iria pensar: "Tá, mas quais opiniões?!", entende?

fergasfig escreveu:...vez que o valor que recebe-se ...

Lembre-se que o pronome relativo atrai o pronome, exigindo próclise aqui.

A argumentação, de forma geral, achei boa, apesar de não fugir muito dos argumentos mais comuns.

ps.: A coordenadora da FUVEST já afirmou em uma entrevista que eles querem redações com originalidade, que fujam do senso comum...
Também tenho problema com isso... Em metade das propostas é difícil fugir do senso comum, na outra metade o risco é de "inovar" muito e acabar fugindo da proposta da redação dissertativa argumentativa kk

por **Fito42** Sáb 02 Jan 2016, 10:35

fergasfig escreveu:Tema: http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/fuvest/fuvest2014_2fase.asp?img=01
em ''Redação'' ao lado esquerdo.

Linhas: 34 (limite)

Tempo: 1h 30 min

A ética e a cidadania na transição demográfica brasileira.

O cenário atual da demografia brasileira indica que, daqui a alguns anos, a maioria da população será idosa. Aqui cabe uma bagagem cultural de geografia, sobre pirâmides e transições demográficas, citando os países do 1º mundo, por exemplo. Contudo, problemas como a falta de respeito e de cidadania para com o idoso, e a ausência de medidas eficientes por parte do governo para um bom sistema de previdência social, indicam que a exclusão daquele tende a crescer, juntamente com as opiniões antiéticas como as do Ministro das finanças do Japão, Taro Aso ficou meio jogada essa informação, faltou colocar o que ele realmente disse. Dessa forma, é imprescindível que o idoso esteja mais em evidência na questão social e econômica do país. Tese ok!

A antiga geração frequentemente é desrespeitada pelas mais jovens em locais que dão preferência, por lei, aos idosos, como em filas, em vagas de estacionamento e em transportes públicos. Atitudes como ajudar um idoso a atravessar a rua ou demonstrar respeito ao referir-se a ele, são bastante isoladas na sociedade, o que demonstra como a cidadania se faz ausente na educação. Visto que o país encontra-se em fase de transição demográfica, tal fato deveria ser repensado e posto mais em pauta por parte da população e do próprio governo, como em campanhas de conscientização.

Além disso, a falta de medidas eficientes em relação à previdência social por parte governamental, proporciona a exclusão econômica de parte da geração, uma vez que o valor que recebe-se é, muitas vezes, insuficiente para se manter uma qualidade de vida, e consequentemente, faz com que o idoso adie sua aposentadoria e continue presente no mercado de trabalho. Assim, o preconceito sofrido por permanecer nele, onde há uma concorrência grande com os jovens que ingressam, contribui para a sua exclusão social.

Opiniões com o mesmo teor antiético do referido ministro do Japão - país que já possui uma população de maioria idosa -, a qual tira a humanidade do idoso e coloca-o como gastos ao governo, serão cada vez mais reforçadas se a ética e a cidadania não forem estimuladas. E, portanto, a transição demográfica será feita de forma desestruturada.

Ficaria mais claro colocar a fala do ministro do Japão no 1º parágrafo e apenas citá-lo na conclusão;
Cuidado com períodos muito longos, como no 1º e no 3º parágrafo;
Seu texto não tem aquele caráter filosófico "exigido" pela FUVEST, está parecendo os textos do ENEM;
Seus argumentos e tese caíram no óbvio :/
Tente enriquecer a sua dissertação com informações históricas, geográficas, filosóficas etc. Daria para citar Focault ou qualquer outro filósofo utilitarista, dizendo que na nossa sociedade o valor de uma pessoa é medido pela sua capacidade de produção. Assim um idoso que sai da sua vida produtiva é esquecido por nós;

por **Nina Luizet** Sáb 02 Jan 2016, 20:36

fergasfig escreveu:..., juntamente com as opiniões antiéticas como as do Ministro das finanças do Japão, Taro Aso...

Apenas uma correção gramatical :
- A regência correta é ''juntamente à'' e não ''juntamente com'' (nesse caso temos um pleonasmo, já que, a conjunção ''com'' também atua no sentido de associação).

por fergasfig Ter 05 Jan 2016, 21:29

Pessoal, obrigada mesmo pelas dicas! Foram muito úteis (((:

por fergasfig Ter 05 Jan 2016, 21:37

Só pra saber, eu poderia relacionar o pensamento de Hobbes sobre o homem ser uma máquina com a exclusão que o idoso sofre após o encerramento da vida profissional? Que para a sociedade, depois de deixar de produzir para o mercado de trabalho, passa a ser descartável?

por rrrjsj36 Ter 05 Jan 2016, 23:10

Posso estar enganado, mas pelo que sei o pensamento de Hobbes não diz exatamente isso, sobre o homem ser uma "máquina". Acho que há pensadores melhores para aplicar nesse contexto: Bauman, Jean Baudrillard... que falam sobre a fluidez, a sociedade do consumo...

Ou então, talvez, você poderia fazer uma comparação com a obsolescência planejada: dizer que as pessoas são encaradas como produtos na sociedade e, assim, depois de perderem sua "utilidade" podem ser descartadas.

por fergasfig Ter 05 Jan 2016, 23:51

Entendi, obrigada!!

por nopz Dom 29 Dez 2019, 15:52

Fito42 escreveu:
fergasfig escreveu:Tema: http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/fuvest/fuvest2014_2fase.asp?img=01
em ''Redação'' ao lado esquerdo.

Linhas: 34 (limite)

Tempo: 1h 30 min

A ética e a cidadania na transição demográfica brasileira.

O cenário atual da demografia brasileira indica que, daqui a alguns anos, a maioria da população será idosa. Aqui cabe uma bagagem cultural de geografia, sobre pirâmides e transições demográficas, citando os países do 1º mundo, por exemplo. Contudo, problemas como a falta de respeito e de cidadania para com o idoso, e a ausência de medidas eficientes por parte do governo para um bom sistema de previdência social, indicam que a exclusão daquele tende a crescer, juntamente com as opiniões antiéticas como as do Ministro das finanças do Japão, Taro Aso ficou meio jogada essa informação, faltou colocar o que ele realmente disse. Dessa forma, é imprescindível que o idoso esteja mais em evidência na questão social e econômica do país. Tese ok!

A antiga geração frequentemente é desrespeitada pelas mais jovens em locais que dão preferência, por lei, aos idosos, como em filas, em vagas de estacionamento e em transportes públicos. Atitudes como ajudar um idoso a atravessar a rua ou demonstrar respeito ao referir-se a ele, são bastante isoladas na sociedade, o que demonstra como a cidadania se faz ausente na educação. Visto que o país encontra-se em fase de transição demográfica, tal fato deveria ser repensado e posto mais em pauta por parte da população e do próprio governo, como em campanhas de conscientização.

Além disso, a falta de medidas eficientes em relação à previdência social por parte governamental, proporciona a exclusão econômica de parte da geração, uma vez que o valor que recebe-se é, muitas vezes, insuficiente para se manter uma qualidade de vida, e consequentemente, faz com que o idoso adie sua aposentadoria e continue presente no mercado de trabalho. Assim, o preconceito sofrido por permanecer nele, onde há uma concorrência grande com os jovens que ingressam, contribui para a sua exclusão social.

Opiniões com o mesmo teor antiético do referido ministro do Japão - país que já possui uma população de maioria idosa -, a qual tira a humanidade do idoso e coloca-o como gastos ao governo, serão cada vez mais reforçadas se a ética e a cidadania não forem estimuladas. E, portanto, a transição demográfica será feita de forma desestruturada.

Ficaria mais claro colocar a fala do ministro do Japão no 1º parágrafo e apenas citá-lo na conclusão;
Cuidado com períodos muito longos, como no 1º e no 3º parágrafo;
Seu texto não tem aquele caráter filosófico "exigido" pela FUVEST, está parecendo os textos do ENEM;
Seus argumentos e tese caíram no óbvio :/
Tente enriquecer a sua dissertação com informações históricas, geográficas, filosóficas etc. Daria para citar Focault ou qualquer outro filósofo utilitarista, dizendo que na nossa sociedade o valor de uma pessoa é medido pela sua capacidade de produção. Assim um idoso que sai da sua vida produtiva é esquecido por nós;

Alguém sabe um referencial teórico que aborda de maneira específica o "valor de uma pessoa na sociedade"? Esse pensamento que o Fito colocou eu já ouvi muito dizer, mas sem atribuição à pensadores. Onde que o Foucault ou filósofos utilitaristas falam disso? Quem afirmou que o valor de uma pessoa na sociedade é medido pela sua capacidade produtiva?