O Enem contribuiu com o ensino superior?

Relembrando a primeira mensagem :

Ao longo desse primeiro semestre na faculdade de engenharia venho reparando que alguns dos meus colegas (80% da turma para ser mais específico) tem grande dificuldade na área de exatas. Alguns não sabem **expressão de baixo calão** nenhuma a diferença entre molécula e átomo, outros não sabem que -1 é maior que -2 e que não é possível dividir duas matrizes, etc. No entanto boa parte da turma provém da escola pública por meio de cotas raciais ou/e financeiras. Enfim, a minha questão a ser levantada é se a adesão da prova do Enem pelas universidades federais como meio único de ingresso à mesma diminuiu o nível do ensino público superior? Gostaria de ler os comentários de vocês a respeito desse assunto, por exemplo, a mesma situação ocorre aí no sul e sudeste do Brasil?

Nossa ,que imaginação da realidade. 

Eu quis que esse país seja, que sem ser de competição dos alunos pela inteligencia, mas sim pela educação e pelo processo da aprendizagem e da capacitação. Sem muitos esportes como futebol ,etc... que ficam aparecendo nas TV como um exemplo de COPA. Isso é falta de respeito para a aprendizagem. Indicando que podemos ter muitas faculdades e mais as escolas para simplificar a vida e ter os esportes pelos menos nas escolas ,também para satisfeitar os alunos pois aumentam a capacitação para o cerebro e a física. Ajudam a melhorar a saúde. 

Na época que eu era pequena, eu vi na TV que apareceu um professor ensinando sobre a física e sobre a força, me interessou. Muitas aulas também assim, quase até umas aulas em inglês na TV. É belíssimo ver TV com muitas aulas ao respeito de aprendizagem e informação.

Espero que isso atinge o nosso objetivo do futuro.

Kobalt42 escreveu: Escolhi Economia, mas para puxar o lado humano da coisa.

Na maioria das faculdades do Brasil, Economia é considerada das exatas... Um conhecido meu, por exemplo, foi estudar Economia na UFMG (na UFMG! 90% humanas :p) e desistiu porque sentiu o peso das exatas. Se lá é assim, então ctz que USP, UNICAMP, FGV e tal são ainda menos das humanidades.

Passei alguns dias pensando um pouco sobre o assunto e eis aqui algumas conclusões:

Muitas vezes no ensino médio do Brasil ficamos tão focados em passar no vestibular e entre outros que só enxergamos as profissões que mais aparecem e se destacam como Direito, Med, Odonto, Eng, Economia e etc. (Varia de região para região) e em muitas escolas quando levam palestrantes são geralmente egressos desses cursos. Sejam sinceros quantas vezes no EM vocês tiveram contato direito ou curiosidade de saber o que faz um Cientista Político? Um Sociólogo? Um bacharel em Serviço Social? Pois é o ''Preconceito'' ''começa'' aí, muitos alunos começam a pensar ''Se é tão importante pq nunca ouvi falar?'' ao contrário de Médicos, Advogados, Economistas, Professores. Profissões que temos contato direto desde que nascemos e sempre estão na mídia, seja em jornais, séries ou filmes. 
Agora partimos para a faculdade, uma coisa que percebi é que as turmas dos cursos que citei como ''mais enxergados'' são ->geralmente<- mais unidas e mais envolvidas com projetos e competições. Exemplos: Aqui é comum você ver acadêmicos de medicina, enfermagem, odonto e seus professores fazendo mutirões em bairros mais distantes ou ''esquecidos'' pelo poder público , alertando a população sobre saneamento básico, fazendo exames de pressão, orientando sobre medidas profiláticas para evitar doenças entre outros. O mesmo vale para os acadêmicos de direito, é comum você ver eles fazendo caravanas em busca de orientar a população sobre seus direitos, tirando dúvidas sobre procedimentos jurídicos entre outros. E os de Eng geralmente existem competições nacionais como Baja, DUNA, competições de aeromodelismo, maratonas de programação, start ups, empresas júnior e entre outros. Isso acaba incentivando o acadêmico a sempre querer mais e fazendo com que o mesmo acabe gostando ainda mais de seu curso. (Para os que irão cursar eng. caso se envolvam com projetos como esse, quando entrarem em uma competição e ganharem verão a felicidade de por seu conhecimento em prática e de ver tal dando resultado). Enfim, do outro lado as vezes alguém que não sei queria Dir ou Economia e acaba indo p outro curso finda sofrendo com esse esteriótipo do ''Aluno de Humanas desleixado'', não aproveitando/gostando do curso e ainda convivendo com o ''Ah mas se eu tivesse passado'' gerando desunião em turmas e tornando ainda pior o convívio, mas para essa realidade mudar só depende deles, de criarem projetos que possam mudar essa visão e mostrar a importância de seus cursos para a sociedade como um todo e mudar esse esteriótipo.
Outra coisa é que esse análise varia de região com região. Por exemplo imaginem os acadêmicos de Ciências Sociais, Politicas e afins da UnB, eles estão no coração político do nosso país, acompanhando de perto todos o desenrolar na prática de grande parte do que eles estudam, ou seja isso dá uma motivação a mais para ''estudar'' e se dedicar, pois eles sabem que podem fazer algo e mudar (Creio eu)

UTF escreveu:

Senhores, vim aqui pedir desculpas pela minha opinião sobre os cursos de humanas. Fui bem infeliz na minha colocação. Uma grande vastidão de conhecimento não pode ser culpada pelo uso que uma ou outra pessoa fez dele. 

Um gesto nobre cuja possibilidade está restrita apenas para pensadores honestos.

Cotas só prejudica a região norte.

acredito que o ENEM foi e está sendo muito importante para as áreas da linguagens (português, inglês, educação física, artes e literatura) e humanas (história, geografia, filosofia e sociologia), pois está abordando de forma muito mais madura esses conteúdos que os vestibulares tradicionais. Falo isso com base nos meus conhecimentos e na opnião de professores que tive. Antes era necessário ter um conhecimento muito detalhado dessas matérias e não era exigido senso crítico ou raciocínio nas provas, coisa que acontece agora. O conteudismo ficou de lado, mas de forma positiva. De certa forma, ainda é fundamental ter um conhecimento amplo de toda a matéria, mas sem aquela decoração de coisas pouco importantes como antes.

Já para as naturezas (física, química e biologia) e matemática, muita coisa pode ser melhorada. Na matemática e na física, principalmente, as questões ainda são todas muito bobas, restringindo-se a um ou outro exercício mais elaborado. O que eu acho pior mesmo é na matemática, que poderia ter as questões melhores distribuídas, abrangendo melhor os conteúdos.

A prova de química e biologia, ao meu ver, estão cada vez melhor, cobrando grande parte do conteúdo e com ótimas questões, exigindo raciocínio, além de conhecer bem a matéria. As questões de química desse ano estavam um show a parte.

No geral, acredito que o ENEM trouxe grandes contribuições para o ensino, por exigir algumas mudanças nos colégios para se adaptarem ao estilo da prova e, também, de facilitar o acesso as universidades federais.

Só que para a área de exatas, é nítido que a prova de matemática não é eficaz. E por causa dela, creio que o ensino de matemática nos lugares em que o único vestibular disputado pelos alunos seja o ENEM, seja prejudicado, porque os conteúdos serão ensinados de acordo com a superficialidade da prova. Eu digo superficialidade no sentido dos conteúdos, pois não é cobrada muita matemática que será essencial para o ensino superior -quem for fazer exatas. Mas as provas exigem um bom nível de raciocínio sim.

Talvez a saída seja as faculdades se adaptarem a isso. 

Na real mesmo, acho que um vestibular tipo fuvest é o ideal, mas ele não é acessível para todos, infelizmente.

O ENEM é algo bom e ruim ao mesmo tempo.

O bom do ENEM é que ele extinguiu alguns vestibulares, se antes uma pessoa tinha que viajar para 10 localidades diferentes para fazer várias provas e pagar vários vestibulares, hoje em dia paga apenas um.

O problema é a falta de precisão no exame, acho que algumas universidades e alguns cursos deveriam ter uma segunda fase no ENEM.

O que o ENEM fez foi tornar o ensino superior mais acessível.Hoje quase que qualquer pessoa entra numa faculdade,seja pelo Sisu,Prouni ou Fies.Só que existe um grande abismo entre a formação adquirida no decorrer do Ensino Básico(no geral a educação básica vai de mal a pior no Brasil) e a "bagagem" requirida para conseguir rendimento e ter uma boa formação de grau superior.O exame deveria ter uma nota de corte para cada Disciplina,sendo feita a distinção de área(Por exemplo:quem quer fazer um curso de Exatas deve ter pelos 8 de média entre Ciências e Matemática).O governo(PT) adota um tom populista fazendo essa abertura do Ensino Superior,não se preocupando com a qualidade dos profissionais que serão formados.O que Ele deveria fazer é: melhorar os cursos de formação de professores,promover a avaliação regular deles(o professor que não estiver apto a ensinar deverá passar por "reciclagem"),melhorar a infra-estrutura das escolas,aumentar a participação da família e das comunidades na escola,e tantas outras medidas para melhorar a educação no Brasil.Quando a educação for de qualidade e para todos não haverá a necessidade de ficar discutindo medidas facilitadoras de acesso.Vale destacar que eu estudei a vida toda em escola pública estadual e sei a diferença entre as escolas públicas e as particulares.

Por um lado acho que o ENEM excluiu as regionalidades da prova, cada região tem uma forma de abordar determinado assunto, etc. Além de que cobra alguns conteúdos pouco importantes