Sobre a demonstração do Binômio de Newton
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Sobre a demonstração do Binômio de Newton
Eu estava lendo uma demonstração do Teorema do Binômio de Newton quando me deparei com o seguinte desenvolvimento algébrico:
Gostaria que me explicassem, detalhadamente, como eu posso chegar nisso.
Gostaria que me explicassem, detalhadamente, como eu posso chegar nisso.
JOAO [ITA]- Fera
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Data de inscrição : 25/02/2012
Idade : 27
Localização : São José dos Campos,SP,Brasil
Re: Sobre a demonstração do Binômio de Newton
a.a² = a³
a(a+a²) = a² + a³
a(a+a²) = a² + a³
rihan- Estrela Dourada
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Localização : Rio de Janeiro, RJ, Itabuna-Ilhéus, BA, Brasil
Re: Sobre a demonstração do Binômio de Newton
Sim, mas é que eu achei na internet o seguinte desenvolvimento e não consegui entendê-lo:
Poderia me explicar detalhadamente?
Desculpe-me por não ter formulado a pergunta direito antes.
Poderia me explicar detalhadamente?
Desculpe-me por não ter formulado a pergunta direito antes.
JOAO [ITA]- Fera
- Mensagens : 866
Data de inscrição : 25/02/2012
Idade : 27
Localização : São José dos Campos,SP,Brasil
Re: Sobre a demonstração do Binômio de Newton
Parceiro JOAO [ITA] ,
Tem gente que gosta do "Pra que simplificar se podemos complicar ?" ...
Eu não sou dessa "tchurma".
Sempre que explicamos, mostramos ou demonstramos alguma coisa e essa coisa não é logo bem compreendida pela a grande maioria, para mim, indica que ainda não o estamos fazendo da melhor maneira possível.
Entretanto, jamais podemos ter receio, espanto ou preguiça de enfrentarmos as situações ou problemas, por mais "cabeludos" que estes pareçam. Isso é fundamental para evoluirmos e triunfarmos.
"Isso" que você está estudando deve ser a "Demonstração por Indução Finita" ("Indução
Matemática" ou "Indução Plena" ou "Raciocínio por Recorrência") da expressão ou identidade do "Binômio de Newton".
Particularmente, considero o PIOR método :evil: para tal.
Mas...
Vamos Lá !
Um excelente método para descomplicarmos o que querem complicar é, quando possível — e quase sempre o é — exemplificarmos com miniaturas, pequenos modelos do que parece ser "grandão".
Pode ser chamado de "Método Jack, o Estripador", "Dividir Para Conquistar", "É Pequeno Que Eu Gosto", "Sai Pra Lá Coisa Grande", "Viva o Japão !!!", ou, simplesmente, ser visto como um humilde reconhecimento do pequeno "tamanho" de nosso "buffer", nossa limitada "memória cache", nossa memória imediata, que não é lá grandes coisas.
Essas linhas seguintes são identidades:
1: (x+y)² ≡ x² + 2xy + y²
2: (x+y)³ ≡ x³ + 3x²y + 3xy² + y³
3: a³ ≡ a.a.a
4: a.a.a ≡ a².a ≡ a.a²
5: a(b+c) ≡ ab + ac
6: (x+y)(X+Y) ≡ xX + xY + yX + yY
Você já as conhece bem, né ?
Talvez até tenha achado um pouco estranha a forma da última, mas a reconhece...
Continuando...
Vamos inventar uma "coisa" que age sobre duas coisas: B(n)
Vamos definí-la recursivamente, assim:
B(0) = 1
B(1) = x + y
B(2) = B(1).(x+y)
B(3) = B(2).(x+y)
...
B(n) = B(n-1).(x+y)
Isso é uma forma "complicada" de definirmos "potência" de (x+y), né ?
Podemos "ver", "percerber" ou, em último caso, algebrizarmos. O resultado será:
B(n) = (x+y)n
E, se necessário for, simplificarmos mais ainda para o nosso limitado "buffer", fazendo:
(x+y) ≡ z
Independentemente de qualquer coisa, é bem mais razoável escrevermos:
B(n) = zn
Do que:
B(n) = z.z.z.z.z.z... z <----------- ( "n" vezes)
Então, (zn) é uma excelente notação ! Reduzidíssima e compreensível por todos !
Às vezes uma notação nos faz economizar espaçotempo, mas, infelizmente nos tira a "visão" da coisa.
Como tudo na vida, tem seus "prós" e seus "contras" ...
Continuando...
Sejam:
C(n; k) ≡ n!/( k!(n-k)! )
Σ[0; n](xk) ≡ x0 + x1 + x2 + ... xn
(x+y)n ≡ Σ[n]( C(n; k) xn-k yk )
Vamos, para simplificar, trabalhar com (n = 2) e (n+1 = 3) :face: .
Então, dado que:
(x+y)2 = Σ[0; 2]( C(2; k)x2-k yk ) = C(2; 0) x2-0 y0 + C(2; 1) x2-1 y1 + C(2; 2)x2-2 y2 = x² + 2xy + y²
Vamos mostrar que é verdadeiro para:
(x+y)³
Isto é:
(x+y)2+1 = Σ[0; 2+1]( C(2+1; k) x2+1-k yk )
Continuando...
(x+y)³ = x(x+y)² + y(x+y)²
(x+y)³ = x Σ[0; 2]( C(2; k) x2-k yk ) + y Σ[0; 2]( C(2; k) x2-kyk )
Vamos dar uma olhada no somatório, é pequenininho...
(x+y)³ = x(x² + 2xy + y²) + y(x² + 2xy + y²)
(x+y)³ = x.x² + x( 2xy + y²) + y.y² +y(x² + 2xy)
(x+y)³ = x³ + x( 2xy + y²) + y(x² + 2xy) + y³
Reparando no 2º e o 3º termo, podemos escrevê-los na notação de somatório, bastando adequar os limites dos índices:
(x+y)³ = x³ + xΣ[1; 2]( C(2;k)x2-iyi ) + yΣ[0; 2-1]( C(2;k)x2-iyi ) + y³
Como nós temos dois somatórios com diferentes limites para os índices, vamos tentar colocá-los sob os mesmos limites de índices, para virar uma mesma "coisa"...
Vamos recordar o "Triângulo de Pascal" ou, simplesmente, as "Relações de Stifel" para combinações (coeficientes binomiais, números binomiais...):
1) Princípio Formador do Triângulo de Pascal
C(n; k) = C(n-1; k-1)+ C(n-1; k)
Por exemplo : C(3; 1) = C(2; 0) + C(2; 1)
Linha 2: 1 2 1
Linha 3: 1 3 3 1
2) Simetria no Triângulo de Pascal
C(n; k) = C(n; n-k)
Por exemplo:
Linha 4: 1 4 6 4 1
C(4; 1) = C(4; 3) ...
Linha 5: 1 5 10 10 5 1
C(5; 2) = C(5; 3) ...
Vamos fazer ambos somatórios terem os limites do 1º deles, [1; n], e mexer nos coeficientes binomiais e nos expoentes para ficar certinho, o que era (k) vai virar (k-1):
(x+y)³ = x³ + x Σ[1; 2]( C(2; k) x2-k yk ) + y Σ[1; 2]( C(2; k-1)x2-k+1yk-1 ) + y³
Vamos "distribuir" o (x) e o (y) pelo somatório, passá-los "pra dentro", isto é, nos fatores (xy), os expoentes vão ser adicionados de (1), respectivamente:
(x+y)³ = x³ + Σ[1; 2]( C(2; k) x2-k+1 yk ) + Σ[1; 2]( C(2; k-1)x2-k+1yk ) + y³
Agora temos uma coisa comum e podemos evidenciá-la:
(x+y)³ = x³ + Σ[1; 2]( x2-k+1 yk ( C(2; k) + C(2; k-1) ) ) + y³
Em vermelho a relação fundamental do Triângulo de Pascal, né ?
(x+y)³ = x³ + Σ[1; 2]( x2-k+1 yk C(2+1; k) ) + y³
Agora é so colocar todo mundo dentro da somatória, ajustando os limites dos índices, obviamente, e dar uma arrumada pra ficar igualzinho a nossa tese:
(x+y)2+1 = Σ[0; 2]( C(2+1; k) x2+1-k yk )
Agora mude:
(2) para (n) e (2+1) para (n+1) :face: :
(x+y)n+1 = Σ[0; n]( C(n+1; k) xn+1-k yk ) ■
Ufa !
Chega !
Muito chato isso !
Saudações cansadas e arrependidas !
E Vamos Lá !
Tem gente que gosta do "Pra que simplificar se podemos complicar ?" ...
Eu não sou dessa "tchurma".
Sempre que explicamos, mostramos ou demonstramos alguma coisa e essa coisa não é logo bem compreendida pela a grande maioria, para mim, indica que ainda não o estamos fazendo da melhor maneira possível.
Entretanto, jamais podemos ter receio, espanto ou preguiça de enfrentarmos as situações ou problemas, por mais "cabeludos" que estes pareçam. Isso é fundamental para evoluirmos e triunfarmos.
"Isso" que você está estudando deve ser a "Demonstração por Indução Finita" ("Indução
Matemática" ou "Indução Plena" ou "Raciocínio por Recorrência") da expressão ou identidade do "Binômio de Newton".
Particularmente, considero o PIOR método :evil: para tal.
Mas...
Vamos Lá !
Um excelente método para descomplicarmos o que querem complicar é, quando possível — e quase sempre o é — exemplificarmos com miniaturas, pequenos modelos do que parece ser "grandão".
Pode ser chamado de "Método Jack, o Estripador", "Dividir Para Conquistar", "É Pequeno Que Eu Gosto", "Sai Pra Lá Coisa Grande", "Viva o Japão !!!", ou, simplesmente, ser visto como um humilde reconhecimento do pequeno "tamanho" de nosso "buffer", nossa limitada "memória cache", nossa memória imediata, que não é lá grandes coisas.
Essas linhas seguintes são identidades:
1: (x+y)² ≡ x² + 2xy + y²
2: (x+y)³ ≡ x³ + 3x²y + 3xy² + y³
3: a³ ≡ a.a.a
4: a.a.a ≡ a².a ≡ a.a²
5: a(b+c) ≡ ab + ac
6: (x+y)(X+Y) ≡ xX + xY + yX + yY
Você já as conhece bem, né ?
Talvez até tenha achado um pouco estranha a forma da última, mas a reconhece...
Continuando...
Vamos inventar uma "coisa" que age sobre duas coisas: B(n)
Vamos definí-la recursivamente, assim:
B(0) = 1
B(1) = x + y
B(2) = B(1).(x+y)
B(3) = B(2).(x+y)
...
B(n) = B(n-1).(x+y)
Isso é uma forma "complicada" de definirmos "potência" de (x+y), né ?
Podemos "ver", "percerber" ou, em último caso, algebrizarmos. O resultado será:
B(n) = (x+y)n
E, se necessário for, simplificarmos mais ainda para o nosso limitado "buffer", fazendo:
(x+y) ≡ z
Independentemente de qualquer coisa, é bem mais razoável escrevermos:
B(n) = zn
Do que:
B(n) = z.z.z.z.z.z... z <----------- ( "n" vezes)
Então, (zn) é uma excelente notação ! Reduzidíssima e compreensível por todos !
Às vezes uma notação nos faz economizar espaçotempo, mas, infelizmente nos tira a "visão" da coisa.
Como tudo na vida, tem seus "prós" e seus "contras" ...
Continuando...
Sejam:
C(n; k) ≡ n!/( k!(n-k)! )
Σ[0; n](xk) ≡ x0 + x1 + x2 + ... xn
(x+y)n ≡ Σ[n]( C(n; k) xn-k yk )
Vamos, para simplificar, trabalhar com (n = 2) e (n+1 = 3) :face: .
Então, dado que:
(x+y)2 = Σ[0; 2]( C(2; k)x2-k yk ) = C(2; 0) x2-0 y0 + C(2; 1) x2-1 y1 + C(2; 2)x2-2 y2 = x² + 2xy + y²
Vamos mostrar que é verdadeiro para:
(x+y)³
Isto é:
(x+y)2+1 = Σ[0; 2+1]( C(2+1; k) x2+1-k yk )
Continuando...
(x+y)³ = x(x+y)² + y(x+y)²
(x+y)³ = x Σ[0; 2]( C(2; k) x2-k yk ) + y Σ[0; 2]( C(2; k) x2-kyk )
Vamos dar uma olhada no somatório, é pequenininho...
(x+y)³ = x(x² + 2xy + y²) + y(x² + 2xy + y²)
(x+y)³ = x.x² + x( 2xy + y²) + y.y² +y(x² + 2xy)
(x+y)³ = x³ + x( 2xy + y²) + y(x² + 2xy) + y³
Reparando no 2º e o 3º termo, podemos escrevê-los na notação de somatório, bastando adequar os limites dos índices:
(x+y)³ = x³ + xΣ[1; 2]( C(2;k)x2-iyi ) + yΣ[0; 2-1]( C(2;k)x2-iyi ) + y³
Como nós temos dois somatórios com diferentes limites para os índices, vamos tentar colocá-los sob os mesmos limites de índices, para virar uma mesma "coisa"...
Vamos recordar o "Triângulo de Pascal" ou, simplesmente, as "Relações de Stifel" para combinações (coeficientes binomiais, números binomiais...):
1) Princípio Formador do Triângulo de Pascal
C(n; k) = C(n-1; k-1)+ C(n-1; k)
Por exemplo : C(3; 1) = C(2; 0) + C(2; 1)
Linha 2: 1 2 1
Linha 3: 1 3 3 1
2) Simetria no Triângulo de Pascal
C(n; k) = C(n; n-k)
Por exemplo:
Linha 4: 1 4 6 4 1
C(4; 1) = C(4; 3) ...
Linha 5: 1 5 10 10 5 1
C(5; 2) = C(5; 3) ...
Vamos fazer ambos somatórios terem os limites do 1º deles, [1; n], e mexer nos coeficientes binomiais e nos expoentes para ficar certinho, o que era (k) vai virar (k-1):
(x+y)³ = x³ + x Σ[1; 2]( C(2; k) x2-k yk ) + y Σ[1; 2]( C(2; k-1)x2-k+1yk-1 ) + y³
Vamos "distribuir" o (x) e o (y) pelo somatório, passá-los "pra dentro", isto é, nos fatores (xy), os expoentes vão ser adicionados de (1), respectivamente:
(x+y)³ = x³ + Σ[1; 2]( C(2; k) x2-k+1 yk ) + Σ[1; 2]( C(2; k-1)x2-k+1yk ) + y³
Agora temos uma coisa comum e podemos evidenciá-la:
(x+y)³ = x³ + Σ[1; 2]( x2-k+1 yk ( C(2; k) + C(2; k-1) ) ) + y³
Em vermelho a relação fundamental do Triângulo de Pascal, né ?
(x+y)³ = x³ + Σ[1; 2]( x2-k+1 yk C(2+1; k) ) + y³
Agora é so colocar todo mundo dentro da somatória, ajustando os limites dos índices, obviamente, e dar uma arrumada pra ficar igualzinho a nossa tese:
(x+y)2+1 = Σ[0; 2]( C(2+1; k) x2+1-k yk )
Agora mude:
(2) para (n) e (2+1) para (n+1) :face: :
(x+y)n+1 = Σ[0; n]( C(n+1; k) xn+1-k yk ) ■
Ufa !
Chega !
Muito chato isso !
Saudações cansadas e arrependidas !
E Vamos Lá !
rihan- Estrela Dourada
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Re: Sobre a demonstração do Binômio de Newton
Muito obrigado!
JOAO [ITA]- Fera
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rihan- Estrela Dourada
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Re: Sobre a demonstração do Binômio de Newton
''Viva o Japão''
AHOIAUHAIHUAHIUAHIAUHAIOUHAOIUHAOIHAOIUHAOIUHAIAHIUAHIUAHAUIHAOIUHAIHAOIUAHAHOAHAIHAIAHAIUH
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
:tuv: :hfy: :tuv:
AHOIAUHAIHUAHIUAHIAUHAIOUHAOIUHAOIHAOIUHAOIUHAIAHIUAHIUAHAUIHAOIUHAIHAOIUAHAHOAHAIHAIAHAIUH
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:tuv: :hfy: :tuv:
velloso- Estrela Dourada
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Idade : 34
Localização : Belém - Pará
Re: Sobre a demonstração do Binômio de Newton
brincadeirinha...
rihan- Estrela Dourada
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