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UFSC - Simbolismo

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Mensagem por Liss Collins Qui 10 maio 2018, 12:29

Oi, gente! Tudo bem com vocês?
Pessoal estava fazendo a questão abaixo. Porém, não entendi o porquê da 04 e a 16 estarem erradas. 
Poderiam me explicar? 
Muito obrigada desde já!

O Soneto
Nas formas voluptuosas o Soneto 
tem fascinante, cálida fragrância 
e as leves, langues curvas de elegância 
de extravagante e mórbido esqueleto. 


A graça nobre e grave do quarteto
recebe a original intolerância, 
toda a sutil, secreta extravagância 
que transborda terceto por terceto. 


E como um singular polichinelo 
ondula, ondeia, curioso e belo, 
o Soneto, nas formas caprichosas. 


As rimas dão-lhe a púrpura vetusta 
e na mais rara procissão augusta 
surge o sonho das almas dolorosas... 
CRUZ E SOUSA, J. da. Últimos sonetos. p. 17.

Com base na leitura do texto 3, no livro de poemas Últimos sonetos, obra publicada pela primeira vez em 1905, e no contexto geral da literatura brasileira da época de sua primeira edição, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 

01. No elogio que faz à forma do soneto, Cruz e Sousa aproxima-se, tematicamente, de alguns poemas parnasianos que têm por tema a própria poesia; isso pode estar relacionado com o desejo de reconhecimento, expresso em outros poemas de Últimos sonetos. 
02. Neste, como em outros poemas de Últimos sonetos, Cruz e Sousa exercita certa liberdade formal, manifesta especialmente na métrica irregular e no uso pouco convencional do vocabulário; essas características fazem com que o poeta seja hoje visto como um dos precursores da revolução modernista da década de 1920. 
04. Nos dois últimos versos do soneto “Cárcere das almas” – que chaveiro do Céu possui as chaves / para abrir-vos as portas do Mistério?! –, aparece um tema frequente na poesia de Cruz e Sousa, a libertação do espírito pela morte. 
08. Nos versos “tem fascinante, cálida fragrância” e “e as leves, langues curvas de elegância”, ocorrem, respectivamente, sinestesia e aliteração, figuras de linguagem utilizadas na poesia do Simbolismo. 
16. O primeiro quarteto do soneto “Vida obscura” – Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, / ó ser humilde entre os humildes seres. / Embriagado, tonto dos prazeres, / o mundo para ti foi negro e duro. – revela o envolvimento de Cruz e Sousa, como poeta e jornalista, na denúncia das condições miseráveis em que viviam os trabalhadores no início do processo de industrialização brasileiro. 
32. Neste poema, o soneto é visto, metaforicamente, como uma mulher sensual, o que sugere uma valorização da fertilidade e da vida; porém, a evocação da figura do esqueleto remete à ideia da morte inevitável. Dessa tensão entre vida e morte, resulta a valorização da vida como um momento efêmero para celebração e humor, sintetizado na figura do polichinelo.
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Mensagem por dd0123 Sáb 25 Ago 2018, 17:36

Olá,
Sobre a alternativa 4, eu também estou sem saber o motivo pelo qual foi considerada errada... 
Sobre a afirmativa 16 é preciso ter em mente que as obras de Cruz e Souza, assim como em  “Vida obscura”, sempre vão evidenciar seu aspecto abolicionista, transparecendo a preocupação social, onde a dor do homem negro (fruto de suas próprias experiências de preconceito) funde-se à dor universal humana, conferindo à sua obra um tom filosófico que reflete a angústia, o pessimismo e o tédio. Logo, não se trata do sofrimento de trabalhadores, mas sim de escravos (isso ainda é hipotético, pois tal conclusão de se tratar do escravo negro é com base em sua história e obras). Além disso a questão trata do início da industrialização no Brasil, coisa que ainda não tinha se estabelecido em meados do séc. XIX (que foi o período em que Cruz e Souza viveu).. Houve um surto sim durante os investimentos do Barão de Mauá, mas a industrialização brasileira de fato só começou durante a 1ª Guerra, 16 anos após a morte de Cruz e Souza..
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