Convicção de si mesmo frente à uma decisão:

Para você, como fica o sentimento de pertencer-se à si mesmo diante da situação de ter de defender algo em que você não acredita?

Pergunta muito boa, a sua, Royals. Me lembrei de uma situação na qual foi a seguinte: Tinha que fazer a prova oral do nível final do meu curso de inglês, e era sobre um debate se a mídia influenciava ou não nos estereótipos culturais. Mas esse debate era diferente e nesse mesmo semestre em que estou, mudou o roteiro. Não eram mais perguntas. E esse debate era diferente, tinha que haver um grupo contra isso e um outro a favor. Nisso, na maior parte do debate, eu tinha que ser do contra (porque o professor escolheu). Nisso, na maior parte do tempo, me senti desconfortável, queria ter ficado no grupo de ser a favor, mas não era isso que eu esperava. Em ser do grupo do contra. No final, todos tiraram notas boas (tanto o grupo do contra e a favor). Eu fui o único que tirou uma nota menor (apesar de eu ter tirado uma nota boa). E então respondendo à sua pergunta. Sim, dependendo de certs ocasiões, nós podemos ficar envergonhados em defender alguma coisa, ou podemos ficar melancólicos ou angustiado, nessa situação que te apresentei. Ou a pessoa ficar cheia de raiva, quando está numa discussão política e pensa que está cheia de razão. Enfim, são várias emoções que podemos ficar em determinadas situações.
Respondi sua pergunta?

O exemplo é muito bom, mas não respondeu não, amigo. Nesse caso, quando eu pergunto sobre o seu sentimento de pertencimento à si mesmo, eu queria dizer que, dependendo de determinadas decisões, contrariamos as nossas convicções e, consequentemente, nos corrompemos. Sendo assim, como fica a relação de nós com nós mesmos?

Ahhhhhhh. Não tinha sacado, realmente, preciso urgentemente estudar Filosofia... Bem, na minha humilde opinião. Seria, uma relação ilusória com a sua própria pessoa. A própria pessoa está se enganando... Acho que é isso.

Tudo bem! São coisas a se pensar. Refletiremos, então?

Sim. Refletiremos melhor ainda sobre.

Tenha uma ótima noite, meu querido Royals.

Pra você também!

Royals escreveu:Para você, como fica o sentimento de pertencer-se à si mesmo diante da situação de ter de defender algo em que você não acredita?

Primeiro um esclarecimento:
Você é o seu corpo, você não tem outro corpo e nem pode se desfazer desse, e seu cérebro é apenas mais um órgão nesse corpo. Portanto seu corpo (você) não é passível de ser objeto de posse de quem quer que seja; nem mesmo sua, pois você é o próprio corpo; você não se tem, você é.

Sei que há várias expressões sistematicamente enganadoras (como diz Gilbert Ryle, filósofo de Oxford) tais como: "homem dono de si" ou "meu corpo, minha opção". Não as comentarei além de que não discordo delas pois são a forma de se fazer entender numa sociedade preconceituosa.

defender o que não se acredita:
Se não acredita, não defenda -- simples assim! Mas há, ainda, duas variantes possíveis:

(a) não acredita porque não tem provas da veracidade mas também não tem provas da falsidade de algo.
Existe uma zona nebulosa, um campo neutro, uma região de incerteza e dúvida. Neste caso não se pode, honestamente, efetuar uma defesa falando a favor; mas pode-se defender evitando que se fale contra, levantando dúvidas sobre o discurso de quem ataca e exigindo e questionando a validade das provas. É a atitude de quem também está procurando pela verdade e não compactua com injustiça. A defesa consiste em tentar anular o ataque.

(b) não acredita porque sabe ser falso.
Neste caso, realmente, não há como executar uma defesa e quem o faz é porque tem o chamado "caráter venal", ou seja, pessoas que se vendem. Sabemos que existem pessoas que adotam, aparentemente sem maiores consequências, tal postura no entanto já li que (agora não lembro o autor para poder citar, desculpe) "o homem que está disposto a mentir sobre aquilo em que acredita, está pronto para cometer os maiores crimes".


Pois é... parece ser dura a vida de padre e advogado! Seja feliz, dedique-se às exatas ou biomédicas.

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