Humanização do atendimento de saúde no Brasil

A Idade Moderna foi um período de profundos avanços em diversos ramos da ciência, dentre eles a Medicina. O corpo humano deixou de ser algo inescrutável e, com isso, surgiram diversos médicos, muitos deles também filósofos e engajados com questões humanas, como o suíço Paracelso. Contudo, atualmente, não se percebe semelhante humanização dos médicos no Brasil [tema], os quais, muitas vezes, prezam a técnica em detrimento da ética em seus atendimentos, fato que configura um grave problema social. [tese]

Como forma de atestar esse fato, pode-se apontar a frequência de reclamações em relação à maneira ríspida com que muitos médicos noticiam um falecimento. Essa frieza e despreparo dos profissionais ao tratar de assuntos delicados podem tornar o momento ainda mais difícil para os familiares [consensual]. Uma constante causa para esse comportamento é o desejo do médico de não se envolver em demasia com seus pacientes [consensual]. Contudo, muitas vezes, o distanciamento profissional transforma-se em indiferença ou descaso, sentimentos inconcebíveis, visto que, em se tratando de pessoas, as quais possuem medos e expectativas, o mínimo que se espera do médico é humanidade. [conclusão] [1]

Outra comprovação do problema é a alta porcentagem de pessoas que pioram o quadro de saúde ou não tem seu problema diagnosticado devido a um mau atendimento do médico [tópico]. Não raro, durante suas conversas com o paciente, o profissional deixa de transmitir a sensibilidade necessária ao bem-estar emocional do enfermo [consensual]. Essa conduta, principalmente quando adotada por médicos que lidam constantemente com o indivíduo, pode resultar em agravamento dos sintomas, desenvolvimento de depressão e ansiedade no doente, fato que compromete a recuperação deste [consequência]. Além disso, o paciente pode omitir ao médico algumas queixas ou sintomas por se sentir inseguro ou por não ter confiança no profissional, postura que dificulta o diagnóstico. [2]

A partir da reflexão acima referendada, [3] percebe-se a necessidade de uma ação capaz de coibir o problema. Uma medida viável seria a obrigatoriedade estabelecida pelo Governo Federal de todas as faculdades de medicina públicas e privadas incluírem no curso preleções sobre ética e relações com os pacientes. Nessas aulas, os futuros médicos seriam instruídos a noticiar um falecimento de forma adequada e a dialogar com o paciente de forma respeitosa e interessada. Tal medida, já adotada por universidades como USP e Unicamp, deve ser estendida a todos os cursos de medicina do país, os quais devem esperar de seus alunos [4], além da competência técnica, o desenvolvimento adequado da sensibilidade humanística. [5]