ENEM PPL 2009
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ENEM PPL 2009
Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação,
casos passados há dez anos — e, antes de começar, digo
os motivos por que silenciei e por que me decido. Não
conservo notas: algumas que tomei foram inutilizadas e,
assim, com o decorrer do tempo, ia-me parecendo cada
dia mais difícil, quase impossível, redigir esta narrativa.
Além disso, julgando a matéria superior às minhas forças,
esperei que outros mais aptos se ocupassem dela. Não
vai aqui falsa modéstia, como adiante se verá. Também
me afligiu a idéia de jogar no papel criaturas vivas, sem
disfarces, com os nomes que têm no registro civil.
Repugnava-me deformá-las, dar-lhes pseudônimo, fazer
do livro uma espécie de romance; mas teria eu o direito
de utilizá-las em história presumivelmente verdadeira?
Que diriam elas se se vissem impressas, realizando atos
esquecidos, repetindo palavras contestáveis e obliteradas?
RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2000, v.1, p. 33.
Em relação ao seu contexto literário e sócio-histórico, esse fragmento da obra Memórias do Cárcere, do escritor Graciliano Ramos,
A) inova na ficção intimista que caracteriza a produção romanesca do modernismo da década de 30 do século XX.
B) aborda literariamente teses socialistas, o que faz do romance de Graciliano Ramos um texto panfletário.
C) é marcada pelo traço regionalista pitoresco e romântico, que é retomado pelo autor em pleno modernismo.
D) apresenta, em linguagem conscientemente trabalhada, a tensão entre o eu do escritor e o contexto que o forma.
E) configura-se como uma narrativa de linguagem rebuscada e sintaxe complexa, de difícil leitura.
Gabarito: D
Quando eu fiz o simulado com essa questão não entendi praticamente nada do texto, se alguém puder me explicar essa questão com carinho eu agradeço.
precisa de algum conhecimento fora a interpretação nessa questão ?
casos passados há dez anos — e, antes de começar, digo
os motivos por que silenciei e por que me decido. Não
conservo notas: algumas que tomei foram inutilizadas e,
assim, com o decorrer do tempo, ia-me parecendo cada
dia mais difícil, quase impossível, redigir esta narrativa.
Além disso, julgando a matéria superior às minhas forças,
esperei que outros mais aptos se ocupassem dela. Não
vai aqui falsa modéstia, como adiante se verá. Também
me afligiu a idéia de jogar no papel criaturas vivas, sem
disfarces, com os nomes que têm no registro civil.
Repugnava-me deformá-las, dar-lhes pseudônimo, fazer
do livro uma espécie de romance; mas teria eu o direito
de utilizá-las em história presumivelmente verdadeira?
Que diriam elas se se vissem impressas, realizando atos
esquecidos, repetindo palavras contestáveis e obliteradas?
RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2000, v.1, p. 33.
Em relação ao seu contexto literário e sócio-histórico, esse fragmento da obra Memórias do Cárcere, do escritor Graciliano Ramos,
A) inova na ficção intimista que caracteriza a produção romanesca do modernismo da década de 30 do século XX.
B) aborda literariamente teses socialistas, o que faz do romance de Graciliano Ramos um texto panfletário.
C) é marcada pelo traço regionalista pitoresco e romântico, que é retomado pelo autor em pleno modernismo.
D) apresenta, em linguagem conscientemente trabalhada, a tensão entre o eu do escritor e o contexto que o forma.
E) configura-se como uma narrativa de linguagem rebuscada e sintaxe complexa, de difícil leitura.
Gabarito: D
Quando eu fiz o simulado com essa questão não entendi praticamente nada do texto, se alguém puder me explicar essa questão com carinho eu agradeço.
precisa de algum conhecimento fora a interpretação nessa questão ?
Hian Alves- Iniciante
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Data de inscrição : 07/08/2020
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