ITA 2014
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ITA 2014
Abaixo, há considerações de alguns cineastas sobre cinema.
- Num filme, o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação. (Charles Chaplin, 1889-1977, cineasta britânico)
- O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho. (Orson Welles, 1915-1985, cineasta americano)
- O cinema é um modo divino de contar a vida. (Federico Fellini, 1920-1993, cineasta italiano)
- Cinema é a fraude mais bonita do mundo. (Jean-Luc Godard, 1930, cineasta francês)
- Muitas vezes, se usa a palavra Cinematográfico" como sinônimo de uma coisa excepcional: uNão sei o quê é cinematográfico!" Muitas vezes, o cinema é um acúmulo de momentos escolhidos, a dedo: a paisagem mais linda, com a luz mais incrível, com o momento mais emocionante, enfim... Só que eu estava interessada numa coisa muito mais simples. E, às vezes, as pessoas me perguntam: "Você trabalhou de um jeito até mais documental, às vezes. Por quê? Você queria que fosse mais verdadeiro?" Aí, eu falo: "Não! Não é isso!" Eu acho que qualquer coisa é uma construção. O documentário também é uma construção. Nada é mais ou menos verdadeiro. O que existe é a verdade de um filme. Interna. (Transcrição de parte da entrevista com a cineasta brasileira Sandra Kogut, constante do DVD do filme Mutum, 2007. Sandra Kogut é diretora e coautora do roteiro do filme, que foi inspirado na obra Pequenas histórias, de Guimarães Rosa.)
Instruções:
Considerando a relação entre as declarações dos cineastas e os textos da prova sobre o mesmo tema, redija uma dissertação em prosa, sustentando um ponto de vista sobre o assunto.
- - A redação deve ser feita na folha a ela destinada, respeitando os limites das linhas, com caneta azul ou preta.
- - A redação deve obedecer à norma padrão da língua portuguesa.
- - Dê um título para sua redação.
Na avaliação de sua redação, serão considerados:
- a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto;
- b) coesão e coerência do texto; e
- c) domínio do português padrão.
Façam uma correção o máximo rigorosa possível, Obrigado!
Os novos mundos com os filmes
[size][size]Chegara dia em que o homem, já com mentalidade formada e com compreensão das coisas que o rodeia, percebeu que poderia usar a escrita para criar realidades paralelas. Foi a invenção do livro, um método para mostrar outros mundos, para transmitir novas ideias. Contudo esse não é o fim da história, o método para viajar pelo mundo dos sonhos dos escritores saiu do papel e foi parar nas telas dos cinemas. Novos tempos, novos métodos, mas por que essa fuga da realidade? Seria ela tão ruim que não poderíamos nos contentar somente com o que é real?
Criar uma estória, seja o meio de transmiti-la um filme ou um livro, é criar uma versão alternativa de nosso mundo. Não se trata somente de um puro sonho; a maioria delas retrata também novos conceitos, outras formas de ver a própria realidade da qual estamos limitados. Na verdade é exatamente essa a função da arte: acabar com os limites; incentivar, principalmente, a refletir.
O caso clássico disso é a Ficção Científica. Filmes do século passado como o famoso “De volta para o Futuro” fizeram um retrato de como seriam os tempos atuais, analisando principalmente a tecnologia e a sociedade. Muitas previsões estão longe de se realizar, mas muito daquilo serviu de inspiração para o que existe hoje. Podemos não ter um “skate voador”, mas faxineiras eletrônicas, computadores avançados e mídias de armazenamento compactas são, ou pelo menos quase são, a realidade atual.
Escapar da realidade cotidiana deu a chave para a humanidade progredir, para pensar diferente, e é exatamente disso que os filmes tratam. Do mais simples romance romântico até o horripilante terror, escapamos por um momento de nossa lógica infalível e paramos para pensar. Nossa mente se abre e surgem novos planos.
O cinema realmente exerce o papel do livro evoluído e agora, ele não só transmite ideias, mas também, sensações relacionadas aos sentidos além da visão. Isso faz com que o espectador se aprofunde ainda mais naquela realidade alternativa e vivencie mais fortemente a história.
Não se trata apenas de uma realidade fechada sobre si, o filme é um reflexo do que a humanidade vivenciou, ou vivencia naquele momento. É um relato de como o mundo deve ou não ser, é uma opinião, não como a de um relato escrito, mas tem poder da influenciar como um, ou até mais, por ser mais facilmente aceita pelo público.
Portanto os filmes não chegam para substituir os livros, chegam para revolucionar o método de levar as pessoas para outros mundos. Só que essa não é uma viagem vazia, não é uma nova realidade completamente, é simplesmente arte: uma cópia que se renova a partir de outras cópias e que, mesmo assim, faz todo o sentido. A mensagem pode ser captada diferentemente de pessoa para pessoa, mas o que realmente importa é que alguma mensagem chegue, pois assim somos influenciados e o ciclo continua. A nossa pura realidade é algo que só pode ser mudado com o tempo.[/size][/size]
Matheus Fillipe- Mestre Jedi
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Re: ITA 2014
ITA aceita dissertacao em primeira pessoa? Alem disso, alguem tem um comentario sobre esse tema? Meio dificil esse tema de cinema, diferente da mobilidade urbana que caiu uns anos atras.
Shareen- Padawan
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Re: ITA 2014
Não existe dissertação em primeira pessoa do singular e toda dissertação pode ser feita na primeira pessoa do plural, não existe essa de ter regras além da literatura clássica em vestibulares até onde eu sei Se tiver primeira pessoa do singular não é dissertação e foi um erro meu, poderia indicar onde? Você já ouviu em um vestibular que não aceita primeira pessoa do plural?.
Sugiro ter certeza do que fala antes de falar, não me transmitiu muita certeza com suas perguntas não retóricas.
Esse tema caiu no ano passado, por isso o título ITA 2014, o que significa que é o sistema seletivo para esse ano, ou seja, prova do fim de 2013. O que há de errado com o tema? Os vestibulares só devem cobrar questões sociais e políticas? Acho que a primeira coisa para a profissão engenheiro, em si, sem desmerecer as questões políticas, é a criatividade. Existem filmes de 2 horas que passam um recado muito maior que livros brasileiros de 300 páginas com novelinhas e romances sem cabeça. Acho que alguns outros vestibulares já poderiam cobrar isso não é?
Gostaria que alguém lesse a minha dissertação e fizesse uma avaliação de verdade como essa que fiz acima a respeito da opinião do nosso amigo.
Obrigado!
Sugiro ter certeza do que fala antes de falar, não me transmitiu muita certeza com suas perguntas não retóricas.
Esse tema caiu no ano passado, por isso o título ITA 2014, o que significa que é o sistema seletivo para esse ano, ou seja, prova do fim de 2013. O que há de errado com o tema? Os vestibulares só devem cobrar questões sociais e políticas? Acho que a primeira coisa para a profissão engenheiro, em si, sem desmerecer as questões políticas, é a criatividade. Existem filmes de 2 horas que passam um recado muito maior que livros brasileiros de 300 páginas com novelinhas e romances sem cabeça. Acho que alguns outros vestibulares já poderiam cobrar isso não é?
Gostaria que alguém lesse a minha dissertação e fizesse uma avaliação de verdade como essa que fiz acima a respeito da opinião do nosso amigo.
Obrigado!
Matheus Fillipe- Mestre Jedi
- Mensagens : 893
Data de inscrição : 19/05/2013
Idade : 27
Localização : Araxá
Re: ITA 2014
Bom, aqui no meu colegio ensinam a usar primeira pessoa mas impressoalmente, ou seja no plural, mas sempre recomendam a fazer em terceira pessoa, jah que assim nao tem erro. Tanto que hoje tenho um pouco de bloqueio para usar primeira pessoa, jah que sinto que estou fazendo artigo de opiniao, haha.Matheus Fillipe escreveu:Não existe dissertação em primeira pessoa do singular e toda dissertação pode ser feita na primeira pessoa do plural, não existe essa de ter regras além da literatura clássica em vestibulares até onde eu sei Se tiver primeira pessoa do singular não é dissertação e foi um erro meu, poderia indicar onde? Você já ouviu em um vestibular que não aceita primeira pessoa do plural?.
Sugiro ter certeza do que fala antes de falar, não me transmitiu muita certeza com suas perguntas não retóricas.
Esse tema caiu no ano passado, por isso o título ITA 2014, o que significa que é o sistema seletivo para esse ano, ou seja, prova do fim de 2013. O que há de errado com o tema? Os vestibulares só devem cobrar questões sociais e políticas? Acho que a primeira coisa para a profissão engenheiro, em si, sem desmerecer as questões políticas, é a criatividade. Existem filmes de 2 horas que passam um recado muito maior que livros brasileiros de 300 páginas com novelinhas e romances sem cabeça. Acho que alguns outros vestibulares já poderiam cobrar isso não é?
E o que quis dizer eh que nao sao temas que normalmente sao trabalhadas, ou seja, nos pegam de surpresa, como a pra do ITA em geral, rsrs.
Sua redacao parece boa, mas nao sou nenhum mestre na redacao, vide a nota no enem ano passado...
Shareen- Padawan
- Mensagens : 73
Data de inscrição : 26/08/2013
Idade : 28
Localização : Cascavel, Parana, Brasil
Re: ITA 2014
“Chegara dia em que o homem, já com mentalidade formada e com compreensão das coisas que o rodeia, percebeu que poderia usar a escrita para criar realidades paralelas.”
Chegara o dia.
“É um relato de como o mundo deve ou não ser, é uma opinião, não como a de um relato escrito, mas tem poder da influenciar como um, ou até mais, por ser mais facilmente aceita pelo público.”
Não introduza nada em sua redação sem que vá desenvolver a ideia devidamente. O que atesta sua afirmação de que o cinema é mais bem aceito pelo público do que os livros? Se isso for um possível dado estatístico, deveria informar fonte e dados (mas não creio que seja o caso); se for sua opinião, deveria desenvolver a ideia e dizer o porquê de acreditar que o cinema influencia mais do que o livro (embora eu entenda que não haja espaço suficiente numa redação para tal). Se o argumento sobre a maior facilidade de aceitação pelo público já foi feito no texto, não ficou clara a ponte entre ele e esse trecho citado.
Dessa forma, tome cuidado e avalie o quão importante um dado é para sua dissertação. Se o trecho é tão importante que merece ser mencionado, então ele merece um espaço para disseca-lo um pouco mais profundamente e com melhor explicação; se o trecho não merece um aprofundamento mínimo e uma explicação razoável, então ele é irrelevante para o texto. Tente ao máximo não deixar falhas do gênero, pois elas abrem brechas para tirar pontos de sua argumentação.
“O cinema realmente exerce o papel do livro evoluído e agora, ele não só transmite ideias, mas também, sensações relacionadas aos sentidos além da visão. Isso faz com que o espectador se aprofunde ainda mais naquela realidade alternativa e vivencie mais fortemente a história.”
“Portanto os filmes não chegam para substituir os livros, chegam para revolucionar o método de levar as pessoas para outros mundos.”
Embora entenda o que o sr. quis transmitir, soa paradoxal referir-se ao cinema como um “livro evoluído” e depois dizer que ele não é um substituto dos livros. A evolução, em sua grande maioria e com algumas poucas exceções, tem justamente a função de substituição do que caiu em obsolescência, como é o caso das carroças pelos carros, ou dos computadores antigos pelos notebooks e tablets, ou dos celulares analógicos pelos digitais, de forma que esses trechos, confrontados, soam contraditórios.
“Só que essa não é uma viagem vazia, não é uma nova realidade completamente, é simplesmente arte: uma cópia que se renova a partir de outras cópias e que, mesmo assim, faz todo o sentido.”
Trecho confuso. Faz todo o sentido para o que? Para quem? E por que esse sentido se opõe a renovação e criação (oposição explicitada pelo “mesmo assim”)? Explique melhor.
Por curiosidade, mas o sr. escreveu esse texto manualmente? Não testei, e isso varia com sua grafia também, mas me parece bastante extenso para caber em apenas trinta linhas.
Há alguns deslizes na pontuação, mas nada contundente.
Eu estudava no Colégio Objetivo da capital paulistana e, pelo que eu saiba, não são todos os vestibulares que aceitam a dissertação 1ª pessoa do plural. Acredito que em artigos de opinião e cartas argumentativas isso seja bem vindo, mas, em dissertações, não o são, no geral. Para ser franco, não sei dizer quais são aqueles que aceitam, mas sei que muitos não aceitam; acredito que a UNICAMP aceite, mas não posso confirmar. Não sei quanto ao ITA. Na dúvida, eu recomendaria a utilização da 3ª pessoa, pois este evita qualquer tipo de erro, afinal todos os vestibulares e concursos públicos o aceitam, ao passo que a outra variaria de prova para prova. Além disso, a terceira pessoa garante uma imparcialidade argumentativa mais plausível, independente de aceitarem ou não a 1ª do plural, de modo que eu recomendaria a 3ª.
Nota: 80/100.
Espero ter ajudado.
Como comentário pessoal, concordo totalmente com seu comentário sobre a necessidade de criatividade em engenheiros e cientistas. Concordo que a arte tem um grande papel estimulador para tal. Vejo tantas interseções entre a arte e as ciências quanto vejo entre as ciências e a matemática ou entre as ciências e a história etc. Tanto quanto dominar as ciências exatas e naturais, acho que a arte criativa tem um enorme papel expansivo na mente; apenas dominar as ciências não cria Shannon's ou Nash's, mas o domínio delas aliadas a inovação e a criatividade sim.
MatheusMagnvs- Mestre Jedi
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Localização : Recife
Re: ITA 2014
Muito obrigado pela paciência e pela avaliação Matheus. Ajudou muito. O ITA tem 40 linhas, o texto não caberia lá, eu estou me concentrando mesmo na capacidade de escrever coerentemente um dissertação e grande para ter chances de mais erros. A partir de agora vou me focar em escrever impessoalmente e manualmente, no estilo que farei na hora h.
Poderia me falar uma das falhas de pontuação? Gramática é meu ponto fraco desde que comecei a falar.
Poderia me falar uma das falhas de pontuação? Gramática é meu ponto fraco desde que comecei a falar.
Matheus Fillipe- Mestre Jedi
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Data de inscrição : 19/05/2013
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Localização : Araxá
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