A crise no sistema carcerário brasileiro

O contato entre presos políticos e presos comuns, ocorrido em um presídio de Ilha Grande, Angra dos Reis, deu origem a maior organização criminosa do país, o Comando Vermelho. Nesse sentido, o sistema prisional brasileiro falha em sua principal função: reintegrar o indivíduo à sociedade. A desigualdade social e a precarização infraestrutural são dois elementos que compõe esse cenário.
Em primeiro plano, deve-se ressaltar as dificuldades impostas pela desigualdade socioeconômica enfrentada pelas camadas sociais mais pobres.A maior parte da população carcerária é negra e pobre. Infere-se, portanto, que a baixa escolarização e o preconceito racial dificultam a inserção desses indivíduos no mercado de trabalho, fazendo que consequentemente optem pelo caminho alternativo: o mundo do crime.
Ademais, é evidente que há uma crise no sistema carcerário, gerando presídios superlotados e um ambiente caótico. Não encontra-se nas casas de detenção suporte adequado ao detento. Faltam profissionais de saúde, agentes penitenciários, suprimentos essenciais e até saneamento básico. O descontentamento com as condições vivenciadas gera a ocorrência de rebeliões e mortes de agentes prisionais.
Portanto, torna-se necessária a intervenção do Governo Federal de modo a garantir direitos sociais básicos, como a edução, atacando a raíz do problema e repensando a dinâmica carcerária, investindo em edificações melhores equipadas, profissionais bem treinados e oportunidades profissionais aos encarcerados. De tal maneira, diminuem-se os índices de violência, promovendo a ressocialização.