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Mensagem por MylenaScience Ter 30 Ago 2016, 00:38

Sorria, você está sendo manipulado!

É inegável a influência de Sigmund Freud para a psicanálise. O insigne estudioso foi o primeiro a propor a existência de forças primitivas, sexuais e agressivas escusas na mente dos seres humanos. Contudo, poucos sabem que sua teoria fora utilizada por terceiros, ainda no século XX, para favorecer uma cultura do consumo, na qual estamos inseridos até hoje. E o mais chocante é que esse terceiro foi ninguém menos que o sobrinho do pensador, Edward Bernays.

Ele, fascinado pela teoria do tio, questionou: “Como se valer dessas forças ocultas da mente para estimular alguém a consumir somente por desejo, não por necessidade? ” Foi aí que surgiu a brilhante ideia de associar, discretamente, nas propagandas, o produto anunciado a uma vontade, um sentimento.

Bernays colocou sua ideia em prática, pela primeira vez, a pedido do presidente da corporação americana de tabaco, George Hill, que queria acabar com o tabu de que as mulheres não poderiam fumar. Para atender ao pedido, Bernays contratou mulheres para fumarem durante uma manifestação pública que ocorreria pelo sufrágio feminino, associando o ato à emancipação da mulher.

Após o fato, as vendas do produto dispararam e, com isso, diversas outras propagandas com a mesma orientação surgiram. Nelas, apareciam belas atrizes fumando e esbanjando felicidade e liberdade, sentimentos os quais atraiam a atenção das telespectadoras. Esse tipo de publicidade mostrou-se, portanto, mais eficiente que as existentes até então, as quais se preocupavam apenas em evidenciar o valor prático da mercadoria e sua durabilidade.

Dessa forma, pode-se dizer que Bernays (com uma ajudinha do tio) inaugurou uma cultura de comprar por desejo, não por necessidade, comportamento que persiste intensamente até hoje. A lógica inaugurada por Edward de associar sentimentalmente o comprador à mercadoria, aliada à presença de celebridades nos comerciais, ainda orienta a publicidade contemporânea. Esta tem o poder não só de nos estimular a compra de um produto como também de mudar nossa mentalidade.

Um exemplo disso é o próprio cigarro. A propaganda foi capaz tanto de enaltecer o produto quanto de depreciá-lo. Na época de Bernays, o ato de fumar era mostrado como sofisticado, ao passo que, na nossa era, essa mesma ação é vista como deselegante e prejudicial. Não vai me dizer que você nunca falou ou pensou “ Nossa, aquela moça ali, tão bonita, fumando...”. E a resposta para tal contradição é a brutal interferência da publicidade. Não é à toa que as propagandas de cigarro tiveram de ser proibidas. Sua influência mitigaria os efeitos das campanhas contra o produto.

Além disso, por que só hoje as pessoas reclamam do cheiro do cigarro? Será que antigamente o odor era mais agradável? Não! É a propaganda, de novo, influenciando a mentalidade – e até mesmo o nariz das pessoas.

A mesma ingerência dos anúncios de cigarro vale para todos os produtos que consumimos, os quais escondem ideologias e cujas propagandas nos iludem com suas falsas promessas de felicidade. Falsas porque a alegria que a mercadoria nos proporciona é momentânea, isto é, só dura até percebermos que elas não satisfazem nossos “desejos inconscientes”, como diria Freud.

Dessa forma, é irrefutável o fato de as propagandas exercerem uma constante manipulação sobre aqueles que a assistem, ouvem ou veem. Os sorrisos dos que anunciam o produto, na verdade, tem como objetivo provocar a alienação dos consumidores, ou seja, nós. E mesmo sendo alienados, nós ainda sorrimos ao adquirir a mercadoria. Assim, é como se ela tivesse a seguinte mensagem oculta: “Sorria! Você está sendo manipulado! ”.


Eu ainda não estou familiarizada com o gênero artigo de opinião, esse foi o primeiro que eu fiz. Não sei se está bom. Avaliem, por favor! Desde já, agradeço.
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Mensagem por Diego A Ter 30 Ago 2016, 01:07

Ainda não terminei de ler o texto, mas vi seu comentário no final da página e queria dizer que pra esta modalidade eu costumo começar por uma carta argumentativa, depois tento um artigo no mesmo tema. Acredito que dessa forma primeiro eu lido com minha opinião pra depois tentar construir um texto persuasivo, convincente. Tem ajudado. Smile

____________________________________________
*Se sua dúvida foi solucionada, marque o tópico como resolvido e agradeça quem ajudou.
*Não crie novo tópico para questão existente, comente junto dessa. (V)
*O enunciado da questão deve ser digitado. Também não são permitidos links externos para o enunciado e/ou para a resolução. (IX e X)

"A liberdade, se é que significa alguma coisa, significa o nosso direito de dizer às pessoas o que não querem ouvir."

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Mensagem por MylenaScience Qua 31 Ago 2016, 01:36

Obrigada pela dica! Vou tentar fazer isso
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Mensagem por Diego A Seg 05 Set 2016, 22:30

Sorria, você está sendo manipulado!

[Teoria molde] É inegável a influência [pioneirismo] de Sigmund Freud para a psicanálise. O insigne estudioso foi o primeiro a propor a existência de forças primitivas, sexuais e agressivas escusas na mente dos seres humanos. Contudo, poucos sabem que sua teoria fora utilizada por terceiros, ainda no século XX, para favorecer uma cultura do consumo, na qual estamos inseridos até hoje. E o mais chocante é que esse terceiro foi ninguém menos que o sobrinho do pensador, Edward Bernays.

[Objetivos] Ele, fascinado pela teoria do tio, questionou: “Como se valer dessas forças ocultas da mente para estimular alguém a consumir somente por desejo, não por necessidade? ” Foi aí que surgiu a brilhante ideia de associar, discretamente, nas propagandas, o produto anunciado a uma vontade, um sentimento.

[Explo 1] Bernays colocou sua ideia em prática, pela primeira vez, a pedido do presidente da corporação americana de tabaco, George Hill, que queria acabar com o tabu de que as mulheres não poderiam fumar. Para atender ao pedido, Bernays contratou mulheres para fumarem durante uma manifestação pública que ocorreria pelo sufrágio feminino, associando o ato à emancipação da mulher.

[Conseq] Após o fato, as vendas do produto dispararam e, com isso, diversas outras propagandas com a mesma orientação surgiram. Nelas, apareciam belas atrizes fumando e esbanjando felicidade e liberdade, sentimentos os quais atraiam a atenção das telespectadoras. Esse tipo de publicidade mostrou-se, portanto, mais eficiente que as existentes até então, as quais se preocupavam apenas em evidenciar o valor prático da mercadoria e sua durabilidade.

[Histórico; lógica; alienação] Dessa forma, pode-se dizer que Bernays (com uma ajudinha do tio) inaugurou uma cultura de comprar por desejo, não por necessidade, comportamento que persiste intensamente até hoje. A lógica inaugurada por Edward de associar sentimentalmente o comprador à mercadoria, aliada à presença de celebridades nos comerciais, ainda orienta a publicidade contemporânea. Esta tem o poder não só de nos estimular a compra de um produto como também de mudar nossa mentalidade.

[Expl 2] Um exemplo disso é o próprio cigarro. A propaganda foi capaz tanto de enaltecer o produto quanto de depreciá-lo. Na época de Bernays, o ato de fumar era mostrado como sofisticado, ao passo que, na nossa era, essa mesma ação é vista como deselegante e prejudicial. Não vai me dizer que você nunca falou ou pensou “ Nossa, aquela moça ali, tão bonita, fumando...”. E a resposta para tal contradição é a brutal interferência da publicidade. Não é à toa que as propagandas de cigarro tiveram de ser proibidas. Sua influência mitigaria os efeitos das campanhas contra o produto. [1]

[Conquista] Além disso, por que só hoje as pessoas reclamam do cheiro do cigarro? Será que antigamente o odor era mais agradável? Não! É a propaganda, de novo, influenciando a mentalidade – e até mesmo o nariz das pessoas.

[Ideologia criada] A mesma ingerência dos anúncios de cigarro vale para todos os produtos que consumimos, os quais escondem ideologias e cujas propagandas nos iludem com suas falsas promessas de felicidade [Generalização excessiva]. Falsas porque a alegria que a mercadoria nos proporciona é momentânea, isto é, só dura até percebermos que elas não satisfazem nossos “desejos inconscientes”, como diria Freud. [2]

[Somos manipulados] Dessa forma, é irrefutável o fato de as propagandas exercerem uma constante manipulação sobre aqueles que a assistem, ouvem ou veem. Os sorrisos dos que anunciam o produto, na verdade, tem como objetivo provocar a alienação dos consumidores, ou seja, nós [Generalização excessiva]. E mesmo sendo alienados, nós ainda sorrimos ao adquirir a mercadoria. Assim, é como se ela tivesse a seguinte mensagem oculta: “Sorria! Você está sendo manipulado!”. [3]

_______________________
*Achei que sua introdução ficou um tanto fraca, não desmerecendo os argumentos, então quanto a forma que foi exposto. Está mais para algo descritivo. Tente refazê-la dando mais ênfase no contexto que te motivou a escrever sobre esse tema.
*Marquei no início de cada parágrafo o foco deles

[1] Disso o quê? O parágrafo anterior tem 3 núcleos. A qual deles você estava se referindo quando escreveu disso? Reescreva criando um tópico frasal independente do parágrafo anterior.
[2] Defeito de argumentação. Usou do exemplo do cigarro para taxar todos os produtos.
[3] Novamente, como você pode comprovar que o modelo usado pelo sobrinho do Freud está em todos os anúncios trabalhando apenas com 1 exemplo? Você precisa de pesquisas e dados para isso.

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Mensagem por Diego A Seg 05 Set 2016, 22:34

1) Tema
2,00 Excelente desenvolvimento do Tema.
1,70 Muito bom desenvolvimento do Tema.
1,20 Bom desenvolvimento do Tema.
0,90 Razoável desenvolvimento do Tema.
0,50 Abordagem tangencial e insuficiente do tema.
0,20 Abordagem deficiente e baseada no senso comum.

2) Coerência nos parágrafos
1,00 Perfeita coerência entre todas as ideias.
0,80 Muito boa coerência entre todas as ideias.
0,60 Boa coerência entre todas as ideias.
0,40 Incoerências pontuais no texto.
0,20 Incoerências que comprometem o texto.

3) Argumentação
2,00 Excelente argumentação na abordagem do tema.
1,70 Muito boa argumentação na abordagem do tema.
1,20 Boa argumentação na abordagem do tema.
0,90 Argumentos previsíveis, mas suficientes na abordagem do tema.
0,50 Argumentos repetitivos na abordagem do tema.
0,20 Argumentos insuficientes na abordagem do tema.

4) Coesão na linguagem
1,00 Excelente emprego de elementos coesivos.
0,80 Muito bom emprego de elementos coesivos.
0,60 Bom emprego de elementos coesivos.
0,40 Emprego regular de elementos coesivos.
0,20 Problemas sérios no emprego de elementos coesivos.

5) Modalidade textual
2,00 Estruturação perfeita do texto.
1,60 Muito boa estruturação do texto.
1,30 Boa Estruturação do texto.
1,00 Estruturação regular do texto.
0,70 Alguma organização estrutural.
0,40 Estruturação deficiente do texto.

6) Gramática/Ortografia
2,00 Excelente utilização gramatical.
1,60 Muito boa utilização gramatical.
1,20 Boa utilização gramatical.
0,90 Seleção gramatical regular.
0,60 Seleção gramatical deficiente.
0,20 Sérios problemas utilização gramatical

Pontuação: 8 de 10 possíveis

____________________________________________
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Mensagem por MylenaScience Ter 06 Set 2016, 21:36

Muito obrigada pela avaliação!
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Mensagem por MylenaScience Ter 06 Set 2016, 21:40

Ah, uma dúvida: Eu posso utilizar os termos publicidade, propaganda e anúncio como sinônimos em um texto como esse?
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Mensagem por Diego A Qua 07 Set 2016, 00:13

Sim, se bem observei, você já fez isso com propriedade! Wink

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