ENEM 2021,um soco no estômago!

Bem vindos(as) à pior TRI da História!
Que tal 42 acertos em Humanas e apenas 692 pontos?
Que tal gabaritar Matemática e conseguir somente 953 pontos? Professores afirmam que as pontuações estão entre 30 a 40 pontos menores do que o ano anterior. Ou seja,a TRI é falida. Não existe mais este papo furado de "acerta as fáceis,depois médias e aí difíceis. Para os navegantes: acerte a prova inteira,porque talvez nem a prova inteira te dê pontuação o suficiente para seu curso.
Sobretudo agora que a Base Nacional Comum Curricular está ficando sem questões e o novo Ensino Médio já foi implementado. O futuro mudará o ENEM drasticamente:a previsão é que a prova reduza para 75 questões,fique mais difícil. Primeira fase multipla escolha,de conhecimentos gerais e a segunda fase,discursiva,com as específicas,da área que você quer: Direito? Humanas. Medicina? Natureza. Engenharia? Matemática.

A ideia da TRI é ótima. Mas como você pode classificar o conhecimento em questões fáceis, médias e difíceis, e todas as suas nuances? Uma pessoa pode ter assimilado mais facilmente um conteúdo dito como difícil do que aquele classificado como fácil. O argumento é que filtra quem tende a simplesmente chutar. Acho que essa discussão sempre vai existir. Mas se for pra discordar, estendamos também ao vestibular: todas as questões estão na mesma régua?

Eu adoro a proposta do ENEM. Infelizmente, de uns anos pra cá, está cada vez mais fadado ao fracasso. Olha a dificuldade que foi pra o INEP conseguir formular a prova de 2021. Com todos os empecilhos gerados pelo governo, pra de fato destruir esse projeto, ele aconteceu.

Apenas uma correção: as questões são alimentadas pelo Banco Nacional de Itens (BNI), que está cada vez mais vazio! Alguns servidores já expuseram que pra edição de 2022 já nem existe a quantidade de questões suficiente.

E como a gente fica no meio disso tudo? O surto coletivo tá em curso.

Boa noite, pessoal! Poderiam me explicar uma coisa que nunca entendi?
Se o TRI foi ruim, não é ruim para todos? O que muda no final das contas? O nominal das notas será mais baixo, mas como isso se reflete no resultado?

romulos1 escreveu:Boa noite, pessoal! Poderiam me explicar uma coisa que nunca entendi?
Se o TRI foi ruim, não é ruim para todos? O que muda no final das contas? O nominal das notas será mais baixo, mas como isso se reflete no resultado?

Pois, assim como o colega falou, imagina a pessoa que acertou 42 em humanas e tirou 692 olhar para alguém, como eu, que acertou 40 e tirou 748: 2 questões a menos e quase 60 pontos a mais. Alguns são, de fato, prejudicados.
 
Na minha opinião, o TRI seleciona os conhecimentos que a banca quer que o candidato apresente, ainda mais em provas extremamente ideológicas e subjetivas, como é o caso de Linguagens e Humanas. Ou seja, esse papo de acertar as fáceis e errar as difíceis é balela (em alguns casos). Pode até ser verídico em algumas questões de Matemática e em outros de Ciências da Natureza.

Achei extremamente ridículo o fato de que, nesse ano, as pessoas que erraram uma questão extremamente problemática e que deveria ser anulada, perderam cerca de 25 pontos! Isso é muito surreal, é muita incompetência. (Questão do gráfico dos apartamentos)

Porém, para mim, o maior problema está na subjetividade da prova de Linguagens. Todo ano diversos professores de Português e Artes, com um excelente currículo, anos de formação, mestrado e doutorado, se reúnem para resolver a prova. Eles chegam a passar dias analisando e acabam divergindo em até 10 questões em relação ao gabarito oficial do INEP, o que é um COMPLETO absurdo. Divergir em 1 ou 2 questões das 45, como é o caso em diversos certames, tudo bem. Agora, divergir em quase 25% de uma prova que define o futuro de milhões de estudantes é surreal.

Outro ponto completamente ridículo é a impossibilidade de se formular recursos para as provas : a questão pode estar extremamente mal feita, abarrotada de erros, e o INEP não faz NADA! Olha só esse exemplo:

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Essa questão NÃO foi anulada, por mais que seja completamente impossível resolvê-la com os dados fornecidos, o que é um completo absurdo! Na época de sua aplicação o ENEM já era usado para o ingresso nas universidades.

Mais um ponto importantíssimo é a inexistência de recursos na prova de redação: uma diferença de 20 pontos, em cursos mais concorridos, pode ser a diferença entre a aprovação e a reprovação. Por mais que seja submetida a dois corretores, existe a possibilidade, ainda que baixa, de ambos errarem. Além disso, se um corrigir corretamente e der a nota de 800, por exemplo, enquanto o outro errar em algo e atribuir a nota de 720, a pontuação do candidato será de 760, vários pontos abaixo da que ele merece, o que poderá eliminá-lo de alguma universidade.

Isso não é brincadeira. Por causa de diversos erros, como os citados acima, muitas pessoas mudam completamente de vida: passam 5 anos estudando em uma universidade privada, ou passam anos em cursinhos.

Bom, dá para passar o dia enchendo essa mensagem de argumentos que comprovem o tanto que esse exame é falho. 
O que mais me deixa de cara é que ninguém faz nada.

qedpetrich escreveu:Mas como você pode classificar o conhecimento em questões fáceis, médias e difíceis, e todas as suas nuances?

Eu lembro de ter lido em algum lugar que o ENEM usa a porcentagem de acertos pra determinar quais questões são fáceis, médias e difíceis.

Pedro Celso Silva escreveu:Por incrível e por mais chocante que pareça,o ENEM te diz, indiretamente quais questões são fáceis,médias ou difíceis. O problema é que ninguém te fala isso,nem os cursinhos. E sim,é um tiro no escuro saber qual interpretação ele te quer.
Exemplo: Em Linguagens,questões de Funções da Linguagem,Gêneros Textuais e Tipos textuais são fáceis. Pegando a prova do ENEM 2021,a questão de gênero textual é aquela do anúncio do pet (uma ambiguidade com garrafa pet) mas aconselhando para você não jogar fora seu animalzinho ,mas sim a garrafa.
Aquela questão do monumento dos refugiados debaixo d´água é uma questão de tipos textuais,que no caso une elementos verbais com não verbais e aí você tem um memorial submarino. Só que você só descobre isso fazendo muitas questões. Mesma situação de Humanas: todas as questões estão com a resposta no texto,mas você precisa ser muito inteligente para detectar o que exatamente o texto quer de você.

Eu discordo totalmente. A partir de 35 acertos em linguagens, dependendo do ano da prova, o que você acerta acima disso é pura SORTE. Até agora não apareceu uma alma viva no Brasil inteiro que tenha gabaritado linguagens no ENEM 2021.

O que é completamente diferente das outras matérias que, quanto mais você estuda e adquire conhecimentos, maiores são suas chances de ir muito bem na prova. Em matemática, por exemplo, professores com experiência na área e alunos esforçados sempre fazem de 42 a 45 acertos e, quando erram alguma questão, acaba sendo por alguma "bobagem". Enquanto que, em LT, você pode ser o especialista que for, vai errar de 10 a 5 questões segundo o gabarito enviesado do INEP.

Uma prova irrefutável é a alteração de gabaritos no ENEM 2020. Muitos se revoltaram afirmando que o gabarito lançado estava com um caráter racista e eles foram lá e mudaram, por mais que o gabarito oficial fizesse algum sentido interpretativo.

aitchrpi escreveu:

qedpetrich escreveu:Mas como você pode classificar o conhecimento em questões fáceis, médias e difíceis, e todas as suas nuances?

Eu lembro de ter lido em algum lugar que o ENEM usa a porcentagem de acertos pra determinar quais questões são fáceis, médias e difíceis.

Não, isso é falso. Tem um vídeo do Fredão falando sobre isso. No ENEM 2019, 89% das pessoas erraram a questão com maior percentual de erros. Mesmo assim ela foi considerada uma questão fácil - média, que tirava muitos pontos de quem errava.
É uma análise bem complicada de se fazer, porque a maioria das questões fica na faixa dos 15 a 25 por cento de acertos, devido a probabilidade de acerto ao acaso (20% de chance de acertar chutando). No ENEM 2019 parece que apenas 5 das 45 questões tiveram % acertos acima dessa faixa (15 a 25).

EDIT: O vídeo --> https://www.youtube.com/watch?v=bZv2t7gnsl8

gusborgs escreveu:

romulos1 escreveu:Boa noite, pessoal! Poderiam me explicar uma coisa que nunca entendi?
Se o TRI foi ruim, não é ruim para todos? O que muda no final das contas? O nominal das notas será mais baixo, mas como isso se reflete no resultado?

Pois, assim como o colega falou, imagina a pessoa que acertou 42 em humanas e tirou 692 olhar para alguém, como eu, que acertou 40 e tirou 748: 2 questões a menos e quase 60 pontos a mais. Alguns são, de fato, prejudicados.
 
Na minha opinião, o TRI seleciona os conhecimentos que a banca quer que o candidato apresente, ainda mais em provas extremamente ideológicas e subjetivas, como é o caso de Linguagens e Humanas. Ou seja, esse papo de acertar as fáceis e errar as difíceis é balela (em alguns casos). Pode até ser verídico em algumas questões de Matemática e em outros de Ciências da Natureza.

Achei extremamente ridículo o fato de que, nesse ano, as pessoas que erraram uma questão extremamente problemática e que deveria ser anulada, perderam cerca de 25 pontos! Isso é muito surreal, é muita incompetência. (Questão do gráfico dos apartamentos)

Porém, para mim, o maior problema está na subjetividade da prova de Linguagens. Todo ano diversos professores de Português e Artes, com um excelente currículo, anos de formação, mestrado e doutorado, se reúnem para resolver a prova. Eles chegam a passar dias analisando e acabam divergindo em até 10 questões em relação ao gabarito oficial do INEP, o que é um COMPLETO absurdo. Divergir em 1 ou 2 questões das 45, como é o caso em diversos certames, tudo bem. Agora, divergir em quase 25% de uma prova que define o futuro de milhões de estudantes é surreal.

Outro ponto completamente ridículo é a impossibilidade de se formular recursos para as provas : a questão pode estar extremamente mal feita, abarrotada de erros, e o INEP não faz NADA! Olha só esse exemplo:

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Essa questão NÃO foi anulada, por mais que seja completamente impossível resolvê-la com os dados fornecidos, o que é um completo absurdo! Na época de sua aplicação o ENEM já era usado para o ingresso nas universidades.

Mais um ponto importantíssimo é a inexistência de recursos na prova de redação: uma diferença de 20 pontos, em cursos mais concorridos, pode ser a diferença entre a aprovação e a reprovação. Por mais que seja submetida a dois corretores, existe a possibilidade, ainda que baixa, de ambos errarem. Além disso, se um corrigir corretamente e der a nota de 800, por exemplo, enquanto o outro errar em algo e atribuir a nota de 720, a pontuação do candidato será de 760, vários pontos abaixo da que ele merece, o que poderá eliminá-lo de alguma universidade.

Isso não é brincadeira. Por causa de diversos erros, como os citados acima, muitas pessoas mudam completamente de vida: passam 5 anos estudando em uma universidade privada, ou passam anos em cursinhos.

Bom, dá para passar o dia enchendo essa mensagem de argumentos que comprovem o tanto que esse exame é falho. 
O que mais me deixa de cara é que ninguém faz nada.

Gus, parabéns pela nota em humanas! Cara, tem alguma dica de como estudar para essa matéria? Que materiais você utiliza e como recomenda estudar?