Inglaterra e independência do Brasil (FAMECA 2021)

O Dr. José Alvares Maciel tinha 27 anos de idade em 1788 [...], era o melhor informado sobre a atualidade europeia: da Universidade de Coimbra fora para a Inglaterra onde permanecera por um ano e meio, viajando muito e estudando técnicas fabris. Tinha discutido a possibilidade da independência do Brasil com homens de negócios da Inglaterra, que lhe mostraram que o fato da América portuguesa deixar de seguir o exemplo dos norte-americanos era visto com surpresa, e que qualquer iniciativa contra o domínio português teria o imediato apoio dos empresários britânicos.
(Kenneth R. Maxwell. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira, Brasil – Portugal, 1750-1808, 1978.)

O autor apresenta experiências de vida de um dos participantes da Inconfidência Mineira de 1788-89. No excerto, revela-se que o inconfidente entrou em contato com pessoas na Europa  vinculadas
(A) aos movimentos inovadores de ruptura com os monopólios mercantis, o capitalismo comercial e o poder absolutista.
(B) às transformações do Antigo Regime com a eclosão de revoluções populares, operárias, antidinásticas e republicanas.
(C) à ascensão de novas classes sociais devido à expansão generalizada da revolução industrial para os países da Europa ocidental.
(D) aos ideais de formação de uma Europa unificada baseada nos ideais de tolerância cristã e de liberdade de expressão.
(E) às concepções de limitações constitucionais dos poderes políticos pelos despotismos esclarecidos.

Resposta:

Não entendi a resposta... Alguém pode ajudar?
Muito obrigada desde já!

Olá giuliaventorim,

No excerto o autor comenta as falas de homens de negócio ingleses "que lhe mostraram que o fato da América portuguesa deixar de seguir o exemplo dos norte-americanos era visto com surpresa, e que qualquer iniciativa contra o domínio português teria o imediato apoio dos empresários britânicos", ou seja, seria surpreendente se o Brasil não acompanhasse a revolução de independência vivida nos EUA e que qualquer tentativa de abolição do sistema imposto por Portugal seria amplamente apoiado por essa burguesia comercial, mas aqui você deve se desvincular do aspecto do ingênuo da historia, afinal, esses homens não iriam apoiar simplesmente por serem benevolentes ou amantes da liberdades dos povos, mas sim porque iriam destruir o monopólio daquele país ibérico sobre as riquezas brasileiras e aumentar seus próprios lucros. 

Portanto, a alternativa a) corrobora justamente com essa interpretação mais realista da fala, pois o Brasil não iria comercializar apenas com Portugal (monopólio mercantil), iriam ampliar suas atividades de venda e compra (capitalismo comercial) e, mesmo no meio desses amantes do lucro, existiam aqueles que alçavam o rompimento do poder déspota do Absolutismo vivido na colônia. 

Espero ter ajudado

No texto ele fala que o Brasileiro estava conversando com "homens de negócio da Inglaterra", e, no enunciado, ele pergunta qual a posição desses homens de negócio (ou seja, burguesia inglesa do século XVIII)
Qual que era a posição da burguesia inglesa com a qual esse jovem conversava?
Queria o rompimento do:
exclusivismo mercantilista (fim do pacto colonial) para ampliar seu mercado consumidor
Capitalismo comercial = mercantilismo, que eles eram contra, sendo a favor do capitalismo industrial.
Eram contra o absolutismo (sex XVIII, burguesia iluminista, século das luzes)

Obrigada Gabriel de Castro e Gusborgs, agora ficou tudo mais claro!