Colégio Naval - 2018 (GEOGRAFIA)

Sobre a Estrutura dos transportes brasileiros, assinale a
afirmativa INCORRETA.
(A) Uma característica da malha ferroviária nacional é a sua pequena conectividade, ou seja, em geral as ferrovias foram construídas interligando apenas as áreas produtoras aos portos para facilitar a exportação das mercadorias.
(B) A partir de 1996, as ferrovias, sob o controle da Rede Ferroviária Federal, foram privatizadas, o que possibilitou o surgimento de novos projetos para o setor, objetivando a integração nacional e o barateamento dos custos das nossas exportações.
(C) A implantação das rodovias, que constituem a principal via de transporte utilizada no país, correspondendo a 90% de toda a movimentação de cargas nacional, visou especialmente agilizar as exportações, além de dinamizar a chamada fase de substituição das importações.
(D) A partir da década de 1990, o governo federal começou a estabelecer concessões para que a iniciativa privada explorasse e mantivesse rodovias federais, no entanto, o estado de conservação da maioria dessas rodovias ainda se encontra aquém do desejado.
(E) Com um potencial de cerca de 42 mil km de rios navegáveis, sobretudo na região Norte, o transporte hidroviário nacional, caso possua condições favoráveis de infraestrutura, apresentaria os menores custos dentre os demais.

gabarito:

Alguém poderia me explicar por que  a B está errada e a C correta?

Desde já, agradeço.

A C está correta
A B está incorreta. Ele pede a incorreta!
Isso não aconteceu! JK quis integrar o Brasil rapidamente de 1956-1961. Nos anos 50,o modelo rodoviarista estava em voga. As rodovias são mais baratas e mais rápidas de se fazer do que as ferrovias. Porém contudo todavia no entanto,você fica extremamente dependente de um modal. Vide a greve dos caminhoneiros de 2018. Além disso,as rodovias são mais caras de se manter do que as ferrovias. 
Os caminhões precisam de manutenção. Os caminhões utilizam-se de óleo diesel,que libera SO2,SO3 e CO2 na atmosfera. Tudo isso custa. E custa caro,o Brasil não possui muito conhecimento técnico e consequentemente,você não tem uma indústria de peças que abarque-os. O resultado é que a esmagadora maioria dos caminhões brasileiros são vendidos pela Mercedes,Volvo,Volkswagen Scania ou MANZ. Essas Quatro Grandes controlam o comércio e ganham muito dinheiro,controlando o preço,aumentando a margem de lucro.
Além disso,os caminhoneiros estão submetidos à péssimas condições de trabalho. Viram que o comércio é extremamente vantajoso. Pagam uma mixaria para o caminhoneiro ter o frete. Impõem-lhe rotinas de horários fixas e curtas,para ele trazer a carga. Ainda tem que orçar manutenção,combustível e seu sustento próprio. É quase que o motorista de Uber hoje em dia, ele precisa trabalhar 7 horas para conseguir 200 reais. Com isso,ele toma pílulas para virar a noite dirigindo. Ele tem alguém que ameaça demitir ele o tempo todo caso não cumpra com o horário. Ele tem um trânsito pesado de grandes cidades e da hora do rush. Ele sofre com problemas de segurança pública. Além disso,outro problema. Os caminhões aguentam cerca de 40 toneladas para baixo. E conforme eles vão levando o peso,eles passam. 
Dependendo da qualidade do asfalto,ele simplesmente cede e cria buracos. Ou ranhuras. Como se fosse um rasgo mesmo. E existem muitas estradas no Brasil mal sinalizadas,mal asfaltadas,com vegetação tampando curvas e limites de velocidade. Ribanceiras. Adicione isso à cultura que muitos brasileiros têm que parecem Leviatana; (Leviatã de Hobbies). Cada um por si e ''todos contra todos". Ultrapassagem proibida só para chegar mais rápido... e você tem acidentes. 95% do transporte do país é feito por rodovias. O porto de São Paulo engarrafa porque é apenas uma rua ligando o país ao porto que detém 56% das exportações e importações. Perdemos dinheiro com frete e a espera,que poderia ser feita por outros transportes.
As ferrovias só precisariam da energia elétrica que,no Brasil é abundante e barata. Os trilhos impediriam acidentes e os trens conseguem carregar muito mais peso e pessoas do que qualquer outro tipo de transporte. Especialmente na Região Norte do Brasil. Acontece que...o nosso transporte não é integrado. O transporte ferroviário não é integrado país afora. Que eu lembre,a maioria das ferrovias do Brasil ligam as àreas produtoras de café de São Paulo e Rio de Janeiro aos seus portos. Existe apenas uma ferrovia que liga ao porto que foi feita planejada e com estratégia que foi a ferrovia Ferro-Norte,em Carajás. E isso só acontece porque o Brasil é o país com a maior reserva de minérios do mundo. Carajás é a maior reserva de minério de ferro a céu aberto do mundo. E o Brasil ganha milhões e milhões com isso,porque existe esse vício maluco de viver exportando commodities,ao invés de fazer tecnologia e/ou produtos industrializados com isso. Você até ganharia mais dinheiro,mas há preguiça.
Não houveram integração nacional e nem barateamento de custos para o setor. Como eu falei ali,o Brasil perde milhões de dólares a toa com engarrafamentos e engarrafamento de caminhões esperando a vez para descarregar a mercadoria no porto de Santos em São Paulo, que detém 56% da exportação nacional. Assim como navios que esperam na fila para descarregar. Fica caro o frete,fica caro produzir e tudo isso está embutido também no preço. E digo mais: sairia mais barato se o Brasil revezasse. Sabemos que o Brasil possui a Região Centro Oeste como uma grande plantação de soja. Sairia baratíssimo se colocassemos essa soja no Rio Paraná e,de navio subissemos para Goiás. De Goiás,colocassemos essa soja num trem, que levasse essa soja para o Porto de Carajás e exportassemos. O preço cairia pela metade (preço da soja). Mas isso não acontece.
O governo vigente disse que vai acabar de construir uma ferrovia que Dom Pedro II idealizara. Quem sabe....?