UEMA(2015)
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UEMA(2015)
Texto V
Procura da Poesia [...] Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. [...] Não forces o poema a desprender-se do limbo. Não colhas no chão o poema que se perdeu. Não adules o poema. Aceita-o Como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço. Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? Repara: ermas de melodia e conceito, elas se refugiaram na noite, as palavras. Ainda úmidas e impregnadas de sono, rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Texto VI
Profissão de fé [...] Invejo o ourives Quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto-relevo Faz de uma flor. Imito-o. E, pois, nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro. Por isso, corre, por servir-me, Sobre o papel A pena, como em prata firme Corre o cinzel. [...] Torce , aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, no verso de ouro engasta a rima como um rubim. Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito. [...] Porque o escrever – tanta perícia, Tanta requer, Que oficio tal... nem há notícia De outro qualquer.
Comparando os Textos V e VI sobre aspectos temáticos e organização enunciativa, observa-se que
a) discutem a ideia de que o ato de escrever poemas dispensa as tensões instauradas entre a busca da palavra e a relação do sujeito com o mundo.
b) inter-relacionam-se pelo diálogo sobre o cultivo de um pensamento temático que minimize o trabalho da palavra em si.
c) convergem para a temática do dilema da inquietação metafísica do eu lírico para interpretar a si e à sua época.
d) coincidem quanto ao emprego da metalinguagem para sugerir anseios e labutas inerentes ao fazer poético.
e) assemelham-se pelo desejo de expressão livre a valorização temática do cotidiano
Procura da Poesia [...] Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. [...] Não forces o poema a desprender-se do limbo. Não colhas no chão o poema que se perdeu. Não adules o poema. Aceita-o Como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço. Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? Repara: ermas de melodia e conceito, elas se refugiaram na noite, as palavras. Ainda úmidas e impregnadas de sono, rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Texto VI
Profissão de fé [...] Invejo o ourives Quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto-relevo Faz de uma flor. Imito-o. E, pois, nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro. Por isso, corre, por servir-me, Sobre o papel A pena, como em prata firme Corre o cinzel. [...] Torce , aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, no verso de ouro engasta a rima como um rubim. Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito. [...] Porque o escrever – tanta perícia, Tanta requer, Que oficio tal... nem há notícia De outro qualquer.
Comparando os Textos V e VI sobre aspectos temáticos e organização enunciativa, observa-se que
a) discutem a ideia de que o ato de escrever poemas dispensa as tensões instauradas entre a busca da palavra e a relação do sujeito com o mundo.
b) inter-relacionam-se pelo diálogo sobre o cultivo de um pensamento temático que minimize o trabalho da palavra em si.
c) convergem para a temática do dilema da inquietação metafísica do eu lírico para interpretar a si e à sua época.
d) coincidem quanto ao emprego da metalinguagem para sugerir anseios e labutas inerentes ao fazer poético.
e) assemelham-se pelo desejo de expressão livre a valorização temática do cotidiano
Última edição por leo 255 em Qua 06 Jul 2016, 15:46, editado 1 vez(es)
leo 255- Recebeu o sabre de luz
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Localização : são luis
Re: UEMA(2015)
Você tem certeza de que é a letra C a correta? Eu marcaria a D. Ambos os textos são poemas que falam sobre o fazer poético e o quanto este exige o trabalho do artista. Portanto, a função metalinguística é evidente. Você pode conferir se o gabarito é mesmo esse?
MylenaScience- Padawan
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Idade : 24
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Re: UEMA(2015)
Realmente é a letra D.Explica ai.
leo 255- Recebeu o sabre de luz
- Mensagens : 148
Data de inscrição : 24/03/2016
Idade : 27
Localização : são luis
Re: UEMA(2015)
A metalinguagem se encontra em leituras pela temática do próprio ato de escrever, de produzir.
O primeiro texto, poema de Carlos Drummond de Andrade trata do ato da produção, da concentração diante do ato de escrever e lidar com as palavras.
O segundo texto, um poema parnasiano, assim como outros, é rico em metalinguagem pela construção do adorno e forma de um poema parnasiano, e no desenvolvimento do perfil de um escritor ao ato de escrever.
O primeiro texto, poema de Carlos Drummond de Andrade trata do ato da produção, da concentração diante do ato de escrever e lidar com as palavras.
O segundo texto, um poema parnasiano, assim como outros, é rico em metalinguagem pela construção do adorno e forma de um poema parnasiano, e no desenvolvimento do perfil de um escritor ao ato de escrever.
Jeffersonsons- Mestre Jedi
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Data de inscrição : 14/08/2015
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