Roma (Século III)
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Roma (Século III)
Na história de Roma, o século III da era cristã é considerado o século das crises. Foi nesse período que:
a) As tensões geradas pelas conquistas se refletiram nas contendas políticas, criaram um clima de constantes agitações, promovendo desordens nas cidades.
b) O exército entrou em crise e deixou de ser o exército de cidadãos proprietários de terras.
c) O império romano começou a sofrer a terrível crise do trabalho escravo, base principal de sua riqueza.
d) Os soldados perderam a confiança no Estado e tornaram-se fiéis a seus generais partilhando com eles os espólios de guerra.
e) Os conflitos pela posse da terra geraram a Guerra Civil.
a) As tensões geradas pelas conquistas se refletiram nas contendas políticas, criaram um clima de constantes agitações, promovendo desordens nas cidades.
b) O exército entrou em crise e deixou de ser o exército de cidadãos proprietários de terras.
c) O império romano começou a sofrer a terrível crise do trabalho escravo, base principal de sua riqueza.
d) Os soldados perderam a confiança no Estado e tornaram-se fiéis a seus generais partilhando com eles os espólios de guerra.
e) Os conflitos pela posse da terra geraram a Guerra Civil.
Qual o erro da letra A? Considerei certa com base no que li no meu livro: "... a fase da Anarquia Militar (235-285 d.C.) na qual, dos mais de 20 imperadores do período, apenas um teve uma morte natural e não violenta"
Gustavoadp- Estrela Dourada
- Mensagens : 1036
Data de inscrição : 05/07/2014
Idade : 27
Localização : Recife, PE
Re: Roma (Século III)
Eu também tive essa mesma dúvida nessa questão. Porém, revisando o assunto, as causas da crise do século III romana não estão ,necessariamente, relacionadas com a fase da Anarquia Militar, e essa por sua vez, não é consequência das tensões geradas pelas conquistas expansionistas da fase republicana, tal qual como se afirma na alternativa A. Muito pelo contrário, o expansionismo republicano romano é um dos fatores que proporcionam a ascensão dos imperadores, e já a fase de Anarquia Militar, talvez, pode ser considerada o início da queda dos imperadores.
hugo araujo- Estrela Dourada
- Mensagens : 1758
Data de inscrição : 12/04/2014
Idade : 30
Localização : Araçuaí, MG
Re: Roma (Século III)
Realmente, faz sentido agora.
Obrigado, hugo!
Obrigado, hugo!
Gustavoadp- Estrela Dourada
- Mensagens : 1036
Data de inscrição : 05/07/2014
Idade : 27
Localização : Recife, PE
Re: Roma (Século III)
Após um longo período de expansão territorial e conquistas militares, o Império Romano passou por um processo de declínio que se iniciou no século III d.C. A grande extensão do Império dificultava o controle desse vasto território e sua expansão. As longas distâncias geraram dificuldades de comunicação, e os povos dominados, assim como a resistência dos vizinhos do Império, passaram a dificultar o controle nas fronteiras romanas.
Como grande parte dos escravos do Império era proveniente das áreas dominadas, a retração das conquistas teve como consequência a diminuição do fluxo de prisioneiros que serviam como escravos. Assim, houve um grande aumento dos preços dos escravos e o consequente aumento dos preços dos produtos no interior do Império. A crise era agravada ainda pela pouca produtividade registrada em virtude da escassez de mão de obra.
Na tentativa de solucionar a crise escravista, foi instituído o colonato, que buscava o aumento da produtividade no campo. Nesse sistema, escravos e camponeses passaram a gozar de nova posição jurídica, a de colonos. O camponês, dessa forma, teria direito ao arrendamento de uma porção de terra e, em troca disso, pagaria ao proprietário em dias de trabalho e em produtos. A expansão do colonato ocorreu em um período de ruralização e atendia aos interesses dos grandes proprietários, que necessitavam de mão de obra. Os camponeses tinham, em troca, estabilidade e segurança, o que era importante, já que, naquele contexto, a violência e a penetração dos povos vizinhos se intensificavam.
A relação de dependência entre o trabalhador rural e o proprietário era chamada de patrocinium e, com ela, os latifundiários tomavam para si algumas atribuições do Estado. Os colonos estavam vinculados aos lotes em que trabalhavam, não podendo ser vendidos sem a terra e nem a terra vendida sem eles. Assim, como pode-se perceber, as raízes da servidão medieval encontram-se na generalização dessa prática. É importante lembrar que, no entanto, a escravidão não foi completamente abolida, persistindo de forma reduzida no Período Medieval.
Os gastos excessivos do Império também colaboraram para a sua desagregação. A imensa burocracia e o grande contingente militar necessário para a manutenção das estruturas romanas geravam grandes despesas. A paralisação das conquistas e do fluxo de escravos provocou retração nos recursos do Estado e contribuiu para o aumento da crise. Nesse contexto, o poder político foi controlado pelos chefes das grandes legiões romanas. Como consequência, o Império passou por um período de instabilidade, denominado anarquia militar. Nesse período, os militares lutavam pela ocupação do posto de imperador, provocando, com o conflito entre grandes generais e seus companheiros de Exército, a instabilidade política. Entre os anos 235 d.C. e 285 d.C., Roma teve 26 imperadores, dos quais 25 foram assassinados em disputas pelo poder.
No final do século III e durante o século IV, os chefes políticos tomaram medidas que visavam à contenção da crise, iniciando um período de intervenção direta do Estado na vida social. Diocleciano (284-305), por exemplo, criou o Édito do Máximo, que fixava o preço dos salários e das mercadorias, visando conter a inflação. Estabeleceu, também, a tetrarquia, que dividia o poder político entre quatro generais. Constantino (313-337), em 330, criou uma nova capital, Constantinopla, em um momento de desagregação da tetrarquia e unificação do poder. Constantinopla, antiga cidade de Bizâncio, situada em uma região menos afetada pela crise escravista, seria o centro difusor da cultura bizantina durante toda a Idade Média. Com Teodósio (378-395), o Império foi dividido em dois: o Império Romano do Ocidente, com sede em Roma, e o do Oriente, com sede em Constantinopla. O Império Romano do Oriente, ou Bizantino, perdurou até o fim da Idade Média, quando foi tomado, em 1453, pelos turco otomanos; já a parte ocidental encontrou o seu fim cerca de mil anos antes.
Além dos fatores internos já citados, as migrações dos povos germânicos colaboraram para a derrocada do Império Romano. O evento, que durante muito tempo ficou conhecido como invasões bárbaras, representou o fim do domínio de Roma. Para os romanos, assim como para os gregos, bárbaros eram todos aqueles que não falavam o seu idioma e não professavam sua cultura. Nesse caso, os bárbaros eram aqueles que habitavam as regiões mais ao norte da Europa, chamados também de germânicos.
Inicialmente, esses grupos, que viviam nos limites do Império, foram utilizados como mão de obra na agricultura e auxiliavam na proteção das fronteiras, constituindo uma força militar. Com o passar do tempo e com o progressivo enfraquecimento do Império devido aos fatores internos, as migrações germânicas passaram a se intensificar e adquiriram caráter violento. Vários povos, como os vândalos, os suevos, os francos, os lombardos, os godos e os visigodos, colaboraram para a conquista do Império Romano. No entanto, foram os hérulos, em 476 d.C., que tomaram Roma, destituindo seu último imperador, Rômulo Augusto.
Como grande parte dos escravos do Império era proveniente das áreas dominadas, a retração das conquistas teve como consequência a diminuição do fluxo de prisioneiros que serviam como escravos. Assim, houve um grande aumento dos preços dos escravos e o consequente aumento dos preços dos produtos no interior do Império. A crise era agravada ainda pela pouca produtividade registrada em virtude da escassez de mão de obra.
Na tentativa de solucionar a crise escravista, foi instituído o colonato, que buscava o aumento da produtividade no campo. Nesse sistema, escravos e camponeses passaram a gozar de nova posição jurídica, a de colonos. O camponês, dessa forma, teria direito ao arrendamento de uma porção de terra e, em troca disso, pagaria ao proprietário em dias de trabalho e em produtos. A expansão do colonato ocorreu em um período de ruralização e atendia aos interesses dos grandes proprietários, que necessitavam de mão de obra. Os camponeses tinham, em troca, estabilidade e segurança, o que era importante, já que, naquele contexto, a violência e a penetração dos povos vizinhos se intensificavam.
A relação de dependência entre o trabalhador rural e o proprietário era chamada de patrocinium e, com ela, os latifundiários tomavam para si algumas atribuições do Estado. Os colonos estavam vinculados aos lotes em que trabalhavam, não podendo ser vendidos sem a terra e nem a terra vendida sem eles. Assim, como pode-se perceber, as raízes da servidão medieval encontram-se na generalização dessa prática. É importante lembrar que, no entanto, a escravidão não foi completamente abolida, persistindo de forma reduzida no Período Medieval.
Os gastos excessivos do Império também colaboraram para a sua desagregação. A imensa burocracia e o grande contingente militar necessário para a manutenção das estruturas romanas geravam grandes despesas. A paralisação das conquistas e do fluxo de escravos provocou retração nos recursos do Estado e contribuiu para o aumento da crise. Nesse contexto, o poder político foi controlado pelos chefes das grandes legiões romanas. Como consequência, o Império passou por um período de instabilidade, denominado anarquia militar. Nesse período, os militares lutavam pela ocupação do posto de imperador, provocando, com o conflito entre grandes generais e seus companheiros de Exército, a instabilidade política. Entre os anos 235 d.C. e 285 d.C., Roma teve 26 imperadores, dos quais 25 foram assassinados em disputas pelo poder.
No final do século III e durante o século IV, os chefes políticos tomaram medidas que visavam à contenção da crise, iniciando um período de intervenção direta do Estado na vida social. Diocleciano (284-305), por exemplo, criou o Édito do Máximo, que fixava o preço dos salários e das mercadorias, visando conter a inflação. Estabeleceu, também, a tetrarquia, que dividia o poder político entre quatro generais. Constantino (313-337), em 330, criou uma nova capital, Constantinopla, em um momento de desagregação da tetrarquia e unificação do poder. Constantinopla, antiga cidade de Bizâncio, situada em uma região menos afetada pela crise escravista, seria o centro difusor da cultura bizantina durante toda a Idade Média. Com Teodósio (378-395), o Império foi dividido em dois: o Império Romano do Ocidente, com sede em Roma, e o do Oriente, com sede em Constantinopla. O Império Romano do Oriente, ou Bizantino, perdurou até o fim da Idade Média, quando foi tomado, em 1453, pelos turco otomanos; já a parte ocidental encontrou o seu fim cerca de mil anos antes.
Além dos fatores internos já citados, as migrações dos povos germânicos colaboraram para a derrocada do Império Romano. O evento, que durante muito tempo ficou conhecido como invasões bárbaras, representou o fim do domínio de Roma. Para os romanos, assim como para os gregos, bárbaros eram todos aqueles que não falavam o seu idioma e não professavam sua cultura. Nesse caso, os bárbaros eram aqueles que habitavam as regiões mais ao norte da Europa, chamados também de germânicos.
Inicialmente, esses grupos, que viviam nos limites do Império, foram utilizados como mão de obra na agricultura e auxiliavam na proteção das fronteiras, constituindo uma força militar. Com o passar do tempo e com o progressivo enfraquecimento do Império devido aos fatores internos, as migrações germânicas passaram a se intensificar e adquiriram caráter violento. Vários povos, como os vândalos, os suevos, os francos, os lombardos, os godos e os visigodos, colaboraram para a conquista do Império Romano. No entanto, foram os hérulos, em 476 d.C., que tomaram Roma, destituindo seu último imperador, Rômulo Augusto.
hugo araujo- Estrela Dourada
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