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"Charlie Hebdo" e Liberdade de Expressão

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Mensagem por Convidado Sex 06 Fev 2015, 22:30

Relembrando a primeira mensagem :

No intuito de aperfeiçoar minha escrita e argumentação (com foco no Enem), peço que, se possível, avaliem minha redação sobre liberdade de expressão, cuja proposta se apresenta abaixo:

Há limites para a liberdade de expressão?
No dia 7 de janeiro deste ano, terroristas islâmicos mataram a tiros de fuzil 12 pessoas e feriram 11 na Redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", em Paris, a pretexto de vingar o profeta Maomé, alvo frequente das charges da publicação. Apesar das muitas manifestações de repúdio ao ato terrorista, o atentado também acabou provocando uma polêmica sobre a liberdade de expressão. Para alguns, ela deve ser geral e irrestrita, pois, se houver limites, não existirá liberdade de fato. Outros, consideram que há temas como a religião, que devem ser preservados, pois o direito de se expressar livremente não inclui a possibilidade de ofender. Há ainda quem defenda que a liberdade tem de coexistir com a responsabilidade e se submeter a uma ética. Como você se coloca diante desse debate? Exponha seu ponto de vista e o defenda com argumentos numa dissertação que discuta a liberdade de expressão, com ou sem limites.
Elabore uma redação com base nas ideias a seguir:

  • "Charlie Hebdo" e Liberdade de Expressão - Página 2 Capas-do-jornal-satirico-charlie-hebdo-humor-provocativo-que-entrou-na-mira-de-grupos-terroristas-1422555483347_380x260
    Capas do jornal satírico "Charlie Hebdo": humor provocativo, que entrou na mira de grupos terroristas

"Não concordo com nenhuma palavra do que dizes, mas defenderei até morrer o teu direito de dizê-lo."
[Frase atribuída a Voltaire, filósofo iluminista francês]

Expressão e democracia

A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente as democracias têm muitas vozes exprimindo idéias e opiniões diferentes e até contrárias.
[site da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil]

O papa se pronuncia

Um dia depois da publicação da nova edição do jornal satírico francês "Charlie Hebdo", o papa Francisco afirmou que a liberdade de expressão tem limite e não se pode "provocar" nem "insultar" a fé das pessoas. (...) "Temos a obrigação de falar abertamente [sobre religião], temos esta liberdade. Mas sem ofender. Não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros, não se pode tirar sarro dela", disse.
[Folha de S. Paulo]

Liberdade de insultar

O primeiro-ministro islamita-conservador turco, Ahmet Davutoglu, denunciou nesta quinta-feira (15/01/15) a publicação de uma nova charge do profeta Maomé na capa da revista satírica “Charlie Hebdo”, ao considerar que a liberdade de expressão não é "a liberdade de insultar"."A publicação da charge é uma grande provocação (...) liberdade de imprensa não significa liberdade de insultar", declarou Davutoglu à imprensa em Ancara antes de viajar a Bruxelas. "Não podemos aceitar os insultos ao profeta Maomé”, insistiu.
[Correio Braziliense]

Liberdade com responsabilidade

Podemos pôr em risco a segurança e a vida de outras pessoas em nome da liberdade de expressão e do livre pensar? A liberdade de opinião e o direito de expressá-la são uma conquista social, não apenas um direito individual para servir aos interesses e ao narcisismo de pessoas ou de grupos. Portanto o livre exercício do direito de opinar, criticar, caricaturar e denunciar exige reflexão, responsabilidade e ética. (...) Não podemos transformar a liberdade de expressão em um dogma, pois os dogmas são antidemocráticos e geram autoritarismo e posições extremistas. 
[Luiz Carlos Barreto, Folha de S. Paulo]

Sem mas...

O problema da liberdade da expressão é o "mas...", assim, com reticências. "Sou a favor da liberdade de expressão, mas..." E cada um tem o seu mas e as suas reticências. Se os mas e as reticências de todo mundo forem levados em conta, a liberdade de expressão simplesmente deixará de existir.
[Carlos Lana, colaborador da Página 3 Pedagogia & Comunicação]





REDAÇÃO





As diversas interpretações de uma suposta “brincadeirinha”
            O episódio referente ao jornal francês “Charlie Hebdo” em que cartunistas e funcionários foram massacrados por terroristas muçulmanos em represália a charges consideradas desrespeitosas às crenças islâmicas fez ascender novamente o debate acerca da amplitude e adequação da Liberdade de Expressão na mídia. A necessidade de impor restrições às palavras ou às outras formas de expressão revela-se imediata em razão dos outros valores aos quais a sociedade adere.
            Segundo o filosofo e linguista búlgaro Tzvetan Todorov, em seu livro “Os Inimigos Íntimos da Democracia”, a liberdade de expressão exige uma tolerância integral e um relativismo generalizado de todos os valores. Diante de uma sociedade multiculturalista, a existência de princípios antagônicos invalida o pleno exercício deste direito, que só é válido sob uma base compartilhada de costumes, conforme atesta a pluralidade ideológica em relação ao episódio: para os jornalistas, houve um exercício de direito; para os islâmicos, um abuso.
            A partir desse pressuposto, admite-se que, se a relativização dos valores implica na relativização da própria liberdade, distinguir quais das duas condutas (dos cartunistas ou dos terroristas) é a correta torna-se uma contradição. Se, por um lado, há a justificativa de que o humor deve ser dotado de uma maior flexibilidade, sob o pretexto de que o conteúdo ali veiculado tem intuito meramente cômico, há, por outro, o sentimento de que tal liberdade de expressão funciona como uma válvula de escape para o abuso de direito no que tange a ofender pessoas e grupos impunemente.

            Qualquer liberdade absoluta implica obviamente na limitação da liberdade alheia; a única condição que viabiliza seu caráter de direito coletivo é a existência de mecanismos para sua própria restrição e controle. Embora seja paradoxal, essas restrições devem ser impostas em razão dos outros valores aos quais a sociedade adere e do contexto ao qual se encontra o objeto de estudo jurídico. Do contrário, a liberdade sem limites, seja de expressão ou qualquer outra, corresponderá à negação da própria liberdade e, consequentemente, dos ideias democráticos.




Se não for pedir muito, peço que avaliem conforme as competências abaixo, atribuindo notas de 0 a 200 pontos em cada uma delas:
1) Domínio da norma padrão da língua portuguesa;
2) Compreensão da proposta de redação;
3) Seleção e organização das informações;
4) Demonstração de conhecimento da língua necessária para argumentação do texto
5) Elaboração de uma proposta de solução para os problemas abordados, respeitando os valores e considerando as diversidades socioculturais.

Convidado
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Mensagem por Convidado Dom 15 Fev 2015, 13:48

REEDIÇÃO:

As diversas interpretações de uma suposta “brincadeirinha”
            Segundo o filosofo e linguista búlgaro Tzvetan Todorov, em seu livro “Os Inimigos Íntimos da Democracia”, a liberdade de expressão exige uma tolerância integral e um relativismo generalizado de todos os valores. O episódio referente ao jornal francês “Charlie Hebdo” em que cartunistas e funcionários foram massacrados por terroristas muçulmanos em represália a charges consideradas desrespeitosas às crenças islâmicas fez ascender novamente o debate acerca da amplitude e adequação da liberdade de expressão na mídia. A necessidade de impor restrições às palavras ou às outras formas de expressão revela-se imediata em razão dos outros valores aos quais a sociedade adere.
            O artigo 29 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, estabelece que todo ser humano, no exercício de seus direitos e liberdades, está sujeito às limitações determinadas pela lei, a fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem. No entanto, o multiculturalismo existente entre o ocidente e oriente invalida o pleno exercício deste direito, que só é válido sob uma base compartilhada de costumes, conforme atesta a pluralidade ideológica em relação ao episódio: para os jornalistas, houve um exercício de direito; para os islâmicos, um abuso.
            Por conseguinte, se a relativização dos valores implica na relativização da própria liberdade, a adoção acrítica do unilateralismo e do maniqueísmo divulgado pela mídia acerca do acontecimento não pode servir como juízo sobre as duas condutas (dos cartunistas ou dos terroristas). Se, por um lado, há a justificativa de que o humor deve ser dotado de uma maior flexibilidade, sob o pretexto de que o conteúdo ali veiculado tem intuito meramente cômico, há, por outro, o sentimento de que tal liberdade de expressão funciona como válvula de escape para o abuso de direito no que tange a ofender pessoas e grupos impunemente.
            Qualquer liberdade absoluta implica obviamente na limitação da liberdade alheia; a única condição que viabiliza seu caráter de direito coletivo é a existência de mecanismos para sua própria restrição e controle. Embora seja paradoxal, essas restrições devem ser impostas em razão dos outros valores aos quais a sociedade adere e do contexto ao qual se encontra o objeto de estudo jurídico. Do contrário, a liberdade sem limites, seja de expressão ou qualquer outra, corresponderá à negação da própria liberdade e, consequentemente, dos ideias democráticos.




Achei que ficou um pouco "repetitivo". Terei que tirar ou substituir alguma informação para se adequar ao limite de 30 linhas. No word deu 33 linhas.  Sugestões, críticas?  Neutral

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"Charlie Hebdo" e Liberdade de Expressão - Página 2 Empty Re: "Charlie Hebdo" e Liberdade de Expressão

Mensagem por magcamile Dom 15 Fev 2015, 14:34

Ficou Show, Dezotti! Very Happy A introdução ficou mais "introdutória" hehe E o texto em si ficou mais coeso, e também mais claro.


Última edição por magcamile em Dom 15 Fev 2015, 15:23, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Convidado Dom 15 Fev 2015, 15:05

Obrigado. Pretendo mandá-la para o Banco de Redações do UOL ou do Brasil Escola, mas terei que retirar 3 linhas (o limite é 30 linhas escritas). Acho que vou mandar sem tirar. Só não sei se vão corrigir... Neutral  

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Mensagem por Jorge Mendes Dom 22 Fev 2015, 23:52

Boa capacidade expositiva.Atente-se para a tamanho dos períodos,quando muito longos eles tornam a leitura cansativa.
Ótimo texto!

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Mensagem por Jorge Mendes Seg 02 Mar 2015, 08:55

Dezotti dê uma olhada na minha redação ,por favor.
valeu!

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Mensagem por Convidado Qua 04 Mar 2015, 17:44

Valeu pela ajuda pessoal... Consegui uma nota 9 na redação, de acordo com a correção do Banco de Redações do Brasil Escola. Não consegui minha meta, que é e continuará sendo 10, mas uma hora com meu esforço e a ajuda de vocês eu chego lá.

Para acessar a correção é só clique aqui.

Jorge Mendes
Eu li sua redação umas 3 vezes já. Cheguei a iniciar uma correção, mas acabei parando e não postei. Não sou muito bom em corrigir redações, mas quando sobrar tempo vou tentar. Em uma análise superficial daria uns 7. 

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Mensagem por Nina Luizet Qua 04 Mar 2015, 17:57

Parabéns Dezotti !.
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