Redação Modelo ENEM - Homescholling

Saudações a todos! Cá estou, mais uma vez, para pedir a opinião de vocês sobre meu texto
Creio que meu maior problema seja a falta de repertório, mas provavelmente há algo que ainda não percebi.
De toda forma, sintam-se à vontade para comentar a respeito!

Tema: A Regulamentação do Homeschooling no Brasil
(Introdução)
Os avanços tecnológicos frutos da Guerra Fria no Século XX possibilitaram o acesso à informação de praticamente qualquer lugar do mundo e, como consequência, os modelos alternativos de ensino, tais como a educação doméstica, tornaram-se viáveis. No entanto, a prática vai contra o Artigo 6º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que atribui aos responsáveis o dever de matricular seus filhos no ensino público. Ainda assim, o “Homeschooling” vem ganhando cada vez mais espaço entre as famílias brasileiras. Desse modo, faz-se necessário debater acerca da regulamentação da educação doméstica no Brasil, bem como suas consequências na sociedade.

(Desenvolvimento I)
Primeiramente, cabe analisar as razões que levam famílias a aderir à educação domiciliar. Segundo informações da Associação Nacional de Ensino Domiciliar (Aned), somente no Brasil, há pelo menos 5 mil famílias que educam seus filhos em suas casas. Uma das principais razões é a baixa qualidade do ensino público ofertado no país, o que prejudica o desenvolvimento dos alunos. O ensino doméstico, em contraste com as instituições públicas, permite que o estudante molde o próprio aprendizado à gosto. Por conseguinte, observa-se um melhor desempenho acadêmico destes indivíduos em relação àqueles que seguem o modelo tradicional.

(Desenvolvimento II)
Ademais, os ganhos proporcionados pela educação domiciliar vão além de notas. O aluno desenvolve habilidades autodidatas, o que culmina na formação de um indivíduo autossuficiente. O ambiente familiar garante liberdade às crianças e jovens para desenvolver suas capacidades em seus próprios ritmos, diferentemente do ambiente escolar, onde todos os alunos são condicionados a seguirem o mesmo ritmo, o que acaba por prejudicar seu aprendizado, já que o professor nem sempre é capaz de dar atenção individual a cada um deles.

(Conclusão)
Portanto, cabe ao Ministério da Educação e ao Governo Federal, por meio de projetos de lei e de um planejamento adequado, regulamentar a educação doméstica no Brasil, a fim de garantir liberdade às famílias para que possam educar seus filhos da forma que julgarem adequada. Além disso, faz-se necessária a ampliação de Exames como o Encceja, para que estes indivíduos possam adquirir seus certificados de conclusão do Ensino Fundamental e Médio e, assim, consigam ingressar no ensino superior. Dessa forma, todos terão a oportunidade de adequar seus estudos às suas necessidades, e não o contrário.

Olá Dougs!!
Boa noite! Eu novamente para te ajudar kkkkk!
Vamos fazer que nem a última vez, parágrafo por parágrafo! (/◕ヮ◕)/

I) Introdução:
-> "Os avanços tecnológicos - frutos da Guerra Fria, no Século XX - possibilitaram"
Aqui, o único ponto dessa frase é que ela está longa, e a sua pontuação se localizou apenas no final dela... Então, separei esse trechinho para mostrar uma possível alternativa na pontuação dela!
Eu recomendaria que vc colocasse: ou os travessões em negrito e a vírgula entre eles, que eu acho uma opção melhor, em questão de estética, ou que vc colocasse a expressão "no Século XX" entre vírgulas.


-> "Artigo 6º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)"
Este artigo é de onde?

Uma lei de um município... ou da Constituição Federal Brasileira? E de qual delas?
Isso são perguntas que o seu leitor pode fazer, assim como o seu corretor tbm. E assim como eu fiz, para zuar vc, com o intuito que vc perceba que houve vagacidade ali.
Em uma redação, quando citamos uma Lei/Artigo/Decreto etc; o ideal é que a gente fale de onde ela é. No caso, creio realmente que seja da Constituição. Logo, vc deve dizer que é:
      -> ... Artigo 6º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, presente na Constituição Federal Brasileira de 1988 .... <-

-> Achei uma ótima introdução!
Apenas quero dizer a vc que palavras em línguas estrangeiras não são contabilizadas.
Logo, atente-se a como vc escreve elas, para que não haja nenhum erro ao escreve-las! Vamos seguir!

II) 1º Parágrafo de Introdução:
-> Um ótimooo parágrafo de desenvolvimento!!
Adorei a sua argumentação, meu amigo!
Só gostaria de saber de onde vc retirou esses dados tão precisos... foram dados pelo texto motivador? Ou vc pesquisou em algum lugar fora da prova?
Devo dizer que não é aceito que as informações sejam copiadas do texto motivador. Ele serve de base para a sua redação, usar um dado ou outro não é problema, desde que vc consiga modificar um pouco o que está escrito, mas que não prejudique o sentido, claro!



III) 2º Parágrafo de Desenvolvimento:
-> Só houve duas frases no seu parágrafo... um certo problema estrutural na redação
Tivemos uma frase muito grande, com um uso excessivo de vírgulas, no caso!
Então, recomendo que vc reescreva esse trecho... Até pq, devido ao tamanho, creio que vc consiga construir umas 2 - 3 frases com apenas 1!

IV) Conclusão:
-> Uma ótima conclusão!
Apenas, pergunto uma coisa a vc: o que é Encceja?
Vc não disse no seu texto, e eu, como um leitor curioso, fico a deriva pois não sei o que significa...
Viu?! Vagacidade... Mesmo que possa ser conhecida essa sigla, é bem melhor que vc cite o que ela significa, pois tente imaginar que qualquer um pode ler o seu texto, além de mim e do corretor da prova... logo, e se eu não souber o que significa? Isso deixa o seu texto prejudicado, pois vc apresentou um tom de vagacidade, o que prejudica ele, no caso, a conclusão do seu texto...



Olha, gostei bastante da sua redação!
Não encontrei nenhum outro ponto que esteja errado.
Apenas o que eu pontuei acima mesmo!
Caso vc queira comentar alguma coisa, fique a vontade! Um forte abraço, e uma boa noite!!

Boa noite, Batata!

Esclarecendo a questão dos dados que você citou no Desenvolvimento: essa foi uma informação que encontrei quando busquei textos motivadores para o tema. Inclusive, o Artigo 6º da LDB, citado na introdução, também estava nesses textos.

Quanto às ideias vagas, é pura falta de atenção da minha parte

Até breve, amigo!

Ahh sim, entendi.
Eu havia pensado nisso mesmo; eu costumo fazer as propostas de redações já lançadas, com um texto motivador específico. Mas gostei do seu modo, além de vc ficar mais livre, vc conseguirá ter ideias que vão além...

E sobre a vagacidade, sem problemas!
Foi apenas um ponto que eu quis colocar mesmo, pois revela problemas, como eu te falei acima... 

Até breve! Abraços! 

Olá. 

Antes de opinar sobre o texto vou lhe dizer minha percepção acerca da redação modelo ENEM. 
Por se tratar de uma redação modelo ENEM, vc tem que pensar o que um corretor, que recebe curso de correção pelo órgão competente, quer ler. Na sua redação, vc sempre vai ter que defender teses que convergem aos interesses do Estado. Em outras redações de faculdades particulares, ou de públicas que vc conhece mais a banca e sabe que dá pra ousar um pouco, vc pode dizer sua opinião, contanto que ela esteja devidamente justificada. 
Por exemplo, ao tratar do problema da fome no Brasil. Em uma redação para uma faculdade particular, vc poderá dizer, se quiser, que a fome é resultado dos altos custos de produção e transporte que o Estado impõe por meio de impostos, encarecendo o produto final e fazendo com que muitos não conseguiam adquiri-lo. Já na redação do ENEM vc, indispensavelmente, terá que falar que a fome é resultado de algo análogo a desigualdade social. Note que nesse caso vc vai, também, criticar o Estado, mas lá na conclusão, na proposta de intervenção, vc vai dizer que o Estado deve promover políticas públicas que amenizem a desigualdade social, então, em última análise, vc ainda vai estar pendendo pro lado social, estatista, assistencialista. Vc entende a diferença? Na conclusão de uma redação de faculdade particular, geralmente sua conclusão é um mero fechamento de suas ideias, sem intervenção alguma. Só para esclarecer de uma vez por todas: as suas teses empregadas na redação do ENEM podem (e de certa forma, devem) ser clichês, o que o "senso comum" fala, no entantoooo, a sua argumentação e seu repertório não o podem; é aí que está a diferença.  

Nesse seu texto, faltaram as teses na introdução. As teses são o ponto principal e impactarão em todas as 5 competências. O que são as teses? As teses são a problemática do tema. Com o exemplo anterior, do problema da fome no Brasil, uma tese, nos moldes do ENEM, seria a desigualdade social. Acerca do problema da falta de saneamento básico no Brasil, uma tese, nos moldes do ENEM, seria a falta de investimento público. Entendeu como é clichê? Por isso a redação do ENEM é fácil. 

Segue algumas possíveis teses para o tema da regulamentação do homeschooling no Brasil: os homeschoolers não se socializam por não frequentarem a escola, principal local de socialização; os responsáveis pelos homeschoolers não tem noção do conteúdo que deve ser abordado e isso pode causar atrasos na aprendizagem; os homeschoolers e seus responsáveis rompem com o conceito de uma educação pública e obrigatória, fazendo desta desprezível e/ou opcional o que, em último caso, pode levar a decadência do pensamento social do Estado como promotor da educação. 

Note que todas essas teses dizem contra o homeschooling. O homeschooling é uma prática que vai contra os interesses do Estado, logo, é melhor (mais seguro) que vc a critique do que a elogie, no caso da redação do ENEM. Também é importante que vc diga contra esse ensino alternativo pq a maior parte da população não aprova ele, então a probabilidade de vc pegar um corretor que o desaprova também, é grande - lembre que as impressões pessoais, de igual forma, mesmo que inconscientemente, interferem na nota; não somos totalmente desvinculados da emoção mesmo quando é preciso sermos o mais racional possível. 

Massss já que vc falou a favor do homeschooling, vou te ajudar com uns repertórios para comprovar a sua posição. Vc também pode fazer duas redações sobre esse tema, uma argumentando a favor e a outra contra, e envie para uma plataforma de correção. 

No desenvolvimento I, na última frase: "Por conseguinte, observa-se um melhor desempenho acadêmico destes indivíduos em relação àqueles que seguem o modelo tradicional.". Onde está o exemplo dessa afirmação? Existe algum levantamento estatístico atual que confirme isso, uma matéria de jornal? Creio que não, pq o homeschooling foge do habitual, não é um atrativo pra pesquisa pq pode incomodar muitas pessoas do meio educacional. Mas há exemplos que se relacionam, tais como: https://educacao.uol.com.br/noticias/2021/05/05/estudante-de-homeschooling-barrada-na-usp-ganha-oportunidades-nos-eua.htm. 
Bom, vc ñ tem como justificar que os homeschoolers vão melhor, mas vc pode mostrar que há casos em que eles chegam em patamar igual ou superior aos estudantes do ensino tradicional. É sempre melhor vc mudar um pouco a sua tese para conseguir argumentar em cima dela com o devido repertório. 

No desenvolvimento II, eu tenho um repertório perfeito para vc. Veja o livro de Murray Rothbard, Educação: livre e obrigatória (PDF: https://rothbardbrasil.com/wp-content/uploads/arquivos/educacao.pdf). 
No livro, o autor argumenta exatamente o que vc falou. Ele diz que, no ensino tradicional, todos os alunos são obrigatoriamente nivelados, o que faz com que os mais atrasados não consigam chegar no patamar necessário e os mais adiantados não evoluíam por terem que permanecer naquele patamar. É um livro bem curto e fácil de ler, mas, se quiser, há a resenha do livro em https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1520. Mas, já te digo, o escritor do livro e seus seguidores são críticos ferrenhos do Estado, por isso que te digo que dizer a favor do homeschooling pode ser um problema...  Todavia, o lado positivo disso é que os corretores estudam linguagens e não humanas, então eles não sabem; eles só vão olhar se sua opinião está bem fundamentada. 

No primeiro parágrafo eu evitaria a palavra "frutos". Por ser redação modelo ENEM, há corretores que ñ aceitam nenhum tipo de informalidade.