RECURSOS DE LINGUAGEM
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RECURSOS DE LINGUAGEM
(UERJ-2004)
"PRECONCEITO E EXCLUSÃO
Os preconceitos lingüísticos no discurso de quem vê nos estrangeirismos uma ameaça têm aspectos
comuns a todo tipo de posição purista, mas têm também matizes próprios. Tomando a escrita como
essência da linguagem, e tendo diante de si o português, língua de cultura que dispõe hoje de uma
norma escrita desenvolvida ao longo de vários séculos, [o purista] quer acreditar que os empréstimos
de hoje são mais volumosos ou mais poderosos do que em outros tempos, em que a língua teria sido
mais pura. (...)
Ao tomar-se a norma escrita, é fácil esquecer que quase tudo que hoje ali está foi inicialmente
estrangeiro. Por outro lado, é fácil ver nos empréstimos novos, com escrita ainda não padronizada,
algo que ainda não é nosso. Com um pouco menos de preconceito, é só esperar para que esses
elementos se sedimentem na língua, caso permaneçam, e que sejam padronizados na escrita, como a
panqueca. Afinal, nem tudo termina em pizza!
Na visão alarmista de que os estrangeirismos representam um ataque à língua, está pressuposta a
noção de que existiria uma língua pura, nossa, isenta de contaminação estrangeira. Não há.
Pressuposta também está a crença de que os empréstimos poderiam manter intacto o seu caráter
estrangeiro, de modo que somente quem conhecesse a língua original poderia compreendê-los.
Conforme esse raciocínio, o estrangeirismo ameaça a unidade nacional porque emperra a compreensão
de quem não conhece a língua estrangeira. (...)
O raciocínio é o de que o cidadão que usa estrangeirismos – ao convidar para uma happy hour, por
exemplo – estaria excluindo quem não entende inglês, sendo que aqueles que não tiveram a
oportunidade de aprender inglês, como a vastíssima maioria da população brasileira, estariam
assim excluídos do convite. Expandindo o processo, por analogia, para outras tantas situações de
maior conseqüência, o uso de estrangeirismos seria um meio lingüístico de exclusão social.
A instituição financeira banco que oferece home banking estaria excluindo quem não sabe inglês,
e a loja que oferece seus produtos numa sale com 25% off estaria fazendo o mesmo.
O equívoco desse raciocínio lingüisticamente preconceituoso não está em dizer que esse pode ser
um processo de exclusão. O equívoco está em não ver que usamos a linguagem, com ou sem
estrangeirismos, o tempo todo, para demarcarmos quem é de dentro ou de fora do nosso círculo de
interlocução, de dentro ou de fora dos grupos sociais aos quais queremos nos associar ou dos quais
queremos nos diferenciar. (...)
(GARCEZ, Pedro M. e ZILLES, Ana Maria S. In: FARACO, Carlos Alberto (org.). Estrangeirismos - guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001.)"
Na construção do texto, os autores utilizam alguns recursos de linguagem para se distanciar da posição
que eles combatem.
Um desses recursos está assinalado e caracterizado em:
(A) “os empréstimos de hoje são mais volumosos ou mais poderosos do que em outros tempos,”
(. 4 - 5) – comparação
(B) “Na visão alarmista de que os estrangeirismos representam um ataque à língua,” (. 12) – adjetivação
(C) “ao convidar para uma happy hour, por exemplo – estaria excluindo quem não entende inglês,”
(. 18 - 19) – citação de exemplo
(D) “não tiveram a oportunidade de aprender inglês, como a vastíssima maioria da população
brasileira,” (. 19 - 20) – emprego de superlativo
POR FAVOR, ALGUÉM ME EXPLICA COMO RESOLVER ESSA QUESTÃO ?
"PRECONCEITO E EXCLUSÃO
Os preconceitos lingüísticos no discurso de quem vê nos estrangeirismos uma ameaça têm aspectos
comuns a todo tipo de posição purista, mas têm também matizes próprios. Tomando a escrita como
essência da linguagem, e tendo diante de si o português, língua de cultura que dispõe hoje de uma
norma escrita desenvolvida ao longo de vários séculos, [o purista] quer acreditar que os empréstimos
de hoje são mais volumosos ou mais poderosos do que em outros tempos, em que a língua teria sido
mais pura. (...)
Ao tomar-se a norma escrita, é fácil esquecer que quase tudo que hoje ali está foi inicialmente
estrangeiro. Por outro lado, é fácil ver nos empréstimos novos, com escrita ainda não padronizada,
algo que ainda não é nosso. Com um pouco menos de preconceito, é só esperar para que esses
elementos se sedimentem na língua, caso permaneçam, e que sejam padronizados na escrita, como a
panqueca. Afinal, nem tudo termina em pizza!
Na visão alarmista de que os estrangeirismos representam um ataque à língua, está pressuposta a
noção de que existiria uma língua pura, nossa, isenta de contaminação estrangeira. Não há.
Pressuposta também está a crença de que os empréstimos poderiam manter intacto o seu caráter
estrangeiro, de modo que somente quem conhecesse a língua original poderia compreendê-los.
Conforme esse raciocínio, o estrangeirismo ameaça a unidade nacional porque emperra a compreensão
de quem não conhece a língua estrangeira. (...)
O raciocínio é o de que o cidadão que usa estrangeirismos – ao convidar para uma happy hour, por
exemplo – estaria excluindo quem não entende inglês, sendo que aqueles que não tiveram a
oportunidade de aprender inglês, como a vastíssima maioria da população brasileira, estariam
assim excluídos do convite. Expandindo o processo, por analogia, para outras tantas situações de
maior conseqüência, o uso de estrangeirismos seria um meio lingüístico de exclusão social.
A instituição financeira banco que oferece home banking estaria excluindo quem não sabe inglês,
e a loja que oferece seus produtos numa sale com 25% off estaria fazendo o mesmo.
O equívoco desse raciocínio lingüisticamente preconceituoso não está em dizer que esse pode ser
um processo de exclusão. O equívoco está em não ver que usamos a linguagem, com ou sem
estrangeirismos, o tempo todo, para demarcarmos quem é de dentro ou de fora do nosso círculo de
interlocução, de dentro ou de fora dos grupos sociais aos quais queremos nos associar ou dos quais
queremos nos diferenciar. (...)
(GARCEZ, Pedro M. e ZILLES, Ana Maria S. In: FARACO, Carlos Alberto (org.). Estrangeirismos - guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001.)"
Na construção do texto, os autores utilizam alguns recursos de linguagem para se distanciar da posição
que eles combatem.
Um desses recursos está assinalado e caracterizado em:
(A) “os empréstimos de hoje são mais volumosos ou mais poderosos do que em outros tempos,”
(. 4 - 5) – comparação
(B) “Na visão alarmista de que os estrangeirismos representam um ataque à língua,” (. 12) – adjetivação
(C) “ao convidar para uma happy hour, por exemplo – estaria excluindo quem não entende inglês,”
(. 18 - 19) – citação de exemplo
(D) “não tiveram a oportunidade de aprender inglês, como a vastíssima maioria da população
brasileira,” (. 19 - 20) – emprego de superlativo
POR FAVOR, ALGUÉM ME EXPLICA COMO RESOLVER ESSA QUESTÃO ?
nique.araujo11@gmail.com- Iniciante
- Mensagens : 13
Data de inscrição : 16/08/2014
Idade : 29
Localização : rio de janeiro,rj,brasil
Re: RECURSOS DE LINGUAGEM
Olá, sempre coloque o gabarito das questões e destaque as palavras que precisam ser destacadas em cada alternativa
Para te ajudar a resolver essa questão precisei achar o exercício em outro site:
Na construção do texto, os autores utilizam alguns recursos de linguagem para se distanciar da posição que eles combatem.
Um desses recursos está assinalado e caracterizado em:
a) "os empréstimos de hoje são MAIS volumosos ou mais poderosos DO QUE em outros tempos," - comparação.
b) "Na visão ALARMISTA de que os estrangeirismos representam um ataque à língua," - adjetivação.
c) "ao convidar para uma happy hour, POR EXEMPLO - estaria excluindo quem não entende inglês," - citação de exemplo.
d) "não tiveram a oportunidade de aprender inglês, como a VASTÍSSIMA maioria da população brasileira," - emprego de superlativo.
RESOLUÇÃO
Essa questão é bem simples na verdade: o enunciado pede uma alternativa em que a palavra destacada seja um indicio de uma posição contrária do autor. Pede também qual foi o recurso utilizado para tal.
Na letra B, ao escrever "alarmista" o autor utilizou um adjetivo para criticar a visão de que estrangeirismo é um ataque à língua.
Fique a vontade para fazer qualquer observação
Para te ajudar a resolver essa questão precisei achar o exercício em outro site:
Na construção do texto, os autores utilizam alguns recursos de linguagem para se distanciar da posição que eles combatem.
Um desses recursos está assinalado e caracterizado em:
a) "os empréstimos de hoje são MAIS volumosos ou mais poderosos DO QUE em outros tempos," - comparação.
b) "Na visão ALARMISTA de que os estrangeirismos representam um ataque à língua," - adjetivação.
c) "ao convidar para uma happy hour, POR EXEMPLO - estaria excluindo quem não entende inglês," - citação de exemplo.
d) "não tiveram a oportunidade de aprender inglês, como a VASTÍSSIMA maioria da população brasileira," - emprego de superlativo.
RESOLUÇÃO
Essa questão é bem simples na verdade: o enunciado pede uma alternativa em que a palavra destacada seja um indicio de uma posição contrária do autor. Pede também qual foi o recurso utilizado para tal.
Na letra B, ao escrever "alarmista" o autor utilizou um adjetivo para criticar a visão de que estrangeirismo é um ataque à língua.
Fique a vontade para fazer qualquer observação
dd0123- Estrela Dourada
- Mensagens : 1362
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Idade : 24
Localização : Brasil
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