Consumir para ser consumido /PADRÃO DE BELEZA

por Convidado Qua 14 Out 2015, 14:08

Forma física, corpo perfeito e consumismo

Vale tudo para obter um corpo perfeito? Os fatos indicam que não, como se pode ver por relatos publicados na imprensa. Não bastasse isso, os especialistas da área médica alertam constantemente para os perigos de cirurgias desnecessárias, de usar produtos químicos inadvertidamente, de apelar para profissionais (nem sempre da área médica) que fazem o serviço a preços módicos. Mesmo assim, é crescente o número de pessoas que se dispõem a realizar os mais variados procedimentos, em busca do corpo dos seus sonhos - ou daquele que a moda e os meios de comunicação apresentam como perfeito. Só para dar um exemplo, uma pesquisa da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência mostrou que as cirurgias estéticas em adolescentes aumentaram 141% em quatro anos. Diante desse quadro, é o caso de se perguntar: teria o corpo perfeito se transformado também num objeto de consumo? O consumismo, afinal, chegou à forma física e à anatomia, assim como tem invadido vários outros aspectos da vida contemporânea?

*A ideia principal da redação está no parágrafo de desenvolvimento 2. Estou falando isso porque tive muita dificuldade para argumentar a favor dessa ideia, foi um desafio; então não sei se ficou claro / convincente no restante da redação.

Consumir para ser consumido

Dados recentes do IBGE revelam que, nos últimos anos, as empresas de cosméticos apresentaram um crescimento médio de 10% ao ano no Brasil. Esse aumento do consumo foi acompanhado, também, do aumento de cirurgias plásticas realizadas, que colocaram o Brasil em 2º lugar no ranking mundial, ficando atrás somente dos EUA, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgias Plásticas Estéticas (ISAPS). Nesse contexto, o homem abandonou seu caráter de consumidor, para ser consumido pelos padrões de beleza contemporâneos.

A grande diferença dessas duas vertentes do consumismo consiste na relação de posse. O ser humano é proprietário do seu corpo; e todo processo de venda deste o coloca na condição de “ser consumido”; do contrário, ou seja, se ele se utiliza de algo seu – como a força de trabalho – para adquirir algo que não possui, ele obedece ao caráter de “consumidor”. Desta forma, o modelo obedece à ideia de que, para o homem comprar, ele precisa antes se vender.

No entanto, essa concepção é invertida no que tange a beleza, visto que está não é, essencialmente, uma mercadoria, mas sim um ideal inatingível proposto pela sociedade. O conceito é de que as pessoas compraram um padrão de beleza, de forma involuntária e gratuita, e agora se vendem a ele, na intenção de tornar o próprio corpo um destes exemplares. O corpo perfeito nunca foi um objeto de consumo, mas sim um consumidor de corpos.

Sob está ótica, dá-se a entender do porquê que muitos indivíduos adquirem transtornos psicológicos e alimentares, como a anorexia, para serem aceitos como “belos” pela sociedade. Cuidar da própria aparência é algo importante; mas se vender a uma fisionomia perfeita, que não existe, é prejudicial. Quando um indivíduo paga por uma cirurgia plástica, com objetivo majoritariamente estético, ele não está comprando a beleza, mas vendendo o próprio corpo a ela.

por legendinho Qua 14 Out 2015, 17:08

Qual a plataforma de correção?Enem ou vestibulares normais?

por Convidado Qua 14 Out 2015, 20:56

por hugo araujo Qua 14 Out 2015, 23:02

Gastou quanto tempo para redigir pelo menos o esboço da sua redação ?

Faltou proposta de intervenção. Achei que há um rebuscamento de ideias muito grande no seu texto, isso deixa o texto confuso. Tente ser mais simples, poderia ter falado dos limites da vaidade " A valorização da aparência tem limite ?'' e como a indústria está se beneficiado disso. No mais, você domina bem a norma culta e usa bem os conectivos, acho que sua nota está entre 760 - 860.

por legendinho Qua 14 Out 2015, 23:18

Não da pra saber qual é a causa que levou o homem a abandonar esse caráter de consumidor(Cuidado,o homem apesar da valorização corporal continua sendo muito consumista).Você cita uma consequência no ultimo paragrafo,porem não explica um pouco mais sobre isso.Outra questão é que não há solução no seu texto,o que perderia uma pontuação expressiva.Acredito que essa redação giraria em torno dos 580-680

por hugo araujo Qua 14 Out 2015, 23:33

Legendinho, concordo com as suas críticas, mas lembre-se que o enem não avalia apenas o conteúdo do texto. 2 competências referem-se basicamente a estrutura do texto, eu acho nessas duas ele tiraria em cada uma uns 180. Na competência de domínio do assunto e organização de ideias 120 em cada uma. Na conclusão 60.