O calouro tem que aprender a trotar? (TROTE)
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Que nota, de 0 a 1000, você daria a essa redação?
O calouro tem que aprender a trotar? (TROTE)
PROPOSTA DE ABRIL DE 2015 (UOL)
Qual é o limite entre o trote e o crime?
O trote universitário é uma espécie de ritual de passagem que existe desde o surgimento das primeiras universidades, na Idade Média. Em teoria, essa prática deveria promover a integração entre calouros e veteranos. No entanto, cada vez mais, ela vem se tornando violenta e humilhante. Os excessos e abusos são frequentes, resultando em traumas e até mesmo em mortes. Em São Paulo, para tentar resolver o problema, deputados estaduais se reuniram em uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que investigou denúncias de violação de direitos humanos em trotes de universidades do Estado. Entre outras medidas, a CPI sugeriu que, em caso de violência, o trote passe a ser considerado uma forma de tortura. Você concorda com esse tipo de enfoque? Na sua opinião, quais as causas da violência na recepção aos calouros? Quando a prática deixa de ser uma brincadeira entre colegas e se torna efetivamente criminosa? Qual é o limite entre o trote e o crime? Redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema, expondo suas opiniões e defendendo seu ponto de vista.
Elabore uma dissertação considerando as ideias a seguir:
Reconhecimento social
Apesar de ser uma prática repugnante, os trotes vêm sendo aceitos como um símbolo de reconhecimento social. Existe muita resistência por parte das Universidades e autoridades em organizar uma discussão a respeito ou tomar providências mais incisivas. O raciocínio predominante parece ser o de que, se não houver mortes ou mutilações durante as recepções aos novatos, então não há problema, pois se trata de um tradicional rito de passagem que promove a integração entre calouros e veteranos.
Entretanto, tais atos de violência não devem ser entendidos como “brincadeira”. São atos de tortura, que na maioria dos casos deixam marcas que o tempo não apaga e podem, até mesmo, configurar bullying. É absolutamente inaceitável que um veterano imponha aos calouros condutas que venham a lhes causar danos à saúde, à vida ou os atinjam em sua dignidade. [Jusbrasil]
Trote e tortura
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo investigou denúncias de violação de direitos humanos em trotes de universidades paulistas. Os deputados paulistas pedem que os trotes praticados contra calouros nas universidades de todo o país sejam classificados de crime de tortura no Código Penal Brasileiro. “O que acho mais urgente é tirar toda a violência que ocorre nos trotes do capítulo de Atentado Violento ao Pudor, elevando-o à categoria de tortura. Trote é uma forma de tortura”, disse o deputado Adriano Diogo, presidente da CPI. [Agência Brasil]
Álcool e morte
O ano em que entrei na universidade, 1999, foi marcado por um trote violento que terminou em uma tragédia. Foi naquele ano que o jovem Edison Tsung Chih Hsueh, calouro de medicina da USP, morreu afogado na piscina da atlética. Ele havia ingerido álcool forçado pelos "colegas" veteraos.
lguns cursos, especialmente de humanas, passaram a fazer o “trote solidário”, em que o calouro era convidado a fazer um trabalho social. Não havia tintas, cabelo raspado e nem humilhação pública. Isso é comum em países como os Estados Unidos.
Lá, os calouros costumam ser recebidos por veteranos-tutores, que se ocupavam de orientá-los sobre moradia, alimentação, lugares para estudar e, claro, festas. Por aqui, a onda dos trotes violentos vai e volta. [Abecedário, blog de Sabine Righetti, Folha de S. Paulo]
_________________________________
MINHA REDAÇÃO
*Se possível, corrijam de acordo com o ENEM
O calouro tem que aprender a trotar?
O termo “trote” refere-se a uma certa forma de se movimentar dos cavalos, que deve ser ensinada a ele (muitas vezes à base de chicotadas e esporadas). Analogamente, os veteranos, através do trote universitário, visam “domesticar” o calouro pelo emprego de práticas humilhantes, tornando-o, assim como o cavalo, submisso àquele que tem o poder de mando. Definir os limites entre essas práticas e o crime só é possível mediante análise dos ideais que fazem com que o trote se perpetue e a distinção de brincadeira e delito.
O que está nas entrelinhas do trote é uma ideologia de dominação do “menos instruído” pelo “mais instruído”, que desumaniza o calouro e contribui para a manutenção da hierarquia social; a ascensão e a posse do poder, de acordo com esse pensamento, só seria possível mediante domínio e subjugo do outro. Não é por acaso que essa tradição é perpetuada de geração em geração: aquele que sofreu o trote, ao se tornar veterano, convencido dessa “verdade natural”, se acha no direito de humilhar, não só aos calouros, mas também àqueles que não tiveram a oportunidade de estudar.
O limite entre o trote e o crime está no critério de igualdade. Em uma brincadeira, os participantes se utilizam dos mesmos brinquedos ou competem em paridade de direitos; no crime, um grupo coloca o outro na condição de “brinquedo”, tornando-o inanimado e totalmente submisso. Como essa tradição surgiu no momento em que a cultura era extremamente moldada pela cosmologia cristã, de que é necessário sofrer para atingir a ressurreição, e se perpetuou no contexto capitalista, onde o pobre é inferior por ser preguiçoso, é muito mais provável que ela tenda, não à uma brincadeira, mas à uma prática criminosa.
O trote é só uma das formas pelas quais essa cultura de superioridade se manifesta. Se ele se perpetua não é por falta de leis, uma vez que os agressores podem ser responsabilizados tanto na esfera administrativa, quanto na civil e na penal; é, antes de tudo, em virtude da omissão proposital daqueles que detém o poder de punir. Cidadania, respeito ao próximo e igualdade social; não adianta a universidade defender um trote solidário se dentro dela existem professores que humilham seus alunos.
Meu comentário
Tive a sensação de que as partes da redação não ficaram muito conectadas. Além disso, no último parágrafo, não mencionei uma solução para o problema, por entender que o tema não pede uma solução, mas uma argumentação sobre o limiar entre o crime e o trote (ainda que apresentá-la seja quase uma obrigação para o ENEM). Fico no aguardo de críticas e sugestões. Obrigado.
Convidado- Convidado
Re: O calouro tem que aprender a trotar? (TROTE)
Ficou bem legal, só algumas ressalvas. Você exagerou nas analogias e exemplificações, isso tornou a leitura um pouco cansativa; os dois parágrafos do desenvolvimento poderiam ter uma conexão maior; O ultimo período ficou um pouco isolado em termos de sentido ("não adianta a universidade defender um trote solidário se dentro dela existem professores que humilham seus alunos").
Quando eu li a argumentação eu lembrei do Michel Foucault, as teorias dele sobre educação e poder e o livro "Vigiar e punir" se encaixam muito no seu texto, talvez ajude.
Não acho justo analisar seu texto na ótica do ENEM, apesar de muito bom, está fora do estilo, principalmente com relação à conclusão e à falta de conectivos, mas vamos lá.
Domínio da norma culta - 200
Adequação ao tema - 200
Argumentação - 200
Coesão - 160 (Apesar de bem conectado, a falta das conjunções salta aos olhos de um corretor do ENEM, que provavelmente tiraria pontos aqui.)
Proposta de solução - 100
Quando eu li a argumentação eu lembrei do Michel Foucault, as teorias dele sobre educação e poder e o livro "Vigiar e punir" se encaixam muito no seu texto, talvez ajude.
Não acho justo analisar seu texto na ótica do ENEM, apesar de muito bom, está fora do estilo, principalmente com relação à conclusão e à falta de conectivos, mas vamos lá.
Domínio da norma culta - 200
Adequação ao tema - 200
Argumentação - 200
Coesão - 160 (Apesar de bem conectado, a falta das conjunções salta aos olhos de um corretor do ENEM, que provavelmente tiraria pontos aqui.)
Proposta de solução - 100
wmsj- Recebeu o sabre de luz
- Mensagens : 118
Data de inscrição : 01/12/2013
Idade : 28
Localização : Campo Grande
Re: O calouro tem que aprender a trotar? (TROTE)
Obrigado wmsj, sua contribuição e a de outros membros são muito importantes. A última frase do texto ("Não adianta a universidade...") foi feita em menção às outras formas da cultura de superioridade se manifestar (veterano e calouro, professor e aluno, patrão e empregado, etc). Mas concordo que o parágrafo ficou um pouco avulso.
Convidado- Convidado
Re: O calouro tem que aprender a trotar? (TROTE)
Me senti humilhada após ler sua redação haha
carolzinhag3- Jedi
- Mensagens : 338
Data de inscrição : 25/09/2013
Idade : 27
Localização : Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Re: O calouro tem que aprender a trotar? (TROTE)
carolzinhag3 escreveu:Me senti humilhada após ler sua redação haha
KKKK.
Carolzinhag3 você tem potencial para chegar mais longe. Continue treinando. :SW4:
Convidado- Convidado
Re: O calouro tem que aprender a trotar? (TROTE)
Depois dessa redação?!
Não! kkkkkkk
Você vai tentar o ENEM esse ano?
Não! kkkkkkk
Você vai tentar o ENEM esse ano?
carolzinhag3- Jedi
- Mensagens : 338
Data de inscrição : 25/09/2013
Idade : 27
Localização : Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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