Fuvest 2009 - Fronteiras
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Fuvest 2009 - Fronteiras
http://www.fuvest.br/vest2009/provas/2fase/por/por2f2009.pdf
Quaisquer correções, sugestões e dicas serão bem aceitas!
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As fronteiras e a segregação do indesejado
Em 2009, o presidente Nicolas Sarkozy propôs mudanças na livre circulação de pessoas da União Europeia para evitar a entrada de árabes e africanos provindos do leste e do Oeste europeu. Essa medida, que reflete o caráter xenofóbico da França, no entanto, não é recente. Desde a antiguidade ocidental, quando Roma ergueu muros para isolar os povos “bárbaros”, até nos últimos séculos, quando surgiram guetos, os quais aprisionavam os judeus ou na civilização oriental, como as castas da Índia, há exemplos em que identificam-se a natureza segregacionista do homem. Nesse sentido, opiniões e costumes conflitantes são os motivos para existirem fronteiras entre elementos ou grupos distintos, ou seja, as divisões socioespaciais são projeções das diferenças ideológicas, culturais e econômicas.
A existência dessas fronteiras é movida por diversas causas. Na sociedade, os grupos de mesmo cunho ideológico se unem e buscam a segregação de seus opositores para enfraquece-los. A Cortina de Ferro e o Muro de Berlim, por exemplo, separavam os capitalistas dos comunistas; Napoleão com o seu Bloqueio Continental pretendia isolar e conter economicamente o império britânico e a conferência de Berlim partilhava a África entre países europeus, os quais incentivaram conflitos étnicos para enfraquecer a população e facilitar sua dominação. Dessa forma, as diferenças ideológicas entre a direita e a esquerda, entre os franceses e os ingleses e entre os colonos e os colonizados levaram à formação de limites, fronteiras e divisões.
Além da oposição de ideias, a nacionalidade também impulsiona o fenômeno da delimitação do espaço. Temendo a perda cultural e a desestabilização da economia, países impõem fronteiras físicas para conter leva de indivíduos “indesejados”. EUA e Coréia do Sul, por exemplo, monitoram os limites de seus países para impedir imigrações de população pobre do México e da Coréia do Norte. Por outro lado, migrações norte-norte, isto é, entre países desenvolvidos, são bem aceitas, visto que em países como a Holanda e a Bélgica não há barreiras físicas para separá-las. Assim sendo, os limites territoriais impostos tendem a evitar a aglutinação de populações periféricas em locais considerados mais “civilizados”.
Portanto, a existência de fronteiras, sejam elas físicas ou ideológicas, sempre existiu com respaldo na desigualdade socioeconômica e cultural de povos e nações. Rousseau, no século XVIII, disse que “o verdadeiro fundador da sociedade civil foi aquele que, havendo cercado um pedaço de terra, disse “isso é meu”, e encontrou pessoas tolas suficientes para acreditarem nas suas palavras”. Como “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”, para o filósofo iluminista francês, as pessoas que dividem o espaço e moldam-no estão deteriorando a civilização. Por conseguinte o fenômeno das fronteiras tendem a, sobretudo, promover a autodestruição da humanidade.
Fito42- Grupo
Velhos amigos do Fórum - Mensagens : 466
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Re: Fuvest 2009 - Fronteiras
Alguém?
Fito42- Grupo
Velhos amigos do Fórum - Mensagens : 466
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Re: Fuvest 2009 - Fronteiras
Antes tarde do que nunca né? Então vamos lá:
Eu achei que você pecou em colocar muitas informações na introdução, que são chamadas de flashs nesse caso, nesse sentido o ideal seria umas três, que em uso demasiado polui um pouco a introdução. E a parte "Nesse sentido, opiniões e costumes .... e econômicas". Eu achei essa mini conclusão não adequada para a introdução, você fechou uma ideia enquanto a mesma deveria ser, no desenvolvimento, é preferível colocar aquelas frases de efeito do que isto, um exemplo genérico: O que justifica a segregação da humanidade.
Uma consequência inigualável sobre o uso exacerbado de flash foi que você não os conseguiu expandir no desenvolvimento, cabe ressaltar uma velha dica:
"Só ponha na introdução aquilo que você explicará ou ratificar no desenvolvimento".
No geral sua redação ficou muito boa, com o estilo histórica, você soube aproveitar bem o tema, soube dominá-lo, mas a redação ficaria melhor ainda se você colocasse um outro tipo de fronteira, não só a geográfica, que acaba sendo histórica, também, poderia por as várias que estão no texto motivador
Com essa redação, numa correção rigorosa, ganharia no mínimo uns 85.
Eu achei que você pecou em colocar muitas informações na introdução, que são chamadas de flashs nesse caso, nesse sentido o ideal seria umas três, que em uso demasiado polui um pouco a introdução. E a parte "Nesse sentido, opiniões e costumes .... e econômicas". Eu achei essa mini conclusão não adequada para a introdução, você fechou uma ideia enquanto a mesma deveria ser, no desenvolvimento, é preferível colocar aquelas frases de efeito do que isto, um exemplo genérico: O que justifica a segregação da humanidade.
Uma consequência inigualável sobre o uso exacerbado de flash foi que você não os conseguiu expandir no desenvolvimento, cabe ressaltar uma velha dica:
"Só ponha na introdução aquilo que você explicará ou ratificar no desenvolvimento".
No geral sua redação ficou muito boa, com o estilo histórica, você soube aproveitar bem o tema, soube dominá-lo, mas a redação ficaria melhor ainda se você colocasse um outro tipo de fronteira, não só a geográfica, que acaba sendo histórica, também, poderia por as várias que estão no texto motivador
Com essa redação, numa correção rigorosa, ganharia no mínimo uns 85.
Fabinho snow- Mestre Jedi
- Mensagens : 658
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Re: Fuvest 2009 - Fronteiras
Fabinho snow, seus comentários me salvam
Você tem razão, às vezes me preocupo em colocar muita informação e esqueço de deixar o meu texto claro e pouco confuso. E sobre a conclusão, apesar de ter mencionado um filósofo que meio que se encaixa no meu texto, eu "tangenciei" uma nova ideia, algo inaceitável na conclusão. Além disso, segundo minha professora, exagerei ao falar em "autodestruição da humanidade".
Sobre a introdução, eu meio que discordo de você. Aqueles fatos que eu mencionei no início serviam apenas para contextualizar o tema e a situação histórica-atual sobre o assunto, são as chamadas frases comentários. Eu não tenho que, necessariamente, retomá-las no desenvolvimento, apenas a TESE, que geralmente se encontra nas últimas frases.
De qualquer maneira, agradeço novamente. Pode postar redações que também opinarei
Você tem razão, às vezes me preocupo em colocar muita informação e esqueço de deixar o meu texto claro e pouco confuso. E sobre a conclusão, apesar de ter mencionado um filósofo que meio que se encaixa no meu texto, eu "tangenciei" uma nova ideia, algo inaceitável na conclusão. Além disso, segundo minha professora, exagerei ao falar em "autodestruição da humanidade".
Sobre a introdução, eu meio que discordo de você. Aqueles fatos que eu mencionei no início serviam apenas para contextualizar o tema e a situação histórica-atual sobre o assunto, são as chamadas frases comentários. Eu não tenho que, necessariamente, retomá-las no desenvolvimento, apenas a TESE, que geralmente se encontra nas últimas frases.
De qualquer maneira, agradeço novamente. Pode postar redações que também opinarei
Fito42- Grupo
Velhos amigos do Fórum - Mensagens : 466
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Re: Fuvest 2009 - Fronteiras
Essas teses na verdade, fazem parte de cada estilo de redação, o meu no caso seria retomar tudo o que foi dito na introdução, mas fazer assim não está ruim, se acha que esteja funcionando continue! Sinceramente, essas mini-conclusões entraram como um "Deus" para sua redação, haja visto que antes delas(no parágrafo) você só faz argumentação e se abstém a dissetração, e seria inaceitável uma redação sem dissertação, no caso da banca propor uma dissertativa argumentativa.
Abraços!
Abraços!
Fabinho snow- Mestre Jedi
- Mensagens : 658
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