(ENEM 2 aplicação 2021) capitalismo

por AspiraDedeu Qui Mar 03 2022, 17:34

Nos romances clássicos do século XIX, sobretudo de Balzac ou Jane Austen, a equivalência entre capital e rendimento anual, por intermédio de uma taxa de rendimento de 5% (ou, mais raramente, de 4%), era uma evidência absoluta. Por esse motivo, com frequência os escritores omitiam a natureza do capital e se contentavam em indicar apenas o montante da renda anual produzida.
Informavam-nos, por exemplo, que um personagem dispunha de 50 000 francos ou de 2 000 libras esterlinas de renda, sem precisar se eram rendimentos da terra ou de juros sobre a divida pública. Pouco importava, já que a renda era segura e sistemática nos dois casos, permitindo reproduzir, ao longo do tempo, uma estratificação social conhecida.

PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro:

Intrinseca, 2014 (adaptado).

A equivalência destacada nas obras desses romancistas remete aos seguintes aspectos da dinâmica europeia naquele período:

a) Conflito de classes e movimentos migratórios.
b) Cultura individualista e ampliação do consumo.

c) Desenvolvimento científico e expansão urbana.

d) Modernização produtiva e desconcentração fundiária.

e) Monetarização das trocas e financiamento do Estado

GABS:

por **Pedro Celso Silva** Sex Mar 04 2022, 08:54

O texto base te enrola.
Perceba que ele fala século 19,1801-1900. Este século ficou marcado pelo começo da Primeira Revolução Industrial,e na sua segunda metade,a Segunda Revolução também. Essa inovação se destacou como o começo do capitalismo: produtos serem comercializados pela troca de papel moeda e moedas propriamente ditas. O artesanato deu lugar à maquinofatura. As trocas de produtos por produtos sem envolvimento de dinheiro ficaram para trás.
E financiamento do Estado consiste nele ser o "paitrocinador" de tudo isso. Foi o Estado Inglês quem investiu em pesquisa para fazer os trens movidos a carvão (e depois vapor),foi o governo britânico quem deu o dinheiro para fazer a tecnologia da época (teares de tecido). Foi a autoridade anglófona quem deu as cifras para extraírem o carvão da África e da Ásia para mover os teares e também as locomotivas. Assim como foi o governo americano quem custeou a construção de ferrovias,de metalurgias,de siderurgias,de carros movidos à gasolina.

por leilane_freitas Ter Mar 29 2022, 18:07

Nesse caso, já que o contexto histórico é a Revolução Industrial qual seria o erro da letra B? Tendo em vista a influência do capitalismo nessa Revolução.

por **Pedro Celso Silva** Qua Mar 30 2022, 03:44

Muito cedo para falar em amplicação do consumo (estamos em 1800). Apesar da Primeira Revolução Industrial trazer ao mundo teares de tecido, trens e navios a vapor e carvão como força motriz,esses produtos têm consumo em pequena escala e restrito. Explico melhor: Não é como,na Terceira Revolução Industrial (Japão-1970) a qual introdiziu a Engenharia Química (que fabrica o sorvete na sorveteria vizinha à sua casa,o salgadinho da padaria) e o computador (que quase todos têm em casa).
Também muito cedo para falar em cultura individualista. Isso é mais Segunda Revolução Industrial e anos 1950. Que individualismo uma família inglesa teria onde todos,desde crianças de 14 anos até adultos trabalhavam 14 horas por dia em minas de carvão e na tecelagem?

por Gemma Galgani Qua Ago 03 2022, 20:03

Oiii Pedro. Mas o final do texto n fala q isso vai produzir uma estratificação social conhecida??? Pensei no individualismo... pode comentar sobre? Ou alguém

por Lívia Lorhanni Qua Set 28 2022, 14:45

Pelo que eu entendi, ele citou "para reproduzir uma estratificação social conhecida" se refere à manutenção da grande discrepância entre ricos e pobres. o que também sustenta que não há ampliação do consumo, já que a forma que os romances são comercializados só dá acesso a eles quem realmente tem dinheiro.

por **Pedro Celso Silva** Qua Set 28 2022, 14:52

Estratificação social conhecida lembram os estamentos....aquela divisão da sociedade onde clerigos estão no clero,topo da sociedade. Nobres estão no meio,mas ainda privilegiados e pobres morrem pobres.