Enem 2012
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Enem 2012
QUESTÃO 126
Sambinha
Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras.
Afobadas braços dados depressinha
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da rua.
As costureirinhas vão explorando perigos...
Vestido é de seda.
Roupa-branca é de morim.
Falando conversas fiadas
As duas costureirinhas passam por mim.
— Você vai?
— Não vou não!
Parece que a rua parou pra escutá-las.
Nem trilhos sapecas
Jogam mais bondes um pro outro.
E o Sol da tardinha de abril
Espia entre as pálpebras sapiroquentas de duas nuvens.
As nuvens são vermelhas.
A tardinha cor-de-rosa.
Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas...
Fizeram-me peito batendo
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras!
Isto é...
Uma era ítalo-brasileira.
Outra era áfrico-brasileira.
Uma era branca.
Outra era preta.
ANDRADE, M. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1988.
Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira
fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer poético,
como parte de seu projeto de configuração de uma
identidade linguística e nacional. No poema de Mário de
Andrade esse projeto revela-se, pois
A-o poema capta uma cena do cotidiano — o caminhar
de duas costureirinhas pela rua das Palmeiras — mas
o andamento dos versos é truncado, o que faz com
que o evento perca a naturalidade.
B-a sensibilidade do eu poético parece captar
o movimento dançante das costureirinhas —
depressinha — que, em última instância, representam
um Brasil de “todas as cores”.
C-o excesso de liberdade usado pelo poeta ao
desrespeitar regras gramaticais, como as de
pontuação, prejudica a compreensão do poema.
D-a sensibilidade do artista não escapa do viés machista
que marcava a sociedade do início do século XX,
machismo expresso em “que até dão vontade pros
homens da rua”.
E-o eu poético usa de ironia ao dizer da emoção de
ver moças “tão modernas, tão brasileiras”, pois faz
questão de afirmar as origens africana e italiana
das mesmas.
Sambinha
Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras.
Afobadas braços dados depressinha
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da rua.
As costureirinhas vão explorando perigos...
Vestido é de seda.
Roupa-branca é de morim.
Falando conversas fiadas
As duas costureirinhas passam por mim.
— Você vai?
— Não vou não!
Parece que a rua parou pra escutá-las.
Nem trilhos sapecas
Jogam mais bondes um pro outro.
E o Sol da tardinha de abril
Espia entre as pálpebras sapiroquentas de duas nuvens.
As nuvens são vermelhas.
A tardinha cor-de-rosa.
Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas...
Fizeram-me peito batendo
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras!
Isto é...
Uma era ítalo-brasileira.
Outra era áfrico-brasileira.
Uma era branca.
Outra era preta.
ANDRADE, M. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1988.
Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira
fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer poético,
como parte de seu projeto de configuração de uma
identidade linguística e nacional. No poema de Mário de
Andrade esse projeto revela-se, pois
A-o poema capta uma cena do cotidiano — o caminhar
de duas costureirinhas pela rua das Palmeiras — mas
o andamento dos versos é truncado, o que faz com
que o evento perca a naturalidade.
B-a sensibilidade do eu poético parece captar
o movimento dançante das costureirinhas —
depressinha — que, em última instância, representam
um Brasil de “todas as cores”.
C-o excesso de liberdade usado pelo poeta ao
desrespeitar regras gramaticais, como as de
pontuação, prejudica a compreensão do poema.
D-a sensibilidade do artista não escapa do viés machista
que marcava a sociedade do início do século XX,
machismo expresso em “que até dão vontade pros
homens da rua”.
E-o eu poético usa de ironia ao dizer da emoção de
ver moças “tão modernas, tão brasileiras”, pois faz
questão de afirmar as origens africana e italiana
das mesmas.
Isadora1998- Jedi
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Data de inscrição : 11/04/2016
Idade : 26
Localização : Niterói, Rio de Janeiro , Brasil
Re: Enem 2012
Sambinha
Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras.
Afobadas braços dados depressinha
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da rua.
As costureirinhas vão explorando perigos...
Vestido é de seda.
Roupa-branca é de morim.
Falando conversas fiadas
As duas costureirinhas passam por mim.
— Você vai?
— Não vou não!
Parece que a rua parou pra escutá-las.
Nem trilhos sapecas
Jogam mais bondes um pro outro.
E o Sol da tardinha de abril
Espia entre as pálpebras sapiroquentas de duas nuvens.
As nuvens são vermelhas.
A tardinha cor-de-rosa.
Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas...
Fizeram-me peito batendo
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras!
Isto é...
Uma era ítalo-brasileira.
Outra era áfrico-brasileira.
Uma era branca.
Outra era preta.
Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira
fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer poético,
como parte de seu projeto de configuração de uma
identidade linguística e nacional. No poema de Mário de
Andrade esse projeto revela-se
A-o poema capta uma cena do cotidiano — o caminhar
de duas costureirinhas pela rua das Palmeiras — mas
o andamento dos versos é truncado, o que faz com
que o evento perca a naturalidade.
Acredito que não, pois temos a facilidade dos versos, a musicalidade.
B- a sensibilidade do eu poético parece captar
o movimento dançante das costureirinhas —
depressinha — que, em última instância, representam
um Brasil de “todas as cores”.
Creio ser a resposta correta. A música faz parte do Movimento Antropofágico e tem objetivos musicais, a resposta está de acordo com esse modelos.
C-o excesso de liberdade usado pelo poeta ao
desrespeitar regras gramaticais, como as de
pontuação, prejudica a compreensão do poema.
Vários textos do modernismo seguem uma linha mais livre, e isso não prejudica a leitura nem a compreensão
D-a sensibilidade do artista não escapa do viés machista
que marcava a sociedade do início do século XX,
machismo expresso em “que até dão vontade pros
homens da rua”.
Isso seria avaliar com modelos atuais uma sociedade com outros valores. Falso
E-o eu poético usa de ironia ao dizer da emoção de
ver moças “tão modernas, tão brasileiras”, pois faz
questão de afirmar as origens africana e italiana
das mesmas.
Não, ele está deixando explícito a formação cultural brasileira.
Recomendo que leia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_antropof%C3%A1gico#Caracter.C3.ADsticas
http://www.blocosonline.com.br/literatura/prosa/artigos/art042.htm
Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras.
Afobadas braços dados depressinha
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da rua.
As costureirinhas vão explorando perigos...
Vestido é de seda.
Roupa-branca é de morim.
Falando conversas fiadas
As duas costureirinhas passam por mim.
— Você vai?
— Não vou não!
Parece que a rua parou pra escutá-las.
Nem trilhos sapecas
Jogam mais bondes um pro outro.
E o Sol da tardinha de abril
Espia entre as pálpebras sapiroquentas de duas nuvens.
As nuvens são vermelhas.
A tardinha cor-de-rosa.
Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas...
Fizeram-me peito batendo
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras!
Isto é...
Uma era ítalo-brasileira.
Outra era áfrico-brasileira.
Uma era branca.
Outra era preta.
ANDRADE, M. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1988.
Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira
fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer poético,
como parte de seu projeto de configuração de uma
identidade linguística e nacional. No poema de Mário de
Andrade esse projeto revela-se
A-o poema capta uma cena do cotidiano — o caminhar
de duas costureirinhas pela rua das Palmeiras — mas
o andamento dos versos é truncado, o que faz com
que o evento perca a naturalidade.
Acredito que não, pois temos a facilidade dos versos, a musicalidade.
B- a sensibilidade do eu poético parece captar
o movimento dançante das costureirinhas —
depressinha — que, em última instância, representam
um Brasil de “todas as cores”.
Creio ser a resposta correta. A música faz parte do Movimento Antropofágico e tem objetivos musicais, a resposta está de acordo com esse modelos.
C-o excesso de liberdade usado pelo poeta ao
desrespeitar regras gramaticais, como as de
pontuação, prejudica a compreensão do poema.
Vários textos do modernismo seguem uma linha mais livre, e isso não prejudica a leitura nem a compreensão
D-a sensibilidade do artista não escapa do viés machista
que marcava a sociedade do início do século XX,
machismo expresso em “que até dão vontade pros
homens da rua”.
Isso seria avaliar com modelos atuais uma sociedade com outros valores. Falso
E-o eu poético usa de ironia ao dizer da emoção de
ver moças “tão modernas, tão brasileiras”, pois faz
questão de afirmar as origens africana e italiana
das mesmas.
Não, ele está deixando explícito a formação cultural brasileira.
Recomendo que leia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_antropof%C3%A1gico#Caracter.C3.ADsticas
http://www.blocosonline.com.br/literatura/prosa/artigos/art042.htm
____________________________________________
*Se sua dúvida foi solucionada, marque o tópico como resolvido e agradeça quem ajudou.
*Não crie novo tópico para questão existente, comente junto dessa. (V)
*O enunciado da questão deve ser digitado. Também não são permitidos links externos para o enunciado e/ou para a resolução. (IX e X)
"A liberdade, se é que significa alguma coisa, significa o nosso direito de dizer às pessoas o que não querem ouvir."
Discussões no PiR2: Sexualidade - Foucault // Vias filosóficas
Diego A- Monitor
- Mensagens : 1398
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Idade : 28
Localização : Cascavel - PR
Re: Enem 2012
Obrigada !
Isadora1998- Jedi
- Mensagens : 225
Data de inscrição : 11/04/2016
Idade : 26
Localização : Niterói, Rio de Janeiro , Brasil
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