Mobilidade Urbana

   No Brasil, o século XX foi marcado pela intensa industrialização e controle da inflação. Entre os seus aspectos mais notáveis há o incentivo ao rodoviarismo, promovido pelo então presidente Juscelino Kubitschek. A ascensão de uma classe média, combinada com empréstimos internacionais para a criação dos pilares da indústria automobilística, culminou na crescente utilização do automóvel. O país, que até então se mantinha rural, teve um surto urbanístico no qual um transporte não massivo permaneceu como principal.

    Em quase megalópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, o tempo perdido no trânsito pode chegar a consumir o equivalente a dias de trabalho. O estresse ganho pelo tempo parado dentro de um carro pode afetar a produtividade e a saúde do condutor, o que acarreta em uma sobrecarga até em hospitais. Por outro lado, a natureza sofre com as emissões contínuas dos mais variados tipos de gases tóxicos, prejudicando todo o ecossistema e qualidade de vida local.
      Além disso, a falta de transporte de qualidade acaba por não incentivar os usuários de carros a utilizarem o transporte público. Assaltos, falta de linhas e limpeza são alguns dos fatores que contribuem para a permanência e aumento do número de transporte pouco massivos. Esse descaso tende a piorar, pois com mais veículos nas vias mais manutenção elas precisam, gerando gastos que não permitem o investimento no transporte de base.
    Pode-se dizer, portanto, que a causa da falta de mobilidade no Brasil baseia-se em uma má organização histórica do transporte, havendo a necessidade de transportes massivos de maneira à incentivar os usuários de modais individuais a aderirem a ele. A intermodalidade deve ser prioridade, adequando ônibus, trens, carros, sistemas de BRTs e VLTs, partindo de uma unificação que acarrete em rapidez e redução do número de automóveis nas ruas, beneficiando inclusive o meio ambiente.

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