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Mensagem por Gabriela Chicarelli Qua 13 Nov 2013, 18:03

POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL
O problema da identidade nacional coloca-se de forma incisiva e recorrente
aos intelectuais da América Latina antes mesmo da constituição de suas nações
independentes. Qual o caráter dessa população de brancos colonizados, vivendo
em meio a negros boçais e índios indolentes? Questionavam-se nossos
5 – pensadores, informados pelas teorias sociobiológicas e racistas vigentes no século
XIX. Ou quais as características dessas civilizações miscigenadas, crioulizadas,
híbridas, transculturais, que se estabeleceram nos trópicos? Vêm se perguntando
teóricos das mais diversas correntes culturalistas desde o início do século passado
até dias correntes (ABDALA JÚNIOR, 2004).
10 – No Brasil, a discussão sobre a identidade nacional tornou-se, talvez, mais
recorrente do que nos seus vizinhos latino-americanos; em primeiro lugar, pelo
tamanho continental do país e o processo histórico de sua ocupação, que envolveu
não apenas o colonizador português, mas também diversas etnias indígenas e
africanas, afora outros migrantes europeus e asiáticos, além dos fortes fluxos
15 – migratórios internos; em segundo lugar, pela pobreza, ou mesmo inexistência, de
um campo intelectual no Brasil colonial, imperial e republicano até, no mínimo, os
anos 30, o que sempre dificultou reflexões críticas e independentes no país, bem
como sua sistematização e permanência. É vastamente conhecida a proibição
da metrópole portuguesa no que diz respeito à criação de instituições de
20 – ensino — seja qual for o nível — de editoras, de jornais, enfim, de toda instituição
produtora de bens simbólicos na sua colônia americana. As coisas só começam
a mudar, e muito lentamente, com a vinda de D. João VI e toda sua corte,
em 1808, para tomar um impulso considerável para a época no período de
D. Pedro II — impulso motivado pela preocupação do Imperador em estabelecer
25 – alguns elementos iniciais de nacionalidade.
São exemplos desse melhoramento da vida intelectual e artística e de
constituição mínima do campo cultural no século XIX: a vinda da Missão Artística
Francesa, as bolsas de estudos concedidas aos artistas, a criação do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Imperial de Belas-Artes, da Biblioteca
30 – e do Museu Nacional, entre outros.
O período da velha Primeira República não facilita este processo constitutivo.
Diante de um excipiente mercado de bens simbólicos, sobressai, em todo período, a forte dependência de nossos artistas e pensadores em relação aos
aparelhos estatais (raramente ligados a questões culturais), configurada nas
35 – sinecuras, ou seja, em cargos no funcionalismo público que permitem sua
sobrevivência material.
A situação se diversifica a partir do período getulista, com a construção
institucional na área da cultura, o fortalecimento de indústrias culturais — como a
cinematográfica, a radiofônica, a editorial e a jornalística — e com o surgimento
40 – das primeiras universidades, permitindo alguma independência aos nossos
produtores simbólicos.
De todo modo, na sociedade brasileira, em que, historicamente, a
representação política é pouco firme, essa debilidade marca a identidade de seus
intelectuais e artistas. Para Marilena Chauí (1986), esses oscilam entre a posição
45 – de “Ilustrados”, donos da opinião pública, ou de “Vanguarda Revolucionária” e
educadora do povo. Contudo, há, em ambas, a opção pelo poder e pela tutela
estatais.
O que se propõe neste ensaio é discutir as políticas federais de cultura, tendo
como recorte temático a discussão acerca da identidade, da diversidade e da
50 – diferença. O recorte temporal privilegiará aqueles momentos de nossa história
republicana nos quais, se não há políticas culturais claramente definidas, se percebe
um forte investimento (político, simbólico e financeiro) no setor: o período Vargas, o
regime militar e os governos FHC e Lula.
Por política cultural, se entendem não apenas as ações concretas, mas
55 – também, a partir de uma concepção mais estratégica, “o confronto de ideias, as
lutas institucionais e as relações de poder na produção e circulação de significados
simbólicos.” (MCGUIGAN, 1996, p. 1). Nesse sentido, elas são criativas e
propositivas, ao produzirem discursos, e detentoras de poder simbólico atuante no
campo cultural.









---> São verdadeiras as proposições sobre os termos transcritos:
(01) “colonizados” (l. 3), “boçais” (l. 4) e “indolentes” (l. 4) são adjetivos que desqualificam
as origens da sociedade brasileira.
(02) “que” (l. 7), “que” (l. 12) e “que” (l. 35) têm a mesma função nos contextos linguísticos
em que se inserem.
(04) “Vêm se perguntando” (l. 7), “sobressai” (l. 32) e “se percebe” (l. 51) identificam-se
quanto à posição na sentença e à função que apresentam no período.
(08) “No Brasil” (l. 10), “enfim” (l. 20) e “Por política cultural” (l. 54) exercem a mesma função
em seus respectivos contextos.
(16) “pelo” (l. 11) e “pela” (l. 15) exercem funções distintas nos contextos em que se inserem.
(32) “se” (l. 51) e “se” (l. 51) desempenham, no contexto, o mesmo papel morfossintático.



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Gabriela Chicarelli
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Mensagem por dd0123 Seg 01 Fev 2021, 13:43

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