Movimento antivacina: direito ou irresponsabilidade?

Redação no molde da UNESP (VUNESP - 2ª Fase).


Tema: Movimento antivacina: direito ou irresponsabilidade?


Título: Ignorância ou liberdade: a linha tênue do século XXI.

Em meados de 1900, durante a Revolta da Vacina, por consequência de um medo ao Estado e o desconhecido, a população carioca rebelou-se contra a vacinação. Pode-se, então, afirmar que esse episódio torna-se análogo aos tempos hodiernos, em vista da ascensão dos movimentos antivacinas. No entanto, ainda que o poder de escolha individual seja um direito, a responsabilidade coletiva tende a ser mais quista que uma decisão egoísta.
Em primeira instância, é importante ressaltar que o ato de prevenção de doenças é de responsabilidade, não apenas dos responsáveis e progenitores, mas também do Estado, assim declara a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a ONU (Org. das Nações Unidas). Pois, a falta de proteção contra antígenos virais e bactericidas nos menores, por exemplo, ameaça um direito imposto pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), expondo indivíduos vulneráveis a potenciais enfermidades graves. Logo, a não vacinação dos cidadãos apresenta possibilidades do ressurgimento de doenças já, então, erradicadas, como o crescente aumento de casos de sarampo e poliomelite no Brasil.
Ademais, a liberdade de escolha utilizada como argumentação por parte desses grupos ultrapassa do direito individual, tornando-se prejudicial ao coletivo, em que, a partir do momento que se torna nociva aos demais, deixa de ser liberdade própria para egoísmo. Posto que a sociedade atual é caracterizada por um individualismo líquido, denunciado pelo filósofo Zygmunt Bauman, normaliza-se a ideia de que o bem estar de um pode ser prejudicial aos demais. Portanto, a ignorância, reforçada por informações falsas e esperanças inibidas, e a egolatria dos anos 2000 tornam-se principais agentes disseminadores de uma problemática ameaçadora ao sistema de saúde e bem estar público.
Em suma, infere-se que a influência dos "antivax" ou antivacinas detém de efeitos desastrosos, sendo inadmissível sua denominação como liberdade de expressão. Nessa conformidade, respeitar a vacina é um ato de responsabilidade social, empatia e respeito à vida.