Sistema carcerário brasileiro – problemas e soluções.

por solufkr Qui 15 Out 2020, 23:42

No livro "Memórias do Cárcere", Graciliano Ramos relata suas péssimas experiências na prisão durante o governo de Getúlio Vargas. Nesse seguimento, hodiernamente, ainda persiste em estabelecimentos prisionais inúmeros problemas retratados no livro, visto que, essa parcela social não tem prestígio na sociedade. Nessa perspectiva, a inobservância estatal consoante com a individualidade presente no tecido social intensificam esse impasse.

A princípio, vale ressaltar que a pouca prioridade dada pelo poder público corrobora diversos problemas no sistema prisional brasileiro, dado que, essas unidades não asseguram o detento. Segundo Hannah Arendt " A essência dos direitos humanos é o direito de ter direitos". Todavia, são poucas as instituições carcerárias estatais que se preocupam com essa garantia do preso. À vista disso, situações como a superlotação em presídios, a alta mortalidade no decorrer do cumprimento na pena, além da insalubridade desses ambientes, são frequentemente noticiadas. Dessa forma, negligência do Estado propicia questões que ferem a dignidade do indivíduo detido.

Ademais, a problemática se acentua, uma vez que, a parcela populacional que se interessa em defender as causas prisionais é mínima. De acordo com o filósofo Georg Simmel, com a intensificação da vida nervosa, ocorreu uma reserva urbana evidenciada pela atitude "blaser" - a ação de ficar alheio aos problemas da sociedade - o que revela a individualidade presente no tecido social brasileiro. Sendo assim, a falta de mobilização da população na defesa dos direitos dos detentos oportuniza a permanência do dilemas vivenciados pelos presidiários, na medida que, não há suficiente apoio da sociedade em se combater tal vicissitude.

Em suma, as experiências apresentadas no livro "Memória do Cárcere" devem ser combatidas no presente. Portanto, cabe ao Poder executivo, por meio de verbas advindas dos cofres públicos, a criação de um projeto de adequação aos espaços nas instituições prisionais, dando atenção a capacidade da celas e ambientes de higienização, por exemplo, bem como, a construção de painéis em pontos de ônibus para que a população possa colocar dados e mensagens que auxiliem no engajamento da população nas questões prisionais. Dessa maneira, será possível solucionar os problemas do sistema carcerário brasileiro e, promover os direitos dos detentos como foi proposto por Hannah.

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por Ceruko Sex 16 Out 2020, 12:46

Olá, bom dia!

"...visto que, essa parcela social..." Não há vírgula.

Ótimo parágrafo de introdução, apresentando uma alusão excelente e trazendo para a atualidade. Contém projeto de texto ilustrando qual serão seus argumentos. Muito bom!!

"...dado que, essas unidades não asseguram o detento..." Também não há vírgula. Ademais, essas unidades não asseguram o que ao detento? Acho que ficaria mais completo se explicasse melhor.

"...Todavia, são poucas as instituições carcerárias estatais que se preocupam com essa garantia do preso." Acredito que com "essa garantia do preso" você quis dizer do direto que ele tem, segundo Hannah Arendt, mas isso não ficou claro, o que compromete sua argumentação.

"...no decorrer do cumprimento na pena" Cumprimento da pena

" À vista disso, situações (,)como a superlotação em presídios, a alta mortalidade no decorrer do cumprimento na pena, além da insalubridade desses ambientes, são frequentemente noticiadas." Vai vírgula antes de "como" pois você está dando exemplos!

Seu D1 está muito bom também! Você cumpre o projeto de texto e explica bem essa omissão governamental, e no final faz um síntese do que escreveu, criticando e reforçando o argumento, muito bom mesmo!

"...uma vez que, a parcela populacional..." Sem vírgula ali.

A citação de Georg Simmel foi muito boa, mas você não explicou o que seria essa "vida nervosa", só explicou a atitude "blaser". Tente explicar os dois, ou coloque um só para ter menos trabalho. A atitude "blaser" já estaria de bom tamanho!

Adorei o repertório do D2, muito pertinente com a individualização apresentada no projeto de texto lá na introdução. Explicou bem e depois fez aquela síntese do porquê essa individualidade é um problema.

"cabe ao Poder executivo" -- "executivo" com maiúscula : "Executivo".

"...dando atenção a capacidade da celas..." tem crase no "a" . Além disso, o "da" tinha de estar no plural: "das celas".

"dando atenção a capacidade da celas e ambientes de higienização"

Ainda sobre essa frase, como assim dando atenção ambientes de higienização? Faltou um "a" como preposição. Mas mesmo com a preposição, ficaria estranho. O que seria esse ato de "dar atenção" a ambientes de higienização? Ficou um pouco confuso.

"...bem como, a construção de painéis em pontos de ônibus para que a população possa colocar dados e mensagens que auxiliem no engajamento da população nas questões prisionais..." Nessa parte, você quis resolver o problema da individualização, mas acontece que ficou um período muiiito longo. Quando for resolver seu outro problema, coloque um ponto e comece outra proposta, assim, sua conclusão ficará mais clara e pertinente.

"...e, promover os direitos dos detentos como foi proposto por Hannah." Não há vírgula depois do "e". Talvez há virgula antes do "como", mas não sei lhe afirmar isso.

Proposta cumpre os 5 elementos, e ainda contém a retomada de "Memórias do Cárcere" e de Hannah. Parabéns!!!

Não lhe atribuirei nota, pois acho que isso não é necessário. Apenas fique atenta com erros comuns, como vírgula, crase e concordância. E também, tente explicar tudoo que você colocar, deixe bem mastigado para seu corretor. Ademais, texto muito bom mesmo, adorei suas alusões. Lembrando que não sou professor, então essas são minhas meras opiniões. Espero ter ajudado, abraços!