Novo ENEM

A notícia mais aguardada de 5 anos de espera,enfim chegou!
O INEP avisou,hoje,no dia 14 de março de 2022,que o ENEM terá uma enorme mudança! Ele terá duas fases: uma de conhecimentos gerais,igual para todos+ Redação. Terá um menor número de questões,a princípio,mais difíceis. A segunda fase,será a específica que o aluno selecionou com seu curso. Quer Direito? Humanas. Quer Engenharia? Matemática. Quer Nutrição? Natureza? Quer Letras? Linguagens. Essa específica,será discursiva,e os alunos se inscreverão nela já sabendo o número de concorrentes.[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
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O que acharam?
Eu achei que ficou mais difícil,porque muitos alunos não sabem fazer prova discursiva e agora vão ter que saber a matéria mesmo. A competição deve ficar maior,e a nota de corte maior também.

Eles ainda acreditam que prova é o melhor método de seleção. Eles ainda acreditam nessa ideia de que quem faz medicina estuda mais biologia.

Cobrar redação dissertativa vc só continua alimentando a indústria dos cursinhos. Redação dissertativa é modelo pronto. Não importa o tema, estão avaliando não a sua capacidade de escrever, mas de fazer uma redação do jeito esperado e isso todo mundo treina no cursinho.

A fuvest ficou anos cobrando uma prova dissertativa de todas as matérias na segunda fase. Não tem mais pq acharam q não ajudava e não ajuda mesmo. Na segunda fase num curso concorrido quem sabe 10% dos candidatos sejam aprovados por causa de uma nota maior naquela prova. Num curso pouco concorrido a maioria já tem notas medianas pra baixo naquela prova. Ou seja, não faz diferença tirar aquela prova.

Agora a fuvest cobra 3 ou 4 matérias na segunda fase. Medicina em Ribeirão Preto, SP e Bauru são separados no vestibular. Na segunda fase cada faculdade decidiu cobrar matérias diferentes. Vc acha q uma faculdade de medicina cobrar 3 questões de geografia ou 3 questões de física vai dizer alguma coisa sobre o médico formado?? Oq 3 questões de uma matéria no lugar de 3 questões de outra vão dizer sobre vc??? Estão com a mentalidade da segunda guerra mundial.

Já fica a dica ai pra quem for fazer exatas: façam a OMU!! A prova é muito legal e vocês vão ficar feras na discursiva.

Em toda solução existem vantagens e desvantagens.

Quando eu fiz vestibular para Engenharia, caiam somentes Matemática, Física, Química.

Na minha vida profissional conheci engenheiros que não sabiam fazer um relatório sobre um acidente, sobre uma viagem a serviço, sobre uma obra, etc.
Também não sabiam escrever uma carta para outra empresa, para um órgão público, quando necessário.
E não sabiam interpretar uma lei a que sua empresa estava sujeita.

Conheci também médicos que não sabiam usar uma fórmula para calcular uma informação sobre um paciente. Por exemplo, para dizer se um paciente é renal crônico, a ponto de não precisar mais pagar imposto de renda, existe uma fórmula que relaciona, peso, altura e o valor de um determinado exame de sangue.

Conheci outros profissionais de nível superior (dentistas, advogados, etc) que não sabiam decidir se era mais vantagem comprar à vista ou a prazo, porque não entendiam nada sobre cálculo de juros.

Quando se fala em estudar Medicina só ouço falar que os médicos só precisam saber biologia. Ledo engano:

Um ortopedista tem que entender muito de Mecânica, para saber os esforços a que estão sujeitos os ossos e os músculos e como eles atuam. O mesmo vale para fisioterapeutas e veterinários.

Um oftalmologista precisa saber muito de Ótica, evidentemente.
Um otorrinolaringologista precisa saber muito de acústica.
Um cardiologista ou angiologista usa aparelhos que funcionam com base no Efeito Doppler, da acústica.
Existem diversos aparelhos que usam a eletricidade, para exames: ressonância magnética, tomografia, eletroencéfalograma, eletrocardiograma, aparelho de ressuscitação com alta tensão, etc.

Notem então que não é fácil definir, a priori, que matérias um profissional de nível superior vai precisar.

Mas alguma matérias são básicas: Português e Matemática básica devem constar de todos os vestibulares

O inglês é importante demais mas pode ser discutido se deve ser obrigatório

Geografia e História moldam a mente e tornam os cidadãos cultos. Idem

E aí, o que deveria ser feito?

O maior erro que tem no modelo atual é que eles querem ensinar tudo. É por isso q todo mundo é obrigado a estudar matrizes, eletricidade, botânica, blablabla. É ilógico q eles querem cobrar tudo de uma vez no vestibular e ao mesmo tempo quem faz biologia vai aprender as mesmas coisas do vestibular mas com mais detalhes. A mesma coisa com química, física, história, ...

Cobrar questão de logaritmos misturado com progressão como já apareceu várias vezes na fuvest não testa se a pessoa aprendeu isso. Só diz q quem acertar sabe resolver em no máximo 5 minutos. A pessoa acerta mas não sabe oq fazer com logaritmo e nem com progressão, só sabe resolver a conta. O pior é que ainda hoje tem muito professor q prefere q o vestibular seja ainda mais difícil. Não resolve nada. Só faz a indústria dos cursinhos crescer mais ainda pq fica todo mundo desesperado pra tirar nota na prova. Os colégios mais elitistas se concentram em treinar pra passar em prova e o professor ensina a acertar questão.

O problema não é o vestibular ser difícil pra q obrigue as pessoas a estudarem mais. O problema é q ninguém esta aprendendo nada direito na escola.

Outro fato a considerar:

Em geral, jovens que começam a fazer o 1º ano do Ensino Médio, tem idade média de 15 anos.
Nesta idade, muitos deles ainda não definiram que carreira vão seguir; eu fui um destes jovens: só escolhi fazer engenharia no final do 2º ano. E foi uma escolha acertada: adorei o curso e minha carreira profisisional!
Como ele vai fazer para escolher que prova do ENEM vai fazer? E se escolher errado, como recuperar o tempo perdido?

A solução, portanto, não é fácil!

Eu estou com a impressão que copiaram o modelo americano. Lá você escolhe matérias e quem quer exatas por exemplo faz cálculo de uma variável. Mas eu já entrei em fórum americano e os estudantes perguntam se é melhor fazer biologia ou física, pegar aulas de história ou química.

A reportagem dessa base curricular fala em alunos terem liberdade para escolherem de acordo com suas escolhas profissionais. Quem é que sabe escolher profissão na escola? Eu já tive oportunidade de escolher optativas e oq acontecia era dos alunos escolherem com base no professor ser adorado ou a matéria ser fácil.

O ENEM tem milhões de inscritos. Se tiver primeira fase eliminatória vai ficar igual medicina. Vc acerta quase tudo na primeira fase, mas por culpa de 3 questões já é eliminado na primeira fase. O custo de corrigir milhões de provas dissertativas é muito alto. No modelo americano não tem candidato por vaga, vc diz qual curso vc quer e pode ser mais de um. O sistema inglês também é assim.

0 kelvin escreveu:Eu estou com a impressão que copiaram o modelo americano. Lá você escolhe matérias e quem quer exatas por exemplo faz cálculo de uma variável. Mas eu já entrei em fórum americano e os estudantes perguntam se é melhor fazer biologia ou física, pegar aulas de história ou química.

A reportagem dessa base curricular fala em alunos terem liberdade para escolherem de acordo com suas escolhas profissionais. Quem é que sabe escolher profissão na escola? Eu já tive oportunidade de escolher optativas e oq acontecia era dos alunos escolherem com base no professor ser adorado ou a matéria ser fácil.

O ENEM tem milhões de inscritos. Se tiver primeira fase eliminatória vai ficar igual medicina. Vc acerta quase tudo na primeira fase, mas por culpa de 3 questões já é eliminado na primeira fase. O custo de corrigir milhões de provas dissertativas é muito alto. No modelo americano não tem candidato por vaga, vc diz qual curso vc quer e pode ser mais de um. O sistema inglês também é assim.

Me parece quase uma utopia esse modelo, pois não há dentro das escolas (principalmente públicas) um direcionamento de ensino que faça o estudante a aprender a responder questões dissertativas, até mesmo com esse novo ensino médio, os materiais didáticos são resumidos e são direcionados a esse modelo atual do Enem divididos em áreas gerais do conhecimentos e habilidades . E ainda tem o que você mencionou, o fato de ser uma prova feita no país inteiro, e que deveria ser a mais democrática, pelo menos em relação aos vestibulares tradicionais, tem a questão da logística de correção, aplicação, pontuação e etc, que seria de um custo gigante e de uma efetividade duvidosa já que não dão conta de fazerem um bom serviço nem da maneira que está, imagina algo mais complexo. E sobre a pessoa escolher uma área específica do conhecimento, no Brasil isso é pura ilusão, as pessoas não fazem cursos no Brasil apenas por gostar ou ter mais afinidade com a matéria, quem quer fazer medicina, por exemplo, não enxergo sendo a pessoa que gosta de química, física e biologia, a pessoa pode está interessada apenas em pagar as contas e ter uma vida confortável, além de que, resumir uma área apenas em algumas poucas matérias não faz o menor sentido, não deixamos de ser cidadãos e seres que fazem parte de uma sociedade que muda a todo momento só por que queremos fazer determinada profissão, conhecimento em relação a história, geografia, sociologia, matemática estarão presentes pro resto da vida daquela pessoa, ela prestando ou não o serviço de sua formação. Creio que os modelos educacionais e os governantes não possuem uma preocupação e respeito com o psicológico de quem estuda, muito menos está criando bons profissionais ou pessoas capacitadas para exercerem um vida em convívio com o próximo e exemplar na sua área, basta vê as estatísticas , o número de médicos e estudantes de medicina que cometem suicídio vem crescendo ano após ano, inclusive um caso foi bastante falado no ano passado de uma jovem que se matou depois de um surto por não conseguir lidar com a pressão de professores dentro da faculdade na véspera de uma prova (mesmo que medicina seja um curso que é socialmente endeusado) . Não há responsabilidade para aplicação desse modelo, não há preocupação psicológica com quem terá que realiza-lo, não há democratização da educação e no acesso a uma vaga numa universidade pública e nem irá melhorar o ensino, continuará sendo decoreba, pressão, disputa e resultados ruins, não vejo como um aumento de gastos desses deve ser realizado apenas para mudar a forma e não as problemáticas que realmente existem na prova do Enem e no acesso ao curso superior. Não acho que deva permanecer como está, não a prova em si, mas o ensino no geral, porém o que o Governo faz são projetos simplistas demais, que não modificam absolutamente nada, para um problema que é GIGANTE.

Elcioschin escreveu:Outro fato a considerar:

Em geral, jovens que começam a fazer o 1º ano do Ensino Médio, tem idade média de 15 anos.
Nesta idade, muitos deles ainda não definiram que carreira vão seguir; eu fui um destes jovens: só escolhi fazer engenharia no final do 2º ano. E foi uma escolha acertada: adorei o curso e minha carreira profisisional!
Como ele vai fazer para escolher que prova do ENEM vai fazer? E se escolher errado, como recuperar o tempo perdido?

A solução, portanto, não é fácil!

Concordo plenamente, e acho  que o fato de ter matérias especificas em cada área pode desestimular o estudante que seria um ótimo profissional a desistir de seguir aquele caminho por não se sentir adepto àquela profissão ou em relação a realização da prova por considerar as matérias especificas difíceis ou apenas por não terem afinidade com elas .

A escolha de uma carreira por um(a) jovem deve levar em conta dois fatores:

1) A aptidão por determinadas matérias que este jovem tem; isto pode ser verificado por testes vocacionais, opiniões de professores, e até mesmo pelo próprio jovem.

E se um(a) jovem que detesta matemática e Física, resolver fazer um curso de Engenharia? Será que vai dar certo?

E o oposto também ocorre: tive um irmão formado em advocacia, que teve uma carreira brilhante e adorava charadas matemáticas. E tive um excelente professor de matemática que era juiz!

2) O gosto pessoal do(a) jovem é o que mais importa. Lembrem-se que, depois de formado, deverá trabalhar na profissão escolhida, durante a maior parte da sua vida. Já que temos que trabalhar, que seja um trabalho prazeroso, que nos dê orgulho ao fim de cada dia

Imagem, por exemplo, alguém que escolheu Medicina apenas pelo retorno financeiro, para ganhar bastante dinheiro.
E todo dia sai para o trabalho amargurado, porque não é o que ele(ela) gosta de fazer!
Alguns cometem suicídio, outros abandonam tudo, para recomeçar uma nova vida.

Conheci alguém que quase chegou a isto:

Tive duas colegas que estudaram comigo no 3º ano do Ensino Médio e nós três passamos juntos no vestibular de Engenharia; Ambas era excelentes alunas.
Em setembro do 2º ano da Faculdade uma delas, no intervalo entre duas aulas se dirigiu oas colegas e disse mais ao menos assim:

Colegas, eu vou abandonar o curso de Engenharia, pois descobri que não é profissão dos meus sonhos.
Vou me preparar para o vestibular de Medicina (em fevereiro, naquela época).

Ficamos boquiabertos, pois ela estava indo muito bem no curso!

Um dos colegas questionou-a, sugerindo terminar o ano e trancar a matrícula, para o caso de não passar no vetibular de Medicina.

A resposta dela foi rápida e rasteira: Não, pois pretendo começar a me preparar de imediato e se continuar aqui até dezembro, não vou conseguir.

Em resumo: ela abandonou o curso, passou em Medicina e hoje ainda trabalha como médica; mulher notável!