Voto nulo é um ato político eficaz?

De acordo com Abraham Lincoln, ex-presidente americano, um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda. Nesse sentido, o uso da ferramenta eleitoral do voto nulo revela o descontentamento referente a um sistema político corrompido, tal artifício, portanto, cumpre com o seu propósito: gera o debate na sociedade acerca das causas do grande número de nulidades, além de motivar a novos políticos se candidatarem em eleições vindouras.
 O voto nulo - assim com o voto branco - realmente não é contabilizado nas disputas eleitorais; em um segundo plano facilita a eleição para os candidatos, pois diminui o número de votos necessários para a conquista eleitoral. Entretanto, o fato de em uma eleição existir um grande número de votos em nulo revela o caráter de desobediência civil em que tal parcela da sociedade se encontra. Tal manifestação pode ser explicada por falta de um candidato que corresponda a ideologia do eleitor, o questionamento sobre a obrigatoriedade do voto ou até mesmo pela ignorância quanto a utilidade do voto em nulo.
 Não obstante, Platão afirma que o castigo dos bons que não fazem política é ser governado pelos maus. Assim, o grande número de votos nulos que reflete a insatisfação frente aos atuais candidatos, pode encorajar a novos cidadãos se candidatarem nas futuras eleições, melhorando o cenário político e a sociedade por ser essa uma relação mutualística. 
 Destarte, o voto nulo é um ato político eficaz; assegurado pela Justiça Eleitoral e pela Constituição. Deve ser utilizado como uma forma de protesto, uma maneira pacífica de afetar aqueles que estão no poder. Por meio de simples ações é possível gerar grandes mudanças, como disse Oscar Wilde: "O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou nação".



 Minha primeira redação enviada aqui, espero que agrade os leitores e se possível o corretor tb (haha!)  

Interessante a redação e a citação, mas pelo pouco que conheço do sistema eleitoral, foi feita uma pequena confusão entre voto nulo e voto branco.
Que eu saiba, o voto branco o sujeito vai lá voluntariamente e aperta a tecla BRANCO nas eleições.
Já o nulo, o sujeito insere números que não correspondem a nenhum candidato nem legenda partidária. O voto nulo pode ser interpretado como erro (e talvez o sistema eleitoral assim o interpete), e não um "caráter de desobediência civil em que tal parcela da sociedade se encontra". 
O texto é bom sim, muito bem encadeado e aparentemente não tem nenhum erro muito severo de gramática ou concordância, mas dê uma pesquisada sobre a diferença entre voto nulo e voto branco.


Espero ter ajudado.

Boa noite Sergio, como vai?
Essa proposta de redação caiu na UNIFESP há alguns anos.
Segue um dos textos de apoio:
                                          Texto 3 
Não concordo com o sistema de representação política do Brasil. Minha alternativa de protesto é o voto nulo. Na hora de divulgar os resultados, reais ou de pesquisas, a imprensa costuma somar os votos nulos e brancos. O significado dos dois é diferente. O voto nulo é, em princípio, um protesto, inclusive contra o próprio processo eleitoral. Já o voto branco diz que o eleitor concorda com a maioria.
Votar nulo não se trata de atacar o governo ou a oposição, mas o sistema político inteiro, dizendo não à promiscuidade partidária que confunde o eleitor com essa miscelânea de acordos nacionais e regionais que querem reduzir a cidadania a uma negociata por horários na TV. (Hugo Possolo. “Protestar pelo voto nulo”. Folha de S.Paulo, 14.07.2014. Adaptado.)

Por esse texto, além dos outros dois, pude deduzir que o voto nulo é retratado pela banca como uma questão de manifestação, por isso fiz referência a desobediência civil. 

Já que você tomou como base um dos textos de apoio, sendo que seu texto concorda com o autor do texto de apoio, então tá ok.

Ah, e veja bem, se o autor que escreveu o texto que foi colocado tem uma determinada opinião, isso não significa que a banca esteja retratando algo.

Mas as vezes as bancas que corrigem essas redações preferem que o candidato faça um contraponto, já que o contraponto pressupõe um conhecimento prévio sobre o assunto, algo externo aos textos de apoio, enquanto concordar, não.

SergioEngAutomacao escreveu:Mas as vezes as bancas que corrigem essas redações preferem que o candidato faça um contraponto, já que o contraponto pressupõe um conhecimento prévio sobre o assunto, algo externo aos textos de apoio, enquanto concordar, não.

E no caso do Enem?

IDavi escreveu:

SergioEngAutomacao escreveu:Mas as vezes as bancas que corrigem essas redações preferem que o candidato faça um contraponto, já que o contraponto pressupõe um conhecimento prévio sobre o assunto, algo externo aos textos de apoio, enquanto concordar, não.

E no caso do Enem?

Eu tinha uma professora de redação que dizia para evitar usar informações dos textos motivadores, mas é difícil dizer algo concreto, nunca se sabe o que se passa na cabeça dos sujeitos que vão avaliar sua redação.