Xenofobia em discussão no século XXI - ENEM

 
      Xenofobia. Se separarmos a palavra, podemos facilmente encontrar seu significado: xeno (estrangeiro) e fobia (medo, aversão). Ou seja, podemos definir este preconceito como uma aversão direcionada à estrangeiros. Desde que se há registros históricos, a xenofobia fez parte da sociedade. E isto não vem mudando com o tempo, como esperado. O que acontece é uma espécie de tentativa de conseguir uma justificativa válida para isso.
      Apesar de não ser seu objetivo, o nacionalismo muitas vezes acaba ocasionando a xenofobia. É impossível não lembrar automaticamente dos EUA, talvez o país com a mais nacionalista das populações, e possui uma cultura que os põe no topo do mundo, como se tudo e todos quisessem apenas destruí-los. Desde o 11 de setembro, esse sentimento só cresce e dificulta ainda mais a vida daqueles que vão para os EUA (já tendo que passar por inúmeras barreiras para completar apenas esta primeira parte) em busca de um futuro melhor.
       O ‘fardo do homem branco’ era uma teoria que, na época em que a África era colonizada, dizia que como vinham de uma sociedade mais evoluída, era o dever cívico de qualquer homem branco ‘ensinar’ seus hábitos à população local. Isso quer dizer que muitos costumes e religiões africanas foram tidos como involuídos, e esse pensamento ainda persiste em muitos lugares. O Brasil, por exemplos, possui uma das maiores populações africanas fora da África e nossa população ainda vê com maus olhos muitas das religiões de matrizes africanas.
      A Europa passa atualmente por uma espécie de crise migratória devida aos vários conflitos que ocorrem em seu território. Quanto mais duradouros os conflitos, maior o número de cidadãos que, por medo, abandonam seu país natal e buscam uma vida mais tranquila num novo. O que acontece, é que já há algum tempo, muitos países atravessam crises econômicas e usam isto como justificativa para bloquear a migração legal dos refugiados. Esse discurso só aumenta a xenofobia da população europeia, que vê a situação de modo que os refugiados podem ‘roubar’ as suas oportunidades.
      O acreditado é que isto tende a mudar com o passar do tempo, mas, logicamente, esperar e ter esperanças não é uma boa solução. A melhor das soluções é a mais trivial possível: educação. Precisamos ensinar ao mundo de que ninguém é superior a ninguém e que as diferenças nas culturas são algo positivo para a evolução da humanidade. A ONU talvez seja nosso melhor plano, proporcionando campanhas de conscientização e cobrando ajuda dos governos locais. Talvez assim, futuramente possamos transitar livremente entre países sem medo de represálias.

Não é um texto ruim, mas tem diversos pontos que podem ser aprimorados. Por exemplo:
"A Europa passa atualmente por uma espécie de crise migratória devida aos vários conflitos que ocorrem em seu território"


As migrações que ocorrem atualmente na Europa acontecem devido a conflitos dentro do seu próprio continente? Acredito que não, primeiramente porque os conflitos que aconteceram no século XXI na Europa são de pouca significância se comparados à conflitos na Ásia e na África e certamente quase que de maneira insignificante motivaram migrações. O fluxo migratório na Europa atualmente, majoritariamente, pode ser relacionado com conflitos EXTERNOS à Europa, como por exemplo a guerra civil na Síria e com os ganhos territoriais em 2015 do Estado Islâmico que motivaram essa fuga, dentre outros contextos também.


''O Brasil, por exemplos, possui uma das maiores populações africanas fora da África e nossa população ainda vê com maus olhos muitas das religiões de matrizes africanas."

Citar o Brasil em uma redação sobre migração (mesmo que devidamente contextualizado, quando você dá um exemplo com relação ao preconceito à religião) não me parece muito adequado, já que menos de 5% da população brasileira é estrangeira, taxa muito inferior à de países europeus o que coloca Brasil e Europa em contextos completamente diferentes, também me parece fora de contexto quando você relaciona o "fardo do homem branco" com a aversão contemporânea que o brasileiro eventualmente tem das religiões de matriz africana.

"Quanto mais duradouros os conflitos, maior o número de cidadãos que, por medo, abandonam seu país natal e buscam uma vida mais tranquila num novo."
Outra afirmação complicada de ser feita, crua dessa maneira. Quanto mais duradouro um conflito, mais refugiados eles produz? Será que a quantidade de refugiados está tão intimamente relacionada com a quantidade de migrantes que ele produziu?
Veja a crise da Síria é relativamente curta, e já forçou muitos refugiados a fugirem daquele país. (cerca de 6~7 anos).
Enquanto a guerra do Vietnam durou vinte anos e não se tem dados tão volumosos de refugiados. A guerra entre as duas coreias, que oficialmente permanece até hoje (só teve um armistício), dura muito mais que vinte anos e não se tem dados tão volumosos quanto o da Síria.
O mesmo podemos concluir de algumas guerras árabe-israelenses.

Agora citados, percebi meus erros. Muito obrigado!