Idade Média - Artesanato
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Idade Média - Artesanato
Queixume das operárias da seda
Sempre tecemos panos de seda
E nem por isso vestiremos melhor [...]
Nunca seremos capazes de ganhar tanto
Que possamos ter melhor comida [...]
Pois a obra de nossas mãos
Nenhuma de nós terá para se manter [...]
E estamos em grande miséria
Mas, com os nossos salários, enriquece aquele para
quem trabalhamos
Grande parte das noites ficamos acordadas
E todo o dia para isso ganhar
Ameaçam-nos de nos moer de pancada
Os membros quando descansamos
E assim, não nos atrevemos a repousar.
CHRÉTIEN DE TROYES apud LE GOFF. J. Civilização do Ocidente Medieval.
Lisboa: Edições 70, 1992.
Tendo em vista as transformações socioeconômicas da Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média, o texto apresenta a seguinte situação:
O que me fez marcar letra D foi - 1º O enunciado! Gostaria de uma breve explicação sobre a relação do texto com o contexto da Europa Ocidental na Idade Média. - 2º Interpretando pelo contexto do enunciado a relação entre patrão e empregado não está relacionada como o êxodo? É certo que os bem de produção não mais pertenciam ao artesão na manufatura, correto?
Agradeço desde já!
Sempre tecemos panos de seda
E nem por isso vestiremos melhor [...]
Nunca seremos capazes de ganhar tanto
Que possamos ter melhor comida [...]
Pois a obra de nossas mãos
Nenhuma de nós terá para se manter [...]
E estamos em grande miséria
Mas, com os nossos salários, enriquece aquele para
quem trabalhamos
Grande parte das noites ficamos acordadas
E todo o dia para isso ganhar
Ameaçam-nos de nos moer de pancada
Os membros quando descansamos
E assim, não nos atrevemos a repousar.
CHRÉTIEN DE TROYES apud LE GOFF. J. Civilização do Ocidente Medieval.
Lisboa: Edições 70, 1992.
Tendo em vista as transformações socioeconômicas da Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média, o texto apresenta a seguinte situação:
Enfraquecimento dos laços que ligavam patrões e empregadas. | |
Ganho das artífices pela introdução da remuneração pelo seu trabalho. | |
Uso da coerção no mundo do trabalho artesanal. | |
Deslocamento das trabalhadoras do campo para as cidades. | |
Desorganização do trabalho pela introdução do assalariamento |
- Gab:
- C
O que me fez marcar letra D foi - 1º O enunciado! Gostaria de uma breve explicação sobre a relação do texto com o contexto da Europa Ocidental na Idade Média. - 2º Interpretando pelo contexto do enunciado a relação entre patrão e empregado não está relacionada como o êxodo? É certo que os bem de produção não mais pertenciam ao artesão na manufatura, correto?
Agradeço desde já!
Kaminii- Recebeu o sabre de luz
- Mensagens : 151
Data de inscrição : 26/08/2017
Idade : 24
Localização : Divinópolis Minas Gerais Brasil
Re: Idade Média - Artesanato
Kaminii, eu diria que essa organização laboral é referente à manufatura, fato que contribuiu para a desfeudalização (nem sei se há esse termo) da europa. Nesse sentido, houve sim o êxodo rural, no entanto, as manufaturas se iniciaram no campo, e não sabemos o exato período representado no excerto acima.
Na época em que fiz, também senti dúvidas nessa questão, mas não seria muito estranho dizer que toda essa situação de trabalho análoga às condições manufatureiras é relacionada ao artesanato?
Sempre li que no artesanado o trabalhador costuma ser dono do produto final e dos meios produtivos. Há uma produção em baixa escala, o que se contradiz quando ele emprega estruturas gramaticais no plural e cita o tempo de trabalho, pois assim, entende-se produção em larga escala. Outro aspecto que me deixou a imaginar que o gabarito tem chances de ser errado é o fato de no enunciado citarem "baixa idade média", momento de crise do feudalismo. Nesse ínterim, tinhamos a passagem do artesanato para as manufaturas e a consequente desestatização da economia.
Espero ter ajudado
Na época em que fiz, também senti dúvidas nessa questão, mas não seria muito estranho dizer que toda essa situação de trabalho análoga às condições manufatureiras é relacionada ao artesanato?
Sempre li que no artesanado o trabalhador costuma ser dono do produto final e dos meios produtivos. Há uma produção em baixa escala, o que se contradiz quando ele emprega estruturas gramaticais no plural e cita o tempo de trabalho, pois assim, entende-se produção em larga escala. Outro aspecto que me deixou a imaginar que o gabarito tem chances de ser errado é o fato de no enunciado citarem "baixa idade média", momento de crise do feudalismo. Nesse ínterim, tinhamos a passagem do artesanato para as manufaturas e a consequente desestatização da economia.
Espero ter ajudado
Brunoranery- Iniciante
- Mensagens : 15
Data de inscrição : 17/01/2017
Idade : 25
Localização : Ceilândia DF Brasil
Re: Idade Média - Artesanato
Respostas são sempre muito bem vindas! Essa questão realmente me confundiu pelo fato supracitado. Em meus estudos, compreendi que no artesanato o trabalhador possuía toda matéria-prima e fabricava de forma correspondente ao seu modo de produção. Todavia, na manufatura o trabalhador, ainda sem utilização de máquinas, não mais configurava o espaço familiar como ambiente laboral, fazendo uso de galpões e oficinas, com um patrão - dono da matéria.Brunoranery escreveu:Kaminii, eu diria que essa organização laboral é referente à manufatura, fato que contribuiu para a desfeudalização (nem sei se há esse termo) da europa. Nesse sentido, houve sim o êxodo rural, no entanto, as manufaturas se iniciaram no campo, e não sabemos o exato período representado no excerto acima.
Na época em que fiz, também senti dúvidas nessa questão, mas não seria muito estranho dizer que toda essa situação de trabalho análoga às condições manufatureiras é relacionada ao artesanato?
Sempre li que no artesanado o trabalhador costuma ser dono do produto final e dos meios produtivos. Há uma produção em baixa escala, o que se contradiz quando ele emprega estruturas gramaticais no plural e cita o tempo de trabalho, pois assim, entende-se produção em larga escala. Outro aspecto que me deixou a imaginar que o gabarito tem chances de ser errado é o fato de no enunciado citarem "baixa idade média", momento de crise do feudalismo. Nesse ínterim, tinhamos a passagem do artesanato para as manufaturas e a consequente desestatização da economia.
Espero ter ajudado
Obrigada por atentar ao meu descuido em logo pensar na manufatura como situação urbana, mas neste caso, como você explica, eu deveria pensar no quadro como uma representação artesanal e não manufatureira, correto? Logo, seria um conhecimento prévio de que o artesão também possuía patrão fora do posterior estilo de produção?
Obrigada!
Kaminii- Recebeu o sabre de luz
- Mensagens : 151
Data de inscrição : 26/08/2017
Idade : 24
Localização : Divinópolis Minas Gerais Brasil
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