"Cultura do estupro": a culpa é da vítima?

"Culpa a vítima": essa frase não tem sentido

   

Debatedores afirmam que a grande incidência de estupros no mundo seria estimulada pelo comportamento e roupas chamativas utilizadas pelas vítimas. Porém, isto é um grande engano, pois a maior parte dos estupros são causados pela falta de agilidade e eficiência nas decretações de punições aos estupradores, assim como, muitas vezes, pela incapacidade desses indivíduos em conviver em sociedade por motivos de saúde psicológica.

Há diversos exemplos que comprovam esses fatos, como a de uma menina que foi violentada sexualmente por sete homens na Índia. Ao contrário do que seria o grande fator para este crime, o sari e a burca são vestimentas  bastante conservadoras e muito utilizadas pelas indianas - inclusive, a menina no qual sofreu este abuso estava utilizando uma destas roupas. Nem por isso a Índia deixa de ser um dos primeiros países onde mais ocorrem estupros no mundo. Ou seja, roupas não são um convite para os estupradores. Só após este caso ter tomado repercussão, o governo tomou medidas mais rígidas, fazendo com que os casos de estupro fossem diminuídos consideravelmente.

Entretanto, de nada adianta revigorar as leis se a maior parte dos criminosos sofrem de algum tipo de distúrbio, como doenças mentais e o alcoolismo. A partir do momento que o indivíduo sofre com algum desses problemas, ele passa a não ter discernimento sobre o que passa a sua volta, tendo propensões maiores de praticar algum tipo de crime. Assim como diz a pesquisa do jornal BBC, 40% dos agressores sexuais possuem algum tipo de doença mental. Percebe-se, portanto, que os estupros não se tratam apenas de uma questão jurídica, e sim de saúde pública também.

Logo, a criação de delegacias para pessoas que sofrem abusos sexuais, uma melhor utilização de verbas públicas em tratamento de pessoas com transtornos psicológicos e o debate em escolas e famílias sobre esse assunto tornariam a sociedade cada dia mais seguras contra as deflorações