Tema: Pena de morte e prisão perpétua

Relembrando a primeira mensagem :

Olá! Gostaria que alguém avaliasse essa redação que escrevi defendendo a aplicação da pena de morte e da prisão perpétua no Brasil. Obrigado!



     No Brasil, delitos cometidos, por mais hediondos que sejam, não levam o infrator a ficar mais do que trinta anos preso em cárcere privado. A pena de morte só é aplicada em caso do país se encontrar em estado de guerra. Ainda não foi comprovado que a aplicação da pena de morte diminui o número de delitos cometidos em um estado ou país. Apesar disso, sua aplicabilidade deve ser considerada, uma vez que existem criminosos que possuem psicopatia, sendo esse um mal que não tem cura e nem tratamento.
     As razões que levam a pensar na aplicabilidade da pena de morte e prisão perpétua no Brasil não é a visão de que elas iriam coibir a criminalidade e a violência. Mas sim o fato de que existem criminosos com altíssimo grau de periculosidade que, por apresentarem os valores morais e éticos totalmente corrompidos, ou por serem psicopatas, não têm condição nenhuma de se reintegrarem à sociedade. Considerar a hipótese de que um indivíduo que comete crimes com requintes de crueldade é capaz de se recuperar, é mostrar-se contrário à justiça e leigo em relação à realidade.
     Ainda que um criminoso que cometeu crimes bárbaros seja condenado à pena máxima vigente no país, após trinta anos ele estará solto e poderá andar livremente pelo território brasileiro. Isso é injusto, uma vez que muitos familiares das vítimas que foram brutalmente assassinadas estarão vivos e terão a infelicidade de saber que, alguém que tirou violentamente um pedaço tão importante de suas vidas, já “pagou” pelas atrocidades que cometeu e agora pode novamente fazer o que bem entender da sua vida.
     Também deve se levar em conta que o infrator pode ter sua pena reduzida em alguns anos. Mas considerar o fato que algum criminoso que cometeu delitos hediondos se recupere não condiz com a realidade. Muitas das pessoas que se encontram presas já apresentam um grande histórico de crimes cometidos, passando a serem presas e soltas diversas vezes.
     A resolução para esse grave problema é o poder público se mobilizar e passar a rever as leis vigentes no Brasil que dizem respeito às punições aos infratores. É necessário notar que essas leis vigentes têm se mostrado ineficientes em relação à proteção dos cidadãos de bem, uma vez que estão permitindo que infratores irrecuperáveis retornem à vida em sociedade.

Obrigado pelos esclarecimentos, Leonardo Sueiro. Você levantou uma questão interessante quando aponta que mesmo o Brasil sendo um Estado secular, por questões eleitorais, os políticos não tomam medidas que vão contra os princípios religiosos defendidos pela maior parte da população brasileira.

Não é exatamente pelos princípios religiosos da população, mas sim pelos princípios "éticos" que são instalados sobre a população pela religião. Argumentos como "Só Deus tira" não são levados em consideração. O que as pessoas fazem é, após serem influenciadas por argumentos desse tipo, tentar barrar a lei do aborto DE OUTRA FORMA, pois sabem que esse argumento não tem base constituicional.



Outra coisa:

"até quando os brasileiros não chegarem em um consenso do instante em que a alma se instala num agrupamento de células embrionárias."

Isso não é verdade. A discussão não é sobre quando a "alma é instalada". A única discussão que existe atualmente é sobre em que momento podemos considerar que começou uma vida e também sobre a definição de vida humana.

A partir do início da vida, o ser humano já teria todos seus direitos garantidos, inclusive o de ter o direito a viver. É essa a complicação existente. O estado brasileiro não está preocupado se, para a religião, a alma já vem junto com o espermatozoide. Ele está preocupado com o respaldo constitucional que todo ser humano tem em vida.

Essa tese que eu apontei eu li em um artigo escrito pelo Dr. Drauzio Varella, onde ele expunha a sua posição em relação ao aborto induzido. Pelo o que eu entendi, ao ver de algumas pessoas e de alguns médicos, até os três meses de gestação, o feto apresenta um sistema nervoso tão primitivo que não existe nenhuma forma de consciência, mas alguns religiosos defendem que a alma se instala no corpo a partir da fecundação do óvulo. Portanto, para os religiosos interromper a gestação até mesmo na 4ª semana seria o mesmo que praticar o assassinato de um indivíduo adulto. Em contrapartida, outros defendem que interromper a gestação até o 12ª semana é o mesmo que "desfazer" um agrupamento de células embrionárias. Está aí outro tema bastante polêmico.
Obrigado por expor a sua opinião, pois isso está me ajudando a obter um melhor entendimento sobre o assunto.
Segue abaixo o link do artigo do Dr. Drauzio Varella:
http://drauziovarella.com.br/mulher-2/gravidez/a-questao-do-aborto/