Breves considerações sobre o cálculo da taxa.
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Breves considerações sobre o cálculo da taxa.
Da conhecida equação geral de juros em séries uniformes, para o valor presente, tem-se:
onde:
PV = valor presente.
PMT = prestação.
n = número de períodos.
i = taxa de juros.
Desta equação pode-se explicitar PMT:
Pode-se também explicitar n:
Mas quanto à "i" surge um elemento complicador: não dá para explicitar. Busca-se então uma solução não explícita.
Dividindo ambos os membros da equação geral por PMT e multiplicando por i:
Fazendo x = 1+i:
Multiplicando ambos os membros por xn:
ou, por fim:
Como se vê acima, a determinação da taxa é a parte mais penosa no cálculo dos juros financeiros, pois para as demais variáveis tem-se solução aigébrica direta, explícita e exata, enquanto que para a taxa recai-se numa equação polinomial de grau "n+1" que, portanto, admite "n+1" raízes, distintas ou não, reais ou complexas. Em termos de taxa de juros, as soluções de valor negativo ou complexo são descartadas. Mas há um pormenor: equações de grau superior ao 4º em geral não têm solução, salvo em raríssimos casos especiais, embora existam alguns métodos numéricos que possibilitam a solução aproximada destas equações. Uma vez calculado x, faz-se i = 1-x.
Por isso que, não sem motivos, há alguns séculos, pesquisadores e estudiosos se empenham em encontrar soluções mais simples, que possam ser utilizadas como alternativas à equação polinomial. Simpson apresentou sua fórmula em 1760; Baily em 1808; Lenzi em 1936; Karpin em 1967. É um desafio que ainda hoje persiste. A equação de Cantrell é de 2007.
Os meios práticos alternativos atuais para determinação da taxa, usualmente empregados, são:
a) O uso de calculadoras financeiras, desenvolvidas especialmente para esta finalidade, tal como a HP 12C, a Texas BA-II Plus, a Casio FC-200V, a Elgin FC-125, a BrTc FC-12, e outras, onde determina-se a taxa apenas dando entrada nas demais variáveis conhecidas.
b) O uso de fórmulas empíricas aproximativas, tais como as de Baily, Lenzi, Karpin, Cantrell e outras.
c) O uso de aplicativos matemáticos, tais como o Wolfram-Alpha, Symbolab, ou ainda emuladores de calculadoras, tanto em computadores quanto em smartphones.
d) O uso de calculadoras científicas que possuam a função “solve”, como a Casio FX-991, a Procalc SC-991, e outras, pois esta função é capaz de resolver, por técnica iterativa de aproximação, qualquer equação, implícita, transcendental, incluindo polinomial de qualquer grau.
e) O uso de algum método iterativo como o de Newton-Raphson que é um dos mais conhecidos e utilizados por convergir para o resultado muito rapidamente. Ressalte-se que mesmo tendo as equações múltiplas raízes, os métodos iterativos encontram uma única solução, real.
f) O uso de planilhas de cálculo como Excel.
Raciocínio idêntico aplica-se aos cálculos com valor futuro, onde a determinação da taxa recairá na solução de uma equação polinomial de grau "n":
Para a taxa, da mesma forma divide-se ambos os membros da equação geral por PMT e multiplica-se por i:
Fazendo x = 1+i
Portanto:
/////
Exemplos:
1º) Financiamento:
PV = 1.803,12
PMT = 204,90
n = 10 m
i = ?
Pelo Wolfram-Alpha: x ≈ 1,0239; portanto i ≈ 2,39% a.m.
2º) Investimento:
FV = 78.273,00
PMT = 4.900,00
n = 14 m
i = ?
Pelo Wolfram-Alpha: x ≈ 1,0200; portanto i ≈ 2,00% a.m.
3º) A HP 12c dá os mesmos resultados.
Luiz - Jul/2017
Luiz 2017- Mestre Jedi
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