Conjuntos Numéricos
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rihan
mahriana
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Conjuntos Numéricos
Dados dois números x e y reais e positivos , chama-se média aritmética de x com y o real a = e chama-se média geométrica o real g= .Mostre que a ≥ g para todos x e y pertencentes ao ℝ+.
mahriana- Recebeu o sabre de luz
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Re: Conjuntos Numéricos
a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
2) a² - g² ≥ 0
a² - g² = (x² + 2x.y + y²)/4 - x.y ≥ 0
(x² + 2x.y + y²) - 4x.y ≥ 0
x² - 2x.y + y² ≥ 0
(x - y)² ≥ 0
a) Para x = y
(x - y)² = 0
a = g
b) Para x ≠ y
(x - y)² > 0
∀ x, y (x-y)² > 0 ⇒ a - g > 0 ⇒ a > g
■
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
2) a² - g² ≥ 0
a² - g² = (x² + 2x.y + y²)/4 - x.y ≥ 0
(x² + 2x.y + y²) - 4x.y ≥ 0
x² - 2x.y + y² ≥ 0
(x - y)² ≥ 0
a) Para x = y
(x - y)² = 0
a = g
b) Para x ≠ y
(x - y)² > 0
∀ x, y (x-y)² > 0 ⇒ a - g > 0 ⇒ a > g
■
rihan- Estrela Dourada
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JaquesFranco e Nicolas Mori gostam desta mensagem
Oziel- Estrela Dourada
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Nicolas Mori gosta desta mensagem
Re: Conjuntos Numéricos
Alguém pode me ajudar a saber, nesses problemas algébricos, quando usar a relação de implicação e quando usar a relação de equivalência? Conheço suas definições, mas tenho dificuldade para vê-las aplicadas nestes problemas aírihan escreveu:a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
2) a² - g² ≥ 0
a² - g² = (x² + 2x.y + y²)/4 - x.y ≥ 0
(x² + 2x.y + y²) - 4x.y ≥ 0
x² - 2x.y + y² ≥ 0
(x - y)² ≥ 0
a) Para x = y
(x - y)² = 0
a = g
b) Para x ≠ y
(x - y)² > 0
∀ x, y (x-y)² > 0 ⇒ a - g > 0 ⇒ a > g
■
"João Pedro BR"- Jedi
- Mensagens : 217
Data de inscrição : 12/10/2018
Idade : 21
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Re: Conjuntos Numéricos
Alguém pode me explicar como dá para se assumir isso da última linha (destacada em negrito e vermelho)? Tem que testar algum valor?rihan escreveu:a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
2) a² - g² ≥ 0
a² - g² = (x² + 2x.y + y²)/4 - x.y ≥ 0
(x² + 2x.y + y²) - 4x.y ≥ 0
x² - 2x.y + y² ≥ 0
(x - y)² ≥ 0
a) Para x = y
(x - y)² = 0
a = g
b) Para x ≠ y
(x - y)² > 0
∀ x, y (x-y)² > 0 ⇒ a - g > 0 ⇒ a > g
■
"João Pedro BR"- Jedi
- Mensagens : 217
Data de inscrição : 12/10/2018
Idade : 21
Localização : Brasil
Re: Conjuntos Numéricos
João Pedro BR escreveu:Alguém pode me ajudar a saber, nesses problemas algébricos, quando usar a relação de implicação e quando usar a relação de equivalência? Conheço suas definições, mas tenho dificuldade para vê-las aplicadas nestes problemas aírihan escreveu:a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
2) a² - g² ≥ 0
a² - g² = (x² + 2x.y + y²)/4 - x.y ≥ 0
(x² + 2x.y + y²) - 4x.y ≥ 0
x² - 2x.y + y² ≥ 0
(x - y)² ≥ 0
a) Para x = y
(x - y)² = 0
a = g
b) Para x ≠ y
(x - y)² > 0
∀ x, y (x-y)² > 0 ⇒ a - g > 0 ⇒ a > g
■
Quando duas proposições se relacionam de alguma forma, basicamente há apenas duas maneiras disso ocorrer: através da implicação ou da equivalência. A definição desses operadores lógicos pode ser um pouco abstrata, mas para esclarecer seu significado é necessário voltar à definição e exemplificar.
Quando dizemos que "p implica q", subtende-se que "p é condição suficiente para q" e que "q é condição necessária para p". Geralmente, q é mais "abrangente" que p, isto é, p é um caso específico do caso geral q. Alguns exemplos que ilustram isso são:
"Se todo homem é mortal e Sócrates é um homem, então ele é mortal." - Todos os seres vivos são mortais, não apenas os homens;
[latex]x=1 \Rightarrow x^{2}=1[/latex] - x=-1 também é raiz;
[latex]A\subset B \Leftrightarrow \forall x, \; x\in A \Rightarrow x\in B[/latex] - B tem algum elemento exclusivo.
No caso da equivalência, tanto p quanto q são condição necessária e suficiente, ambos os casos com o mesmo nível de abrangência. Por exemplo:
"A condição necessária e suficiente para a morte é estar vivo" - tudo o que está vivo, desde a bactéria ao homem, morrerá;
[latex]x=1 \; ou \; x=-1 \Leftrightarrow x^{2}=1[/latex] - as duas raízes são possíveis valores de x;
[latex]A=B\Leftrightarrow \forall x, x \in A \Leftrightarrow x \in B[/latex] - Todos os elementos de A estão em B.
Agora, na hora de fazer problemas mais complexos o uso de equivalências é uma tarefa mais difícil porque na maioria das vezes não temos certeza de qual restrição fazer num lado da equivalência para que ela se mantenha; noutras vezes, como em manipulações tais quais jogar termos pro outro lado da equação, podemos usar equivalências sem erro. Vamos analisar a solução etapa por etapa para exemplificar.
Queremos provar o seguinte:
[latex]\underset{Hip\acute{o}tese}{\underbrace{a=\frac{x+y}{2} \; \wedge \; g=\sqrt{xy} \; \wedge x \in\mathbb{R_{+}} \; \wedge \; y \in \mathbb{R_{+}}}} \; \Rightarrow \underset{Tese}{\underbrace{a\geq g}}[/latex]
Isso significa que o enunciado, por hipótese, implica no termo à direita da implicação, a tese. Para provarmos que isso é verdadeiro sairemos do lado esquerdo e chegaremos ao lado direito da implicação.
Agora aqui só vai um adendo, a resolução do rihan apresenta um erro conceitual ao qual creio que comprometeu sua demonstração. Note que num trecho temos que:
rihan escreveu:a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
Note que na última linha ele subtraiu duas inequações, o que é um problema; além do mais, a última linha também só é válida se a≥g, isto é, você está tentando provar algo já assumindo que aquilo é verdadeiro, o que é uma operação errada. Vou deixar a explicação do porquê isso ser um problema à parte pra não sair do foco da resolução.
- Porque subtrair inequações não dá certo:
Aqui está um exemplo para que você possa ver que isso não funciona:
10>9
5>3
Mas não é verdade que
10-5>9-3
De certa forma, isso deveria ser suficiente. Não há prova válida de sua conjectura e há um contraexemplo, então certamente não é verdade.
Mas você quer saber "por quê". Aqui está um pouco de álgebra:
a>b
significa que há um número positivo p tal que a=b+p.
Da mesma forma, c>d significa que há um número positivo q tal que c=d+q.
Podemos subtrair igualdades, então
a-c=b-d+(p-q)
e talvez agora você possa ver o problema. Se p-q é positivo, então será verdade que a-c>b-d. Mas não sabemos nada sobre p-q e, portanto, não sabemos nada sobre como a-c e b-d se comparam.
É claro que poderíamos somar as desigualdades originais para obter
a+c=b+d+(p+q)
e agora a situação é muito diferente. p+q é certamente maior que zero e, portanto, podemos ter certeza de que a+c>b+d.
Bem, de início vamos estabelecer a seguinte proposição:
[latex]\left ( \sqrt{x}-\sqrt{y} \right )^{2}\geq 0, \; \forall x,y\in \mathbb{R_{+}}[/latex]
Certo? Não é difícil notar que ela é válida porque satisfazemos o domínio da função raiz quadrada e elevamos o resultado da subtração ao quadrado. Agora, temos que:
[latex]\left ( \sqrt{x}-\sqrt{y} \right )^{2}\geq 0 \; \wedge \; \left ( x,y \right )\in \mathbb{R_{+}}^{2}\Leftrightarrow x-2\sqrt{xy}+y\geq 0 \; \wedge \; \left ( x,y \right )\in \mathbb{R_{+}}^{2} \Leftrightarrow \\\\ \Leftrightarrow \frac{x+y}{2}\geq \sqrt{xy} \; \wedge \; \left ( x,y \right )\in \mathbb{R_{+}}^{2}[/latex]
Como queríamos demonstrar.
Ah, agora falando de lógica, existe um vídeo muito bom ao qual eu recomendo você ver se você quiser se atentar melhor às situações onde devemos usar implicações e equivalências e como estas últimas podem facilitar a nossa vida nos cálculos. A aula é sobre equações irracionais e seguirá em anexo; um abraço e bons estudos!
Lucas_DN684- Fera
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"João Pedro BR" gosta desta mensagem
Re: Conjuntos Numéricos
João Pedro BR escreveu:Alguém pode me explicar como dá para se assumir isso da última linha (destacada em negrito e vermelho)? Tem que testar algum valor?rihan escreveu:a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
2) a² - g² ≥ 0
a² - g² = (x² + 2x.y + y²)/4 - x.y ≥ 0
(x² + 2x.y + y²) - 4x.y ≥ 0
x² - 2x.y + y² ≥ 0
(x - y)² ≥ 0
a) Para x = y
(x - y)² = 0
a = g
b) Para x ≠ y
(x - y)² > 0
∀ x, y (x-y)² > 0 ⇒ a - g > 0 ⇒ a > g
■
Não é um resultado tão difícil de verificar. Note que para qualquer valor de x ou y reais, ou o resultado é positivo, negativo ou nulo. Para todos os casos, ao elevarmos tal número ao quadrado, ou ele é positivo ou é nulo.
Lucas_DN684- Fera
- Mensagens : 100
Data de inscrição : 26/07/2022
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Re: Conjuntos Numéricos
Minha nossa, Lucas! A minha mais imensa gratidão à tua dedicação na resposta! Tu não tens noção do quanto me ajuda! Eu só não respondi antes porque estava na correria para finalizar um capítulo do livro, de modo que deixei esses pontos que necessitavam de mais atenção para a revisão após fazer o capítulo. Peço desculpas pela demora, portanto. Teu conhecimento sobre lógica matemática é sinistro; sabes muito! Muito obrigado mesmo pelo esclarecimento de cada passo da demonstração e pela indicação do material. Abraço!Lucas_DN684 escreveu:João Pedro BR escreveu:Alguém pode me ajudar a saber, nesses problemas algébricos, quando usar a relação de implicação e quando usar a relação de equivalência? Conheço suas definições, mas tenho dificuldade para vê-las aplicadas nestes problemas aírihan escreveu:a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
2) a² - g² ≥ 0
a² - g² = (x² + 2x.y + y²)/4 - x.y ≥ 0
(x² + 2x.y + y²) - 4x.y ≥ 0
x² - 2x.y + y² ≥ 0
(x - y)² ≥ 0
a) Para x = y
(x - y)² = 0
a = g
b) Para x ≠ y
(x - y)² > 0
∀ x, y (x-y)² > 0 ⇒ a - g > 0 ⇒ a > g
■
Quando duas proposições se relacionam de alguma forma, basicamente há apenas duas maneiras disso ocorrer: através da implicação ou da equivalência. A definição desses operadores lógicos pode ser um pouco abstrata, mas para esclarecer seu significado é necessário voltar à definição e exemplificar.
Quando dizemos que "p implica q", subtende-se que "p é condição suficiente para q" e que "q é condição necessária para p". Geralmente, q é mais "abrangente" que p, isto é, p é um caso específico do caso geral q. Alguns exemplos que ilustram isso são:
"Se todo homem é mortal e Sócrates é um homem, então ele é mortal." - Todos os seres vivos são mortais, não apenas os homens;
[latex]x=1 \Rightarrow x^{2}=1[/latex] - x=-1 também é raiz;
[latex]A\subset B \Leftrightarrow \forall x, \; x\in A \Rightarrow x\in B[/latex] - B tem algum elemento exclusivo.
No caso da equivalência, tanto p quanto q são condição necessária e suficiente, ambos os casos com o mesmo nível de abrangência. Por exemplo:
"A condição necessária e suficiente para a morte é estar vivo" - tudo o que está vivo, desde a bactéria ao homem, morrerá;
[latex]x=1 \; ou \; x=-1 \Leftrightarrow x^{2}=1[/latex] - as duas raízes são possíveis valores de x;
[latex]A=B\Leftrightarrow \forall x, x \in A \Leftrightarrow x \in B[/latex] - Todos os elementos de A estão em B.
Agora, na hora de fazer problemas mais complexos o uso de equivalências é uma tarefa mais difícil porque na maioria das vezes não temos certeza de qual restrição fazer num lado da equivalência para que ela se mantenha; noutras vezes, como em manipulações tais quais jogar termos pro outro lado da equação, podemos usar equivalências sem erro. Vamos analisar a solução etapa por etapa para exemplificar.
Queremos provar o seguinte:
[latex]\underset{Hip\acute{o}tese}{\underbrace{a=\frac{x+y}{2} \; \wedge \; g=\sqrt{xy} \; \wedge x \in\mathbb{R_{+}} \; \wedge \; y \in \mathbb{R_{+}}}} \; \Rightarrow \underset{Tese}{\underbrace{a\geq g}}[/latex]
Isso significa que o enunciado, por hipótese, implica no termo à direita da implicação, a tese. Para provarmos que isso é verdadeiro sairemos do lado esquerdo e chegaremos ao lado direito da implicação.
Agora aqui só vai um adendo, a resolução do rihan apresenta um erro conceitual ao qual creio que comprometeu sua demonstração. Note que num trecho temos que:rihan escreveu:a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
Note que na última linha ele subtraiu duas inequações, o que é um problema; além do mais, a última linha também só é válida se a≥g, isto é, você está tentando provar algo já assumindo que aquilo é verdadeiro, o que é uma operação errada. Vou deixar a explicação do porquê isso ser um problema à parte pra não sair do foco da resolução.
- Porque subtrair inequações não dá certo:
Aqui está um exemplo para que você possa ver que isso não funciona:
10>9
5>3
Mas não é verdade que
10-5>9-3
De certa forma, isso deveria ser suficiente. Não há prova válida de sua conjectura e há um contraexemplo, então certamente não é verdade.
Mas você quer saber "por quê". Aqui está um pouco de álgebra:
a>b
significa que há um número positivo p tal que a=b+p.
Da mesma forma, c>d significa que há um número positivo q tal que c=d+q.
Podemos subtrair igualdades, então
a-c=b-d+(p-q)
e talvez agora você possa ver o problema. Se p-q é positivo, então será verdade que a-c>b-d. Mas não sabemos nada sobre p-q e, portanto, não sabemos nada sobre como a-c e b-d se comparam.
É claro que poderíamos somar as desigualdades originais para obter
a+c=b+d+(p+q)
e agora a situação é muito diferente. p+q é certamente maior que zero e, portanto, podemos ter certeza de que a+c>b+d.
Bem, de início vamos estabelecer a seguinte proposição:
[latex]\left ( \sqrt{x}-\sqrt{y} \right )^{2}\geq 0, \; \forall x,y\in \mathbb{R_{+}}[/latex]
Certo? Não é difícil notar que ela é válida porque satisfazemos o domínio da função raiz quadrada e elevamos o resultado da subtração ao quadrado. Agora, temos que:
[latex]\left ( \sqrt{x}-\sqrt{y} \right )^{2}\geq 0 \; \wedge \; \left ( x,y \right )\in \mathbb{R_{+}}^{2}\Leftrightarrow x-2\sqrt{xy}+y\geq 0 \; \wedge \; \left ( x,y \right )\in \mathbb{R_{+}}^{2} \Leftrightarrow \\\\ \Leftrightarrow \frac{x+y}{2}\geq \sqrt{xy} \; \wedge \; \left ( x,y \right )\in \mathbb{R_{+}}^{2}[/latex]
Como queríamos demonstrar.
Ah, agora falando de lógica, existe um vídeo muito bom ao qual eu recomendo você ver se você quiser se atentar melhor às situações onde devemos usar implicações e equivalências e como estas últimas podem facilitar a nossa vida nos cálculos. A aula é sobre equações irracionais e seguirá em anexo; um abraço e bons estudos!
"João Pedro BR"- Jedi
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Re: Conjuntos Numéricos
Só uma dúvida: o que é este [latex]\mathbb{R}_{+}^{2}[/latex]? O que significa o expoente 2? E isso não limita a demonstração apenas a [latex]\mathbb{R}_{+}^{2}[/latex], ao invés de conter todo o [latex]\mathbb{R}_{+}[/latex] estabelecido na hipótese?Lucas_DN684 escreveu:João Pedro BR escreveu:Alguém pode me ajudar a saber, nesses problemas algébricos, quando usar a relação de implicação e quando usar a relação de equivalência? Conheço suas definições, mas tenho dificuldade para vê-las aplicadas nestes problemas aírihan escreveu:a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
2) a² - g² ≥ 0
a² - g² = (x² + 2x.y + y²)/4 - x.y ≥ 0
(x² + 2x.y + y²) - 4x.y ≥ 0
x² - 2x.y + y² ≥ 0
(x - y)² ≥ 0
a) Para x = y
(x - y)² = 0
a = g
b) Para x ≠ y
(x - y)² > 0
∀ x, y (x-y)² > 0 ⇒ a - g > 0 ⇒ a > g
■
Quando duas proposições se relacionam de alguma forma, basicamente há apenas duas maneiras disso ocorrer: através da implicação ou da equivalência. A definição desses operadores lógicos pode ser um pouco abstrata, mas para esclarecer seu significado é necessário voltar à definição e exemplificar.
Quando dizemos que "p implica q", subtende-se que "p é condição suficiente para q" e que "q é condição necessária para p". Geralmente, q é mais "abrangente" que p, isto é, p é um caso específico do caso geral q. Alguns exemplos que ilustram isso são:
"Se todo homem é mortal e Sócrates é um homem, então ele é mortal." - Todos os seres vivos são mortais, não apenas os homens;
[latex]x=1 \Rightarrow x^{2}=1[/latex] - x=-1 também é raiz;
[latex]A\subset B \Leftrightarrow \forall x, \; x\in A \Rightarrow x\in B[/latex] - B tem algum elemento exclusivo.
No caso da equivalência, tanto p quanto q são condição necessária e suficiente, ambos os casos com o mesmo nível de abrangência. Por exemplo:
"A condição necessária e suficiente para a morte é estar vivo" - tudo o que está vivo, desde a bactéria ao homem, morrerá;
[latex]x=1 \; ou \; x=-1 \Leftrightarrow x^{2}=1[/latex] - as duas raízes são possíveis valores de x;
[latex]A=B\Leftrightarrow \forall x, x \in A \Leftrightarrow x \in B[/latex] - Todos os elementos de A estão em B.
Agora, na hora de fazer problemas mais complexos o uso de equivalências é uma tarefa mais difícil porque na maioria das vezes não temos certeza de qual restrição fazer num lado da equivalência para que ela se mantenha; noutras vezes, como em manipulações tais quais jogar termos pro outro lado da equação, podemos usar equivalências sem erro. Vamos analisar a solução etapa por etapa para exemplificar.
Queremos provar o seguinte:
[latex]\underset{Hip\acute{o}tese}{\underbrace{a=\frac{x+y}{2} \; \wedge \; g=\sqrt{xy} \; \wedge x \in\mathbb{R_{+}} \; \wedge \; y \in \mathbb{R_{+}}}} \; \Rightarrow \underset{Tese}{\underbrace{a\geq g}}[/latex]
Isso significa que o enunciado, por hipótese, implica no termo à direita da implicação, a tese. Para provarmos que isso é verdadeiro sairemos do lado esquerdo e chegaremos ao lado direito da implicação.
Agora aqui só vai um adendo, a resolução do rihan apresenta um erro conceitual ao qual creio que comprometeu sua demonstração. Note que num trecho temos que:rihan escreveu:a = (x+y)/2
g = √(x.y)
x ∧ y ∈ ℝ+ ⇒ a ≥ g
1) a ≥ g ⇔ a - g ≥ 0
a ≥ 0 ⇒ a² ≥ 0
g ≥ 0 ⇒ g² ≥ 0
⇒ a² - g² ≥ 0
Note que na última linha ele subtraiu duas inequações, o que é um problema; além do mais, a última linha também só é válida se a≥g, isto é, você está tentando provar algo já assumindo que aquilo é verdadeiro, o que é uma operação errada. Vou deixar a explicação do porquê isso ser um problema à parte pra não sair do foco da resolução.
- Porque subtrair inequações não dá certo:
Aqui está um exemplo para que você possa ver que isso não funciona:
10>9
5>3
Mas não é verdade que
10-5>9-3
De certa forma, isso deveria ser suficiente. Não há prova válida de sua conjectura e há um contraexemplo, então certamente não é verdade.
Mas você quer saber "por quê". Aqui está um pouco de álgebra:
a>b
significa que há um número positivo p tal que a=b+p.
Da mesma forma, c>d significa que há um número positivo q tal que c=d+q.
Podemos subtrair igualdades, então
a-c=b-d+(p-q)
e talvez agora você possa ver o problema. Se p-q é positivo, então será verdade que a-c>b-d. Mas não sabemos nada sobre p-q e, portanto, não sabemos nada sobre como a-c e b-d se comparam.
É claro que poderíamos somar as desigualdades originais para obter
a+c=b+d+(p+q)
e agora a situação é muito diferente. p+q é certamente maior que zero e, portanto, podemos ter certeza de que a+c>b+d.
Bem, de início vamos estabelecer a seguinte proposição:
[latex]\left ( \sqrt{x}-\sqrt{y} \right )^{2}\geq 0, \; \forall x,y\in \mathbb{R_{+}}[/latex]
Certo? Não é difícil notar que ela é válida porque satisfazemos o domínio da função raiz quadrada e elevamos o resultado da subtração ao quadrado. Agora, temos que:
[latex]\left ( \sqrt{x}-\sqrt{y} \right )^{2}\geq 0 \; \wedge \; \left ( x,y \right )\in \mathbb{R_{+}}^{2}\Leftrightarrow x-2\sqrt{xy}+y\geq 0 \; \wedge \; \left ( x,y \right )\in \mathbb{R_{+}}^{2} \Leftrightarrow \\\\ \Leftrightarrow \frac{x+y}{2}\geq \sqrt{xy} \; \wedge \; \left ( x,y \right )\in \mathbb{R_{+}}^{2}[/latex]
Como queríamos demonstrar.
Ah, agora falando de lógica, existe um vídeo muito bom ao qual eu recomendo você ver se você quiser se atentar melhor às situações onde devemos usar implicações e equivalências e como estas últimas podem facilitar a nossa vida nos cálculos. A aula é sobre equações irracionais e seguirá em anexo; um abraço e bons estudos!
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Re: Conjuntos Numéricos
[latex] \mathbb{R}_{+}[/latex] são os reais não negativos. [latex] \mathbb{R}_{+}^2 =\mathbb{R}_{+} \times \mathbb{R}_{+} [/latex], onde [latex] \times [/latex] é o produto cartesiano.
Basicamente [latex] (x,y) \in \mathbb{R}_{+}^2 \iff x \in \mathbb{R}_{+} \text{ e } y \in \mathbb{R}_{+}[/latex]
Basicamente [latex] (x,y) \in \mathbb{R}_{+}^2 \iff x \in \mathbb{R}_{+} \text{ e } y \in \mathbb{R}_{+}[/latex]
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