Aspas/Interpretação/Predicativo do sujeito
2 participantes
PiR2 :: Linguagens :: Língua Portuguesa
Página 1 de 1
Aspas/Interpretação/Predicativo do sujeito
O HOMEM CORDIAL
Marco A Rossi
É de 1936 o livro “Raízes do Brasil”, do historiador
Sérgio Buarque de Holanda. Nele está contida a ideia de
“homem cordial”, uma das maiores contribuições já
realizadas para a compreensão do Brasil e dos brasileiros.
[05] O “homem cordial”, resultado de um cruzamento entre a
cultura colonial e o improviso de um país para sempre
inacabado, é afetuoso, interesseiro e autoritário; adora
obter vantagens em tudo, detesta regras, vive em busca de
atalhos favoráveis; não vê problema no que faz de errado,
[10] embora seja raivoso na hora de apontar os erros dos
outros. Variação muito mal-humorada de um tipo único de
homo brasiliensis, o “homem cordial” é avesso ao esforço
metódico e à concentração; prefere o circunstancial, a
moda do momento e o jeito mais rápido de conquistar aquilo
[15] que deseja. Adepto do “curtir a vida adoidado”, o homo
brasiliensis encarnado no “homem cordial” sofre muito
diante de compromissos que exijam dispêndio de energia e
tempo – na cultura humana do juro, opta sempre por curtir
hoje e pagar amanhã, em vez de investir agora para
[20] saborear depois por tempo indeterminado e mais tranquilo.
A impessoalidade no trato, as regras universais, a ética
como parâmetro para a tomada de decisões, o antever dos
desdobramentos de sua ação sobre a vida e o planeta, o
incentivo ao fortalecimento de instituições públicas e
[25] sociais, nada disso agrada ao “homem cordial”, que não
esconde amar o familiarismo nas relações sociais, as
regras particulares, a moral privada, o “salve-se quem puder”,
o apelo a saídas pessoais diante de problemas e
questões que são, de superfície e de fundo, coletivas. Em
1936, Sérgio Buarque de Holanda apontava esses traços
[30] culturais brasileiros como uma barreira intransponível para
a democracia. E hoje? Creio que a atualidade da ideia de
“homem cordial” salta aos olhos de quem observa com
interesse o país. Resta saber o tamanho desse malfazejo
[35] espólio.
Leia o seguinte excerto do texto e, em seguida, analise as afirmativas apresentadas:
“...o ‘homem cordial’ é avesso ao esforço metódico e à concentração; prefere o circunstancial, a moda do momento e o jeito mais rápido de conquistar aquilo que deseja.” ( ℓ. 12 a 15)
I. A reescrita “... o ‘homem cordial’ prefere o circunstancial, a moda do momento e o jeito mais rápido de conquistar aquilo que deseja ao esforço metódico e à concentração...” preserva o sentido original e atende à norma padrão da língua.
II. As aspas foram utilizadas nesse excerto, assim como nas linhas 1, 3 e 5 do texto, para ressaltar o valor pejorativo da expressão e indicar a ironia de Marco A. Rossi, autor do texto.
III. Os termos “ao esforço metódico” e “à concentração” complementam o sentido do adjetivo que exerce função sintática de predicativo do sujeito; já os termos “o circunstancial”, “a moda do momento” e “o jeito mais rápido...” complementam o sentido de um verbo transitivo direto.
Está correto o que se afirma apenas em
a)I, II e III
b)I e III
c)II
d)III
Qual o erro da afirmativa II?
Sobre a afirmativa III: qual termo é o predicativo do sujeito? Cordial?
Marco A Rossi
É de 1936 o livro “Raízes do Brasil”, do historiador
Sérgio Buarque de Holanda. Nele está contida a ideia de
“homem cordial”, uma das maiores contribuições já
realizadas para a compreensão do Brasil e dos brasileiros.
[05] O “homem cordial”, resultado de um cruzamento entre a
cultura colonial e o improviso de um país para sempre
inacabado, é afetuoso, interesseiro e autoritário; adora
obter vantagens em tudo, detesta regras, vive em busca de
atalhos favoráveis; não vê problema no que faz de errado,
[10] embora seja raivoso na hora de apontar os erros dos
outros. Variação muito mal-humorada de um tipo único de
homo brasiliensis, o “homem cordial” é avesso ao esforço
metódico e à concentração; prefere o circunstancial, a
moda do momento e o jeito mais rápido de conquistar aquilo
[15] que deseja. Adepto do “curtir a vida adoidado”, o homo
brasiliensis encarnado no “homem cordial” sofre muito
diante de compromissos que exijam dispêndio de energia e
tempo – na cultura humana do juro, opta sempre por curtir
hoje e pagar amanhã, em vez de investir agora para
[20] saborear depois por tempo indeterminado e mais tranquilo.
A impessoalidade no trato, as regras universais, a ética
como parâmetro para a tomada de decisões, o antever dos
desdobramentos de sua ação sobre a vida e o planeta, o
incentivo ao fortalecimento de instituições públicas e
[25] sociais, nada disso agrada ao “homem cordial”, que não
esconde amar o familiarismo nas relações sociais, as
regras particulares, a moral privada, o “salve-se quem puder”,
o apelo a saídas pessoais diante de problemas e
questões que são, de superfície e de fundo, coletivas. Em
1936, Sérgio Buarque de Holanda apontava esses traços
[30] culturais brasileiros como uma barreira intransponível para
a democracia. E hoje? Creio que a atualidade da ideia de
“homem cordial” salta aos olhos de quem observa com
interesse o país. Resta saber o tamanho desse malfazejo
[35] espólio.
Leia o seguinte excerto do texto e, em seguida, analise as afirmativas apresentadas:
“...o ‘homem cordial’ é avesso ao esforço metódico e à concentração; prefere o circunstancial, a moda do momento e o jeito mais rápido de conquistar aquilo que deseja.” ( ℓ. 12 a 15)
I. A reescrita “... o ‘homem cordial’ prefere o circunstancial, a moda do momento e o jeito mais rápido de conquistar aquilo que deseja ao esforço metódico e à concentração...” preserva o sentido original e atende à norma padrão da língua.
II. As aspas foram utilizadas nesse excerto, assim como nas linhas 1, 3 e 5 do texto, para ressaltar o valor pejorativo da expressão e indicar a ironia de Marco A. Rossi, autor do texto.
III. Os termos “ao esforço metódico” e “à concentração” complementam o sentido do adjetivo que exerce função sintática de predicativo do sujeito; já os termos “o circunstancial”, “a moda do momento” e “o jeito mais rápido...” complementam o sentido de um verbo transitivo direto.
Está correto o que se afirma apenas em
a)I, II e III
b)I e III
c)II
d)III
Qual o erro da afirmativa II?
Sobre a afirmativa III: qual termo é o predicativo do sujeito? Cordial?
Re: Aspas/Interpretação/Predicativo do sujeito
II - O termo "homem cordial" não está sendo ironizado
III- Avesso
III- Avesso
VtG- Iniciante
- Mensagens : 2
Data de inscrição : 29/07/2020
Ana Clara Macêdo gosta desta mensagem
Re: Aspas/Interpretação/Predicativo do sujeito
Ainda fiquei confusa com a afirmativa II. O fato de esse homem ser chamado de cordial, um adjetivo com significado, de acordo com um dicionário online: "que tem sua origem no coração, em sentimentos bons, verdadeiro, generoso; afável: gesto cordial(...)", não é irônico quando se refere a uma pessoa que não possui esses atributos?
Pelo texto: "é afetuoso, interesseiro e autoritário; adora obter vantagens em tudo, detesta regras, vive em busca de atalhos favoráveis; não vê problema no que faz de errado".
Pelo texto: "é afetuoso, interesseiro e autoritário; adora obter vantagens em tudo, detesta regras, vive em busca de atalhos favoráveis; não vê problema no que faz de errado".
Tópicos semelhantes
» Predicativo do sujeito
» Predicativo do sujeito ou do objeto?
» dúvida sobre predicativo do sujeito
» (EEAR/CFS 2 2008) Predicativo do sujeito
» Predicativo do sujeito x Adjunto adnominal
» Predicativo do sujeito ou do objeto?
» dúvida sobre predicativo do sujeito
» (EEAR/CFS 2 2008) Predicativo do sujeito
» Predicativo do sujeito x Adjunto adnominal
PiR2 :: Linguagens :: Língua Portuguesa
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos