O Brasil do pós 2º GM

por RatinhoPequenino Qua 15 Set 2021, 15:35

“Visto que, de fato, a Constituição de 1946 estabeleceu normas e medidas para a instalação de uma estrutura democrática no país, dando ensejo a uma abertura do processo político nos dezoito anos subseqüentes, ao observador mais descuidado a redemocratização pode parecer mais radical do que na realidade o foi.”

SOUZA, Maria do Carmo Campello de. Estado e Partidos Políticos no Brasil (1930-1964). São Paulo: Alfa-Omega, 1976, p. 105.

Com base nas afirmações contidas no texto, é possível afirmar que:

A) redemocratização iniciada em 1945 perdeu sua radicalidade por ter sido apenas um ritual político,

vazio de efetivos partidos.

B) a redemocratização de 1945 só pôde existir em função da criação de três novos grandes partidos
políticos, totalmente independentes de vínculos com o Estado Novo: o PSD, a UDN e o PTB.

C) o retorno do pluripartidarismo e de eleições diretas foram superpostos à estrutura herdada do Estado
Novo, marcada pelo sindicalismo corporativista e pelo sistema de interventorias.

D) a redemocratização não foi radical devido à preponderância que teve, junto a ela, a União Democrática
Nacional (UDN), partido formado com o beneplácito de Vargas.

E) a hipertrofia do Poder Legislativo foi uma das consequências da redemocratização.

Dúvida: Eu já estudei esse período Pós 2º GM no Brasil, mas não consegui compreender do que essa questão se trata dentro do período(1945-54).

Alguém pode me ajudar?

por gusborgs Qui 16 Set 2021, 22:17

Sobre a transição da Era Vargas (Estado novo) para a República Populista.
A era Vargas foi, basicamente, uma primeira ditadura militar.
Período pós 2a GM que a FEB volta da Europa e se depara com uma ditadura nacionalista muito similar à que eles combatiam.
Aí o próprio Getulio, sabendo que não teria como continuar sua ditadura, iniciou a redemocratização do país.
Em síntese é isso, qualquer duvida manda aí, abraço.

por RatinhoPequenino Sex 17 Set 2021, 09:04

Olá, @gusborgs! Obrigado pelo sua resposta!

Eu me lembro bem dessa contradição vivenciada pela F.E.B e até mesmo pela sociedade da época, no entanto, não consegui compreender no excerto essa parte: ''ao observador mais descuidado a redemocratização pode parecer mais radical do que ela realmente o foi''. O que isso quer dizer? Além disso, o que era o sindicalismo corporativista e o sistema de interventorias?

por gusborgs Sex 17 Set 2021, 13:00

Basicamente, nesse trecho, ele quis dizer que, o observador, vendo de fora, pode ter uma percepção que a redemocratização do Brasil foi mais radical, ou seja:
Teve participação popular, diversas revoltar, participação militar intensa.
Sendo que não foi assim.
Vargas viu que não ia dar para continuar com a Ditadura e iniciou o processo de redemocratização. Nada de radical.

Sindicalismo corporativista, basicamente, é a aproximação entre o Estado e os sindicatos, que são a união de trabalhadores de um determinado ramo na tentativa de se obter uma representação política, uma "voz" maior.
Dessa forma, Vargas ia balanceando os interesses do empresariado e do proletário.

Sistema de interventorias é sobre a intervenção do Estado na economia, que permaneceu pós Vargas.
Plano SALTE de Dutra
Petrobrás no Governo Presidencialista de Vargas, etc.

Abraço