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Fetichismo da mercadoria

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Fetichismo da mercadoria Empty Fetichismo da mercadoria

Mensagem por VesTeles Qua 30 maio 2018, 08:57

Nos livros em que estudo, diz que a mercadoria ganha um valor humano ou, quase, divino e o homem, em detrimento do produto, se desumaniza(coisificação).

O que seria a coisificação? (O valor da força de trabalho?)
E sobre o fetichismo, ele é a supervalorização de algo produzido? 

Obrigado!

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Mensagem por Aluna59 Qua 30 maio 2018, 17:22

Olá,

vamos avaliar a afirmativa do seu livro:
"a mercadoria ganha um valor humano ou, quase, divino" 
é isso que representa o fetichismo, o valor sentimental que o homem passa a depositar nas mercadorias e, principalmente, nas marcas. Deixamos de comprar objetos pela simples utilidade e nos apegamos a alguns produtos. 
é tipo quando um iphone cai de tela virada bem na sua frente? seu coração não dói? teoricamente não deveríamos sentir isso por um celular.
'o homem, em detrimento do produto, se desumaniza(coisificação)"
a segunda parte da afirmativa revela uma consequência desse processo, o homem se torna a "coisa", nós é que passamos a viver em torno do status dos objetos, os produtos e as marcas passam a predominar sobre o indivíduo (tipo aquela imagem do bebê cheio de marcas famosas)
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Mensagem por EricFerro Qua 30 maio 2018, 19:01

Vaii ai texto do Wikipedia:

Em O Capital (volume 1), Marx explica o fetichismo da mercadoria:
“"Consideremos duas mercadorias, por exemplo, ferro e trigo. As proporções, quaisquer que sejam, em que elas são trocáveis, podem sempre ser representadas por uma equação em que uma dada quantidade de trigo é igualada a certa quantidade de ferro…O que nos diz tal equação? Nos diz que, em duas coisas diferentes – em um quarter de trigo e x quintais de ferro -, existe em quantidades iguais algo comum a ambos. As duas coisas devem, portanto ser iguais a uma terceira, que em si mesma não é uma nem outra. Cada uma delas, no que se refere ao valor de troca, deve ser redutível a esta terceira coisa… Este “algo” em comum não pode ser uma propriedade natural das mercadorias. Tais propriedades são consideradas apenas à medida que afetam a utilidade de tais mercadorias, em que as tornam valores de uso. Mas a troca de mercadorias é evidentemente um ato caracterizado por uma abstração total do valor de uso[1]. (...)
Uma mercadoria, portanto, é algo misterioso simplesmente porque nela o caráter social do trabalho dos homens aparece a eles como uma característica objetiva estampada no produto deste trabalho; porque a relação dos produtores com a soma total de seu próprio trabalho é apresentada a eles como uma relação social que existe não entre eles, mas entre os produtos de seu trabalho(…). A existência das coisas enquanto mercadorias, e a relação de valor entre os produtos de trabalho que os marca como mercadorias, não têm absolutamente conexão alguma com suas propriedades físicas e com as relações materiais que daí se originam… É uma relação social definida entre os homens que assume, a seus olhos, a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. A fim de encontrar uma analogia, devemos recorrer às regiões enevoadas do mundo religioso. Neste mundo, as produções do cérebro humano aparecem como seres independentes dotados de vida, e entrando em relações tanto entre si quanto com a espécie humana. O mesmo acontece no mundo das mercadorias com os produtos das mãos dos homens. A isto dou o nome de fetichismo que adere aos produtos do trabalho, tão logo eles são produzidos como mercadorias, e que é, portanto inseparável da produção de mercadorias."[2]

Segundo Marx, o fetichismo é uma relação social entre pessoas mediada por coisas. O resultado é a aparência de uma relação direta entre as coisas e não entre as pessoas. As pessoas agem como coisas e as coisas, como pessoas.
No caso da produção de mercadorias, ocorre que a troca de mercadorias é a única maneira na qual os diferentes produtores isolados de mercadorias se relacionam entre si. Dessa maneira, o valor das mercadorias é determinado de maneira independente dos produtores individuais, e cada produtor deve produzir sua mercadoria em termos de satisfação de necessidades alheias. Disso resulta que a mercadoria mesma (ou o mercado) parece determinar a vontade do produtor e não o contrário.
Marx afirma que o fetichismo da mercadoria é algo intrínseco à produção de mercadorias, já que na sociedade capitalista, o processo de produção se autonomiza com relação à vontade do ser humano. Tal autonomia desaparecerá apenas quando o ser humano controlar de maneira consciente o processo de produção, numa livre associação de indivíduos, o que só é possível de ser feito abolindo a propriedade privada dos meios de produção e transformando-os em propriedade coletiva; acabando com o caráter mercantil dos bens e preservando somente seu valor de uso. Isso significa uma revolução nas relações de produção e de distribuição dos meios de vida.
Marx também argumenta que a economia política clássica não pode sair do fetichismo da mercadoria, pois considera a produção de mercadorias como um dado natural e não como um modo de produção histórico e, portanto, transitório.
Desse fetichismo que se dá na produção e na troca de mercadorias resulta a sobrestimação teórica do processo de troca sobre o processo de produção. Daí o culto ao mercado de parte de alguns economistas, que consideram a oferta e a procura como as determinações fundamentais do preço das mercadorias.

EricFerro
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