Dúvida sobre fuga parcial ao tema no Enem

Olá galera, no Enem do ano passado e no desse ano fiz duas redações com esqueleto bem semelhante, mas percebi um fator que pode ter implicado prejuízo nas notas. Os dois temas, o de 2015 e deste ano, tratavam das problemáticas no Brasil. 

O que acontece é que, no meu ponto de vista, falar de Brasil só no final do texto (no caso, na proposta de intervenção) não qualificaria fuga parcial ao tema. Explico: durante o desenvolvimento, é comum procurarmos as raízes do problema e/ou dissertarmos sobre aspectos destes, e sabemos que no caso da violência contra a mulher e da intolerância religiosa, o Brasil é só mais uma peça no jogo, e não o berço dessas mazelas sociais. 

E foi justamente dessa forma que pensei ao escrever as redações. Gostaria de confirmar se fiz certo, pois estou com grande receio!! Só pra dar uma noção de como ficou a redação desse ano, eu nem citei o nome do Brasil durante os três primeiros parágrafos, apesar de ter abordado questões do país, como o preconceito contra religiões afro-brasileiras no desenvolvimento. Porém, na intervenção social, eu falei estritamente de como resolver o problema no Brasil.

lvninja08 escreveu:O que acontece é que, no meu ponto de vista, falar de Brasil só no final do texto (no caso, na proposta de intervenção) não qualificaria fuga parcial ao tema. Explico: durante o desenvolvimento, é comum procurarmos as raízes do problema e/ou dissertarmos sobre aspectos destes.

No desenvolvimento, após contextualizar, deve-se situar o problema no Brasil. Além disso, é necessário dizer "Brasil", "sociedade brasileira", ou algo do tipo, na introdução. Dessa forma, o que lhe afirmo é que, com certeza, você perderá significativos pontos nas competências II e III.

SCOFIELD escreveu:

lvninja08 escreveu:O que acontece é que, no meu ponto de vista, falar de Brasil só no final do texto (no caso, na proposta de intervenção) não qualificaria fuga parcial ao tema. Explico: durante o desenvolvimento, é comum procurarmos as raízes do problema e/ou dissertarmos sobre aspectos destes.

No desenvolvimento, após contextualizar, deve-se situar o problema no Brasil. Além disso, é necessário dizer "Brasil", "sociedade brasileira", ou algo do tipo, na introdução. Dessa forma, o que lhe afirmo é que, com certeza, você perderá significativos pontos nas competências II e III.

Obrigado pela resposta!! 

Um pouco depois de postar aqui entrei em contato com o professor do "Proenem" pra me esclarecer uma dúvida sobre o comando do tema e aproveitei pra falar disso também, a resposta dele corroborou com seu post no que se refere ao prejuízo na nota no caso de ter apresentado o problema apenas fora do Brasil, mas, segundo ele, eu não poderia perder ponto por não explicitar o termo "Brasil" na introdução, até porque existem introduções "conceituais" como as de trajetória histórica que muitas vezes são mais generalistas e focam no eixo temático, conquistando pontuação máxima mesmo assim.

Longe de querer desqualificar o teu post, é que isso de ter de citar na introdução me pegou, estranho haver discordância. Tem alguma diretriz do Inep neste caso ou você fala por experiência mesmo?

Se você reparar, nas introduções com trajetória histórica se fala de Estado brasileiro, sociedade brasileira, ou algo com "bras". Vejas as redações nota 1000 do penúltimo ENEM, por exemplo.

Só para mostrar porque eu estranhei tanto isso, veja essa introdução que encontrei facilmente de um texto nota 1000 em 2014 (Publicidade Infantil em questão no Brasil):

É comum vermos comerciais direcionadas ao público infantil. Com a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam?

A variedade de introduções e de suas formatações me leva a crer que o início do texto é a parte que menos carrega responsabilidades, entende? Por isso estou receoso quanto a perder ponto simplesmente por escolher um estilo diferente do comum, naquilo que deveria ser apenas a apresentação da tese à banca.

lvninja08 escreveu:Só para mostrar porque eu estranhei tanto isso, veja essa introdução que encontrei facilmente de um texto nota 1000 em 2014 (Publicidade Infantil em questão no Brasil):

É comum vermos comerciais direcionadas ao público infantil. Com a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam?

A variedade de introduções e de suas formatações me leva a crer que o início do texto é a parte que menos carrega responsabilidades, entende? Por isso estou receoso quanto a perder ponto simplesmente por escolher um estilo diferente do comum, naquilo que deveria ser apenas a apresentação da tese à banca.

De fato, facilmente você encontra diversas redações que tiraram 1000 sendo que não valiam essa nota. Nas correções do Rômulo, do proenem, por exemplo, é comum ele dar uns 800 e alguma coisa para uma redação dita nota 1000.

Sim, e o que assusta é que, pesquisando agora, vi até textos INTEIROS situados fora do Brasil que tiraram 1000. É por isso que às vezes o pessoal chama de "redasena", você fica sem saber a verdade porque até mesmo professores de redação utilizam como argumento redações que tiraram mil e tomam isso como base dogmática para outras correções. Enfim, isso significa que eu ainda tenho alguma chance de não perder tanto ponto né? Kkkkkkkkk

lvninja08 escreveu:Sim, e o que assusta é que, pesquisando agora, vi até textos INTEIROS situados fora do Brasil que tiraram 1000. É por isso que às vezes o pessoal chama de "redasena", você fica sem saber a verdade porque até mesmo professores de redação utilizam como argumento redações que tiraram mil e tomam isso como base dogmática para outras correções. Enfim, isso significa que eu ainda tenho alguma chance de não perder tanto ponto né? Kkkkkkkkk

Dependendo da sua sorte, ao escrever um hino de futebol você ainda não perderia muitos pontos, kaka!

http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2015/01/candidato-inclui-hino-do-flamengo-na-redacao-do-enem-e-tira-nota-660.html