Por: Euclides
Vamos
supor que você se encontre em situação
de ter de
resolver uma inequação do tipo:
Em que
f(x) e g(x) sejam duas funções dadas, com
domínio e
imagem no campo Real.
De
antemão
podemos avaliar que o
quociente entre dois valores reais só será
negativo se os sinais desses números
forem opostos, ou seja,
O
quociente
então será negativo
em todos os intervalos em que as funções exibirem
sinais opostos. Se pudermos
conhecer os sinais de cada uma delas ao longo do seu
domínio, estaremos aptos a
encontrar a solução da nossa
inequação.
o
gráfico ao
lado mostra uma
função que corta o eixo horizontal em x=2. Para
valores de
x<2 o gráfico
se situa abaixo do eixo horizontal e para valores de x>2, o
gráfico está
acima do eixo horizontal. Em
outras palavras: para
x<2
→ y<0 para
x=2
→ y=0 para
x>2
→ y>0 |
Este
é o estudo dos sinais de uma
função simples. Vamos examinar uma outra
função conhecida:
Ao
lado temos o gráfico de uma
parábola que exprime a função do
segundo grau Esta
parábola tem a concavidade
voltada para cima e corta o eixo horizontal nos pontos x=0 e x=6. Podemos ver que entre
as suas
raízes o gráfico da função
assume valores negativos e externamente às raízes
os
valores são positivos. |
Uma
função do terceiro grau nos
mostrará coisa semelhante. Aqui, porém,
a função tem duas
concavidades e o seu sinal se comporta de maneira diferente em cada uma
delas. Uma parábola
com a concavidade
voltada para baixo também terá comportamento
oposto ao da parábola que tem a
concavidade voltada para cima. Se conhecermos a
função com certa
intimidade
isso pode ser avaliado
rapidamente, porém, em caso de dúvida isso deve
ser avaliado com segurança.
Para isso vamos buscar base conceitual mais sólida. |
Uma
função
contínua não muda de sinal entre dois zeros
(raízes) consecutivos. |
De
uma maneira mais matemática:
Se
f(x)
é contínua e [a, b] é um intervalo de
seu domínio
tal que f(a).f(b)<0 então
Se
f(x) é contínua e a e b são
duas raízes consecutivas então
Essa
conclusão é importante, como
veremos a seguir. Vai nos facilitar a avaliação
dos sinais de uma função.
Retomemos, como modelo, o gráfico da
função do terceiro grau:
Cujas
raízes ou zeros são -2, 4 e
6. Olhando para a expressão não podemos ter
certeza do seu comportamento quanto
aos sinais. Mas já temos a certeza de que entre duas
raízes consecutivas o
sinal não
muda.
Uma técnica para o estudo dos sinais consiste em marcar os zeros da função numa reta numérica e que, por semelhança visual, é chamada muitas vezes de “Técnica do Varal”.
Para conhecer o sinal
em qualquer
trecho do varal podemos atribuir à
função um valor pertencente ao intervalo que
queremos avaliar.
Marcamos no
“varal”
Temos
aí um quociente entre duas
funções e desejamos saber para quais valores de x
esse quociente resulta
negativo.
1-
Já
sabemos que isso ocorrerá nos intervalos em que as
funções tenham sinais
opostos.
2-
Já
sabemos como analisar os sinais das funções no
seu domínio
Encontrando
as raízes:
Construímos um “varal” (reta numérica) para cada uma delas, que podemos organizar como um quadro de sinais:
o quadro completa o estudo dos sinais e podemos responder